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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Beja: Diocese denuncia «vaga de assaltos sem precedentes» às igrejas da região

M. Conceição Lopes
Nem os bens dos párocos têm escapado, realça o Departamento do Património Histórico e Artístico

Beja, 17 ago 2016 (Ecclesia) – O Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja disse hoje que as paróquias da região estão a ser alvo de “uma vaga de assaltos sem precedentes”, tendo como alvo os bens das igrejas e inclusivamente dos sacerdotes.

Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, aquele organismo refere que apesar de “faltar ainda uma avaliação dos danos sofridos”, o cenário é “alarmante”.

Entre as paróquias que foram alvo de furto, “algumas por mais de uma vez”, estão as comunidades de Almodôvar, Castro Verde, Mértola, Odemira e Ourique, além de São João Baptista, a paróquia mais frequentada da cidade de Beja, com sede na igreja do Carmo.

Na sequência dos assaltos, ocorridos nos últimos meses, foram levadas várias “quantias em dinheiro”, mas também “computadores, peças de arte sacra e valores pessoais dos padres e diáconos”.

“Os maiores problemas verificaram-se, ao que tudo indica, em Odemira, de cuja casa paroquial foram subtraídos, além de outras peças de interesse patrimonial, uma coroa de prata do século XVII, pertencente à imagem da padroeira da vila, que é obra de grande valor artístico e devocional”, relata a mesma fonte.

Ainda em Odemira, a casa do pároco “foi devassada de alto a baixo pelos ladrões, que conseguiram arrombar o cofre onde se encontravam guardadas essa e outras alfaias litúrgicas, levando-as consigo”.

“Além de se confrontarem com os prejuízos causados às paróquias, os párocos acumularam também danos nos seus patrimónios privados”, denuncia o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.

O mesmo organismo recorda que o bispo de Beja, D. António Vitalino, “tem vindo a queixar-se publicamente” deste problema, frisando “que os assaltos às paróquias acontecem até em pleno dia”.

O prelado alertou inclusivamente os sacerdotes “para evitarem guardar bens significativos das paróquias nas suas residências, mas a situação está a escapar ao controle da diocese”, pode ler-se.

A preocupação com a segurança do património das paróquias, acrescenta a mesma fonte, “estende-se às igrejas e a outras instalações da Igreja Católica no Baixo Alentejo”.

No Seminário de Beja, rodeado por uma pequena quinta, no interior da cidade, têm vindo a desaparecer não só máquinas agrícolas e outros equipamentos, mas também esculturas e mobiliário antigo.

JCP


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