Distinção recaiu sobre o Centro Nacional da Cultura, a organização
ecológica World Wild Fund for Nature e o musicólogo Ismael de la Cuesta
Sines, Setúbal, 06 jul 2015 (Ecclesia) – A Diocese de Beja distinguiu o Centro Nacional da Cultura, a organização ecológica “World Wild Fund for Nature” e o musicólogo espanhol Ismael Fernández de la Cuesta com o prémio “Terras Sem Sombra” deste ano.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor do Departamento do
Património Histórico e Artístico (DPHA) da diocese alentejana justificou
a atribuição do galardão ao Centro Nacional da Cultura pelos seus “70
anos ao serviço da cidadania e da causa cultural com grande relevância
para o património”.
José António Falcão enalteceu também o papel que o organismo tem
desempenhado na “instauração de uma democracia plural, num contexto às
vezes um pouco agressivo para essa realidade”.
No plano internacional, o destaque dado ao World Wild Fund for Nature
vem realçar a ação daquela que “é sem dúvida, a nível global, a
organização mais relevante no que diz respeito à conservação da natureza
e muito particularmente da vida selvagem, com um trabalho exemplar
neste domínio”.
O diretor do DPHA da Diocese de Beja sublinhou o trabalho que o WWF tem feito na região do Mediterrâneo, nomeadamente em Portugal, para a preservação das florestas, por exemplo do montado alentejano, e do lince ibérico.
“Se é possível hoje averbas importantes resultados no campo do lince,
foi graças em boa medida a toda uma sensibilização que durante décadas
foi sendo feita no terreno”, complementou.
O prémio “Terras Sem Sombra”, instituído no âmbito de um festival de
música-sacra com o mesmo nome que este ano teve a sua 11.ª edição,
promove personalidades ou instituições que sobressaíram na sociedade,
através da promoção da Música; da valorização do Património Cultural; e
da salvaguarda da Biodiversidade.
Em representação do Centro Nacional da Cultura, Lourenço de Almeida
agradeceu o “reconhecimento” dado ao “esforço que o CNC tem feito”, algo
que “dá imenso ânimo para continuar” a trabalhar.
Aquele responsável enalteceu ainda o projeto “notável” do festival
“Terras Sem Sombra”, que “põe em evidência as realidades” do país e
concretamente do território alentejano, contribuindo para o seu
“crescimento”.
Ângela Morgado, que recebeu a distinção em nome da WWF, enalteceu a
atenção que o festival “Terras Sem Sombra” dá à área da biodiversidade,
uma “componente bastante inovadora” quando em causa está um certame
sobretudo de música-sacra.
“Só facto de considerarem a biodiversidade como uma categoria inserida
no prémio já é uma prova e uma grande preocupação com a natureza e o
planeta em que todos nós vivemos”, apontou.
Já o musicólogo espanhol Ismael Fernández de la Cuesta partilhou o seu
prémio “com todas as pessoas que hoje se dedicam à música religiosa”, um
património que “faz parte da Igreja Católica há quase dois mil anos”.
O especialista fez ainda votos de que a música gregoriana possa fazer
parte, cada vez mais, do culto católico quotidiano, impulsionado “pelos
sacerdotes, seminaristas e coros paroquiais”.
A sessão solene de atribuição dos galardões, no Centro de Artes de
Sines, foi presidida pelo príncipe espanhol Pedro de Borbón-Duas
Sicílias e de Orléans, duque de Noto, que disse ser “uma honra e um
prazer” participar no evento e “vir a Portugal”, uma país que “tem
estado sempre no coração da sua família”.
A 11.ª edição do festival
“Terras sem Sombra”, este ano sob a direção artística de Juan Ángel
Vela de Campo, foi centrada na divulgação das tradições musicais da
Europa do Sul (Portugal, Espanha, França, Itália e Malta), e na promoção
das potencialidades do território alentejano, ao nível artístico,
patrimonial e ambiental.
JCP
in
Sem comentários:
Enviar um comentário