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domingo, 30 de junho de 2013

Padre Pizzaballa confirmado Custódio da Terra Santa

Papa prorrogou por mais três anos o cargo ocupado pelo franciscano desde maio de 2004


Cidade do Vaticano, 28 de Junho de 2013


Padre Pizzaballa, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, foi reconfirmado hoje pelo Papa como Custódio da Terra Santa e Guardião do Monte Sion, por mais três anos. O franciscano ocupava o cargo desde maio de 2004, depois de ter trabalhado durante anos com o Patriarcado Latino na pastoral dos fiéis católicos de expressão hebraica, foi vigário patriarcal de 2005 até 2008.



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São José adicionado aos cânones: termina uma espera de 50 anos

Entrevista com o pe. Tarcisio Stramare, OSJ, director do Movimento Josefino


Roma, 28 de Junho de 2013


Há poucos dias, o papa Francisco deu ao mundo a alegria de ter o nome de São José, o esposo de Maria, mencionado em três das orações eucarísticas da missa do rito romano, tal como proposto pela Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos.

Para aprofundar o conteúdo desta decisão, ZENIT entrevistou o pe. Tarcisio Stramare, dos Oblatos de São José, director em Roma do Movimento Josefino, instituição que estuda e medita sobre a figura salvífica de São José, muitas vezes não compreendido a contento pelos estudos catequéticos e teológicos.

Pe. Tarcisio, como você recebeu esta nova determinação do papa Francisco?
Pe. Tarcisio: Para ser honesto, eu a recebi como um ato que era "devido" e estou grato ao papa Francisco por esta decisão.Levando em conta que João XXIII tinha determinado inserir o nome de São José no cânone romano, que era então o "único" cânone, parecia lógico que quaisquer outros cânones seguissem a mesma regra.

O que o papa quer nos dizer com esta decisão?
Pe. Tarcisio: Eu acho o papa Francisco quis encerrar uma espera que já durava mais de 50 anos.

Por que essa referência explícita às orações II, III e IV do cânone romano?
Pe. Tarcisio: Provavelmente por causa da terceira edição típica do Missal Romano. O silêncio sobre "outros" cânones, existentes ou futuros, sugere uma interpretação diferente.

Era necessária uma intervenção assim?
Pe. Tarcisio: O texto do decreto especifica as razões da inclusão. Além da santidade de São José, é mostrado em especial o seu papel no plano da salvação: o cuidado paterno de Jesus, o status de "chefe da família de Jesus", o cuidado carinhoso da Mãe do Filho, o compromisso com a educação deJesus Cristo, a protecção da Igreja.

O papa destacou a condição de São José como marido. Por quê?
Pe. Tarcisio: Porque o título de "esposo" é essencial tanto para honrar a maternidade de Maria quanto, em particular, para garantir a ascendência davídica de Jesus, que é necessária para o título de "Cristo", conforme ensinado pelo evangelista Mateus.

Portanto, sem São José...
Pe. Tarcisio: Sem São José, também não haveria "Sagrada Família", nem "mistério salvífico", que coloca São José junto com Maria na ordem da união hipostática! A exortação apostólica do papa João Paulo II é explícita a esse respeito. A pastoral da família precisa urgentemente aprofundar esta doutrina.

Você acha que haverá um crescimento na devoção e no culto de São José, agora?
Pe. Tarcisio: A devoção do povo cristão a São José sempre existiu e está bem estabelecida, como é expressamente reconhecido no decreto. A liturgia e os documentos do magistério honram convenientemente São José. O que está faltando é o apoio dos teólogos e dos catequistas, que continuam a considerar irrelevante o papel de São José no mistério da Encarnação. 



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A força e a beleza da Igreja Católica em vídeo

Apresentado o Catecismo em versão audiovisual: o testemunho de fé de celebridades e pessoas comuns serão espalhados por todo o mundo


Roma, 28 de Junho de 2013


Foi apresentado em uma conferência de imprensa esta manhã, na sala Marconi da Rádio Vaticana, em Roma, o projecto do Catecismo da Igreja Católica em vídeo. Intervieram o Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Giuseppe Costa SDB, director da Editora Vaticana e o director do vídeo, Gjon Kolndrekaj. O encontro foi moderado pelo vaticanista da Rai, Fabio Zavattaro. Os participantes explicaram o projecto e comentaram, entre outras coisas, sobre a importância do trabalho no contexto do Ano da Fé.

A ideia básica de Don Giuseppe Costa e Gjon Kolndrekaj, o vídeo do Catecismo da Igreja Católica, é uma obra cinematográfica multimédia e poliglota, produzido pela Crossin Media Group em parceria com a Editora Vaticana.

O projecto ensina e explica a complexa, abrangente e desafiadora doutrina da Igreja Católica, com linguagem e símbolos da sociedade contemporânea. Don Costa disse que se trata de um projecto para "relançar o Catecismo da Igreja Católica, tal como é.”

O "Catecismo da Igreja Católica" será publicado nos cinco continentes da Terra, mesmo em países com uma pequena fracção de crentes, onde há apenas duas ou três paróquias.

Em seu discurso, o director Gjon Kolndrekaj comparou a beleza da fé e da Igreja Católica com o da Capela Sistina. Porque a beleza e a força da capela são acessíveis às pessoas, a Igreja Católica também deve ser aberta. Esse projecto serve para expressar essa força e essa beleza. Mostra a vida e a paixão de Cristo, em ambientes modernos e com comentários originais.

Isso acontece também através do testemunho de celebridades. Pessoas de fama internacional, de diferentes âmbitos, como cultura, ciência, arte, cinema, música, desportos, economia e finanças. Participaram do projecto também muitas pessoas comuns, gente que não para de crer e viver a fé em suas vidas.

A publicação será em quatro volumes (A profissão de fé; A celebração do mistério cristão; A vida em Cristo; A oração cristã). Estas são formadas por episódios do Catecismo da Igreja Católica e alguns pontos do Compêndio. Tanto o Catecismo da Igreja Católica como o Compêndio são divididos em 70 episódios, uma parte com duração de 35-45 minutos e outra de 7-10 minutos. A contribuição do Compêndio é apresentada através dos depoimentos dos personagens.

Monsenhor Fisichella descreveu o vídeo como uma "ferramenta valiosa para evidenciar o património da doutrina, da cultura e da espiritualidade produzida pela Igreja em dois mil anos”. Assim, entendemos também, para aqueles que acreditam, o subtítulo do vídeo.

Durante a conferência de imprensa foi apresentado um spot com palavras originais da Bíblia e imagens actuais do papa Francisco. Este trabalho vai levar a fé até as pessoas. Descreve a existência da cultura e da fé tanto no mundo de hoje como nos séculos passados. Monsenhor Fisichella concluiu destacando que a Igreja Católica é uma comunidade viva em todas as partes do mundo, e isso é demonstrado claramente no Catecismo da Igreja Católica em vídeo.



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Santa Sé oferece plena colaboração à justiça italiana no caso Scarano

Prelado já tinha sido suspenso do serviço da Administração do Patrimoniado da Sé Apostólica


Cidade do Vaticano, 28 de Junho de 2013


O pe. Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, divulgou um comunicado sobre a detenção, na manhã de hoje, de dom Nunzio Scarano. A nota informa que o prelado foi suspenso do serviço da APSA (Administração do Património da Sé Apostólica) há mais de um mês. Apenas os superiores foram informados de que havia irregularidades pelas quais Scarano estava sendo investigado.

Em conformidade com o Regulamento da Cúria Romana, foi aplicada a suspensão cautelar que se aplica a todas as pessoas submetidas a acção penal.

A Santa Sé ainda não recebeu nenhuma solicitação sobre o assunto por parte das autoridades competentes italianas, mas confirma a sua disponibilidade para a plena colaboração, na linha das reformas iniciadas pelo papa Bento XVI e prosseguidas pelo papa Francisco.

A autoridade competente vaticana, a AIF (Autoridade de Informação Financeira), acompanha o caso para tomar as medidas de sua competência.

Em alguns meios de comunicação italianos, foi informado erroneamente que dom Nuncio Scarano era bispo de Salerno. O site da diocese publicou um comunicado para corrigir a notícia e recordar que o bispo de Salerno é dom Luigi Moretti.

Além da detenção de Scarano, foi decretada também a de Giovanni Maria Zito, ex-agente dos serviços secretos italianos, já destituído de seu cargo há alguns meses, e de Giovanni Carinzo, intermediário financeiro.



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Nosso Senhor entra em nossas vidas quando quer

Homilia do papa Francisco nesta sexta-feira: devemos ser pacientes e tentar ser irrepreensíveis


Cidade do Vaticano, 28 de Junho de 2013


Nosso Senhor nos pede ser pacientes e sem máculas, caminhando sempre em sua presença, afirmou nesta manhã o papa Francisco durante a missa na Casa Santa Marta. O santo padre enfatizou que nosso Senhor sempre escolhe o seu próprio jeito para entrar em nossas vidas e isto nos exige paciência, porque Ele nem sempre se deixa ver. Segundo a Rádio Vaticano, participou da missa um grupo de funcionários do Departamento de Saúde e Higiene do Vaticano, acompanhados pelo director, doutor Patrizio Polisca.

Deus entra aos poucos na vida de Abraão, que tem 99 anos quando o Senhor lhe promete um filho. Mas entra imediatamente na vida do leproso: Jesus escuta a sua oração, o toca e faz o milagre. Na reflexão de hoje, Francisco partiu da primeira leitura e do evangelho do dia para mostrar como Deus decide se envolver "nas nossas vidas, na vida do seu povo". "Quando nosso Senhor chega, ele nem sempre chega da mesma maneira. Não existe um protocolo da acção de Deus em nossa vida, não existe (...) Uma vez, ele vem de um jeito; outra vez, de outro”, mas sempre vem. "Sempre acontece o encontro entre nós e o Senhor".

"Nosso Senhor sempre escolhe o modo de entrar em nossa vida, muitas vezes tão lentamente que corremos o risco de perder um pouco a paciência: ‘Mas, Senhor, quando?’. E oramos, oramos... E não chega a intervenção dele na nossa vida. Outras vezes, quando pensamos em tudo o que o Senhor nos prometeu, isso é tão grande que ficamos um pouco incrédulos, um pouco cépticos, e, como Abraão, tentamos meio que esconder um sorriso... Esta primeira leitura diz que Abraão escondeu o rosto e sorriu... Um pouco de cepticismo: ‘Mas como é que eu, com quase cem anos, vou ter um filho, e a minha mulher, aos 90 anos, vai ter um filho?’”.

A mulher de Abraão, Sara, terá o mesmo cepticismo, recordou o papa. "Quantas vezes, quando o Senhor não faz o milagre e não nos dá o que nós queremos, nós ficamos impacientes ou cénicos!".

"Mas Ele não faz, não pode fazer para os cépticos. Deus se concede o seu próprio tempo. Mas Ele, nessa relação connosco, tem muita paciência. Não somos só nós que temos que ter paciência: Ele tem! Ele nos espera! Ele nos espera até o final da vida! Pensemos no bom ladrão, justo no final; foi no final que ele reconheceu a Deus. O Senhor caminha connosco, mas muitas vezes não se deixa ver, como no caso dos discípulos de Emanas. Nosso Senhor está envolvido na nossa vida, isto é certo, mas muitas vezes nós não vemos. Isto nos exige paciência. Mas Deus, que caminha connosco, Ele também tem muita paciência connosco".

O papa aprofundou assim, no "mistério da paciência de Deus, que, ao caminhar, caminha ao nosso ritmo". Às vezes, na vida, constatou Francisco, "as coisas ficam muito escuras, há tanta escuridão que, se tivermos problemas, queremos descer da cruz". Este "é o momento preciso: a noite é mais escura quando se aproxima a alvorada. E sempre que descemos da cruz, descemos cinco minutos antes que chegue a libertação, no momento maior da impaciência".

"Jesus, na cruz, ouviu que o desafiavam: ‘Desce, desce! Vem para baixo!’. Paciência até o final, porque Ele tem paciência connosco. Ele sempre está envolvido connosco, mas do jeito dele e quando Ele acha melhor. Ele só nos diz o que disse a Abraão: ‘Caminha na minha presença e sê perfeito', sê irrepreensível; esta é a palavra correta. Caminha na minha presença e tenta ficar acima de qualquer repreensão. Este é o caminho com o Senhor e Ele intervém, mas temos que esperar, esperar o momento, caminhando sempre na presença dele e procurando ser irrepreensíveis. Vamos pedir esta graça ao Senhor: caminhar sempre na sua presença, tentando ser irrepreensíveis”.


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sexta-feira, 28 de junho de 2013

China: faltam 37 milhões de mulheres

Tráfico sexual e prostituição: os frutos perversos da política do filho único.


Roma, 27 de Junho de 2013


O número reduzido de mulheres chinesas tem feito explodir o fenómeno do tráfico sexual e da prostituição na China.

O Instituto de Pesquisa Populacional dos EUA, no briefing semanal de 24 de Junho, publicou um relatório escrito por Anne Roback Morse, segundo o qual o Departamento de Estado dos Estados Unidos, em seu último Relatório sobre o Tráfico de Pessoas, constatou que a China caiu na classificação mundial e se tornou um país de destino para o tráfico do sexo.

Ainda de acordo com o Departamento de Estado norte-americano, a política do filho único, adoptada há 33 anos na China, é a principal causa do aumento do tráfico sexual e da prostituição no país.

A política do filho único tem forçado centenas de milhões de casais chineses a escolher entre uma menina e um menino, e a esmagadora maioria escolhe ter um filho do sexo masculino. As filhas costumam ser impedidas de nascer, vítimas do aborto selectivo.

Actualmente, existem 30 milhões de homens a mais do que mulheres na China. Como comparação, no Brasil, as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, com seus 14 Estados somados, reúnem juntas cerca de 30 milhões de homens e 30 milhões de mulheres. Imagine que todas as mulheres desses 14 Estados brasileiros sejam “apagadas” e os homens tenham que viajar para os demais Estados atrás de mulheres. Esta é a situação na China hoje.

A política do filho único naquele país “apagou” pelo menos 37 milhões de meninas. É óbvio que a demanda de mulheres tenha feito explodir o fenómeno do tráfico sexual e da prostituição. Acontecem até raptos de mulheres das áreas rurais para as cidades. O crime organizado está "exportando" mulheres de outros países para a China. Mulheres da Rússia, da Europa, da África e das Américas foram raptadas, compradas, enganadas e levadas à força para a Ásia a fim de tentar preencher a lacuna de 37 milhões de mulheres em território chinês.



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Kiko Argüello recebe doutoramento honoris causa em Teologia pela Universidade de Lublin

Universidade Católica João Paulo II concede o título ao iniciador do Caminho Neocatecumenal pela sua contribuição para a renovação da Igreja depois do Concílio Vaticano II


Roma, 27 de Junho de 2013


Aconteceu na manhã de ontem, 26, a cerimónia de titulação como Doutor Honoris Causa em Teologia concedida ao iniciador e responsável pelo Caminho Neocatecumenal em todo o mundo, Kiko Argüello, na Universidade Católica João Paulo II, de Lublin, na Polónia.

De acordo com a instituição académica, a homenagem foi feita a Kiko “por ter fornecido uma valiosa contribuição para a renovação da Igreja, seguindo cuidadosamente as indicações do Concílio Vaticano II, reconduzindo os cristãos afastados da comunidade eclesial até as fontes da fé, que brotam da bíblia e da liturgia; por ter iniciado, juntamente com a Sra. Carmen Hernández, uma instituição pós-batismal, obra extremamente preciosa para o mundo de hoje, conhecida em todo o planeta como Caminho Neocatecumenal. Esta forma de iniciação cristã, enriquecida pela beleza da nova estética, desenvolve, hoje em dia, uma ação de evangelização e de reevangelização no mundo inteiro; prepara a missio ad gentes; intervém activamente para que o cristianismo e o judaísmo se aproximem um do outro; defende os valores da vida e da dignidade humana, do matrimónio e da família cristã”.

Durante o evento, Argüello disse que se sentiu "embaraçado" diante de tantos elogios e explicou: "Como todos os cristãos, eu espero apenas perseguições", porque "Cristo sempre foi odiado e perseguido. Hoje, eu sou chamado à humildade, aceitando tudo isto". E agregou: "Carmen Hernández merece muito mais do que eu esta homenagem. Eu a recebo no lugar dela, porque foi ela quem ofereceu, além de muitas outras coisas, toda a teologia pascal que nos aproximou do povo judeu". Depois destas palavras, ele anunciou o kerygma afirmando que "a melhor coisa que podemos fazer nesta vida é pregar o Evangelho".

O evento, que reuniu cerca de mil pessoas, registou a presença de vários bispos, entre eles dom Kiernikowski, bispo de Siedle, e dom Grzegorz Rys, de Cracóvia.

A universidade já concedeu títulos honoris causa a outras personalidades importantes, como Bento XVI, então cardeal Ratzinger; Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio, e Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares.



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Nigéria: Uma viagem ao fundamentalismo religioso

A constante ameaça da seita Boko Haram aos cristãos


Roma, 27 de Junho de 2013


No leste da Nigéria, há um pequeno lugar onde está presente a diocese mais perigosa do continente. A doença e a fome são problemas que existem, mas para tornar ainda mais quente o clima do estado mais populoso da África não está ali apenas o sol escaldante ou a poeira da rua, mas a praga do fundamentalismo islâmico.

O fantasma da seita Boko Haram está sempre presente, e é um perigo constante para todos os habitantes do lugar, principalmente para os cristãos. O ambiente nigeriano é uma bomba-relógio prestes a explodir a qualquer momento. Aqui, o terrorismo é constante, brutal e preferem a faca ao Kalashnikov, tornando ódio contra os cristãos a força motriz desta seita fundamentalista.

Do ponto de vista sócio económico a Nigéria é um importante ponto de intercâmbio. Foi evangelizada por missionários irlandeses no século passado, e a coexistência pacífica entre as religiões foi por conseguinte sempre verificada.

Boko Haram rima com ódio fanático, uma vez que este grupo tem como objectivo dividir e desestruturar, de uma vez por todas, esta compatibilidade religiosa que dura, segundo eles, muito tempo. Os muçulmanos devem abraçar o fanatismo, caso contrário, eles se tornam alvo dos guerrilheiros, enquanto que os cristãos devem sumir, ou se converter. Quem não se dobra a esse dualismo feroz é morto ou vive com o terror da violência a qualquer momento. De acordo com o Boko Haram a cultura nos torna livres e é pecado. É por isso que eles querem que o jovens cresçam na ignorância, sendo assim, mais fácil de manipular.

O grupo funciona muito como o Talibã afegão, mas seu verdadeiro objectivo é estabelecer um Estado islâmico na Nigéria.

Diante disso a Igreja dá a sua contribuição: os padres e bispos permanecem no lugar deles. Eles têm ideias claras e recusam escolta e carros blindados, eles mantêm-se fiéis à missão de não abandonar os fiéis, enquanto houver almas para cuidar.

O ex-bispo da capital Abuja, agora cardeal John Onaiyekan, que encontramos em Novembro passado, pouco depois de ser nomeado pelo Papa Bento XVI, nos falou da necessidade e da contribuição que os meios de comunicação podem dar para as pessoas da Nigéria, a fim de difundir uma mensagem de esperança e paz para o povo do seu país.

Sendo um local de luta constante, um dos problemas mais comuns são os atentados, como o que ocorreu em 25 Dezembro de 2011, durante a Santa Missa de Natal.

Jean Paul Kayihura, chefe continental da Rádio Maria na África, que naquela época estava na capital nigeriana, nos contou sua experiência. Foram cinco explosões que causaram centenas de mortes, “eu estava em uma igreja próxima ao local do ataque. Fiquei profundamente chocado, porque as pessoas tinham ido lá para rezar, eram inocentes, pois nessa situação não há e não deve haver nenhuma manifestação de violência. Provavelmente, existem outras razões para estes grupos de fanáticos muçulmanos, que usam a religião para disfarçar. Todas as vezes que acontece um ataque, todos os líderes religiosos condenam.”

De acordo com o representante da rádio católica, muito activa na África, a solução poderia vir do estado: "É preciso garantir a segurança - continua – é preciso amplificar a mensagem de paz até que todos os nigerianos se sintam envolvidos na busca pela paz, a fim de evitar que um pequeno grupo perturbe a comunidade ou o desenvolvimento do país. Somente a segurança permite o desenvolvimento. Para isso, devemos insistir na educação para a paz de todas as religiões”.



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Delegação do Patriarcado Ecuménico Ortodoxo está em Roma para a festa dos Santos Pedro e Paulo

Visita faz parte da tradicional troca de delegações para as respectivas festas dos patronos. Amanhã, audiência com o Papa Francisco


Roma, 27 de Junho de 2013


Começou hoje e vai até o dia 29 de Junho, a visita a Roma de uma delegação do Patriarcado Ecuménico. A visita faz parte da tradicional troca de delegações para as respectivas festas dos santos padroeiros: 29 de Junho, em Roma, celebração dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, 30 de Novembro, em Istambul, celebração da Santo André Apóstolo.

Conforme relatado por uma nota do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, a delegação é conduzida pelo Metropolita de Pérgamo Ioannis (Zizioulas), vice-presidente da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, acompanhado pelo bispo de Sinope Athenagoras (Peckstadt), assistente do Metropolita da Bélgica, e do Archimandrita Pe. Prodromos Xenakis, vice-secretário do Santo Sínodo Eparquial da Igreja de Creta.

Amanhã de manhã, a delegação do Patriarcado será recebida em audiência pelo Papa Francisco e terá a oportunidade de encontrar os representantes do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Sábado, 29 de Junho, a delegação participará da solene celebração eucarística presidida pelo Santo Padre.



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Cardeal de Madrid preside Eucaristia em memória do fundador do Opus Dei

Rouco Varela incentiva a seguir o conselho de São Josemaria e santificar a vida cristã a partir de dentro


Madrid, 27 de Junho de 2013


O cardeal arcebispo de Madrid, Antonio María Rouco Varela, presidiu na noite de ontem, na catedral da Almudena, uma celebração eucarística em memória de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, no dia da sua festa litúrgica. Muitas famílias e jovens encheram o templo.

A cerimónia, concelebrada por dom Ramón Herrando, vigário regional da prelatura na Espanha, e por numerosos sacerdotes, incluiu orações pela Jornada Mundial da Juventude, no Brasil, pelas pessoas que sofrem as consequências do desemprego e pelas suas famílias, assim como pelos frutos da Missão Madrid e do Ano da Fé.


Destacando que “todos os santos são exemplares, heróicos e oferecem fórmulas de vida luminosa para os seus irmãos”, o cardeal afirmou que “São Josemaria é um grande exemplo, um apóstolo da vocação à santidade de todos os cristãos”.

Rouco Varela incentivou os participantes na celebração a “explicar bem, com a própria vida e com o exemplo, o chamado universal à santidade e como tentar vivê-lo”. Encorajou-os também a “ser testemunhas da fé” e recordou que “esta atitude de exemplaridade e de serviço é uma contribuição decisiva para superar a crise”. “Tornem Cristo presente na sua vida, porque é o melhor remédio contra a angústia e a depressão”.


O cardeal acrescentou que “a crise social do nosso tempo é muito grave”, junto com a “crise de fé, de esperança e de amor pela qual o mundo vem atravessando. E a resposta é a que São Josemaria deu: santificar a vida e a realidade partindo de dentro dela mesma”.



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Fé e esperança: o remédio da Igreja para a "crise" do homem

Começaram na tarde de hoje os trabalhos da 41ª Reunião dos Secretários Gerais das Conferências Episcopais da Europa.


Roma, 27 de Junho de 2013


Começaram na tarde de hoje os trabalhos da 41ª Reunião dos Secretários Gerais das Conferências Episcopais da Europa. O encontro acontece em Varsóvia, Polónia, a convite do presidente da conferência episcopal polaca e vice-presidente da CCEE, dom Józef Michalik, e será uma oportunidade para se compartilharem ideias sobre o estado actual do continente europeu e sobre o anúncio cristão no Ano da Fé.

Nos quatro dias de trabalho, os secretários focarão na missão da Igreja à luz da exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Europa (28 de Junho de 2003).

Até domingo, 30 de Junho, no centro da Caritas Polónia, os secretários de 33 conferências episcopais europeias tentarão destacar as luzes e sombras da crise que o continente vem atravessando e que desafia a Igreja na sua missão de anunciar o Evangelho.

"É uma questão de mostrar que Jesus continua sendo, hoje, a fonte de esperança para o homem e para a Europa, como o beato João Paulo II escreveu na Ecclesia in Europa", diz dom Duarte da Cunha, secretário geral da CCEE. E continua: "Muitas pessoas pensam que podem viver sem fé. Isto é o que a nossa cultura secular quer nos fazer pensar. Mas ninguém acha possível viver sem esperança! É quase impossível imaginar um mundo, uma vida, sem esperança. A proclamação da fé em Jesus Cristo, que está no coração da nova evangelização, é também uma oferta de esperança para o mundo. A fé e a esperança estão intimamente ligadas. O homem é chamado a escolher em quem colocar a sua esperança: numa abordagem tecnicista e jurídica da economia, que nunca consegue originar uma sociedade humana viva? Ou no paradoxo do amor gratuito, que é um dom da esperança colocada em Jesus e que derruba os egoísmos nacionais e pessoais, que acolhe o outro como amigo e não como concorrente, e que dá valor a toda forma de vida? Com as suas muitas actividades, verdadeiros sinais de esperança, a Igreja na Europa procura tornar visível a presença de Jesus e mostrar como, ainda hoje, nós podemos encontrá-lo".

Entre os participantes, estarão também o secretário da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), pe. Raymond O'Toole, e o secretário da Assembleia dos Bispos Católicos da Terra Santa, pe. Pietro Felet. Ambos os convidados actualizarão os participantes sobre a situação dos cristãos nas suas respectivas áreas geográficas.

O encontro terminará neste domingo, 30 de Junho, com uma missa celebrada junto à comunidade local na catedral da capital polaca, presidida pelo núncio apostólico, dom Celestino Migliore.



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Ser cristãos sem Cristo

Na homilia na Casa Santa Marta, o papa nos convida a não ser "cristãos só de nome", mas a construir a vida sobre a "rocha" que é Cristo, o único que dá segurança


Roma, 27 de Junho de 2013


"Ao longo da história da Igreja, tem havido duas classes de cristãos: os cristãos de nome –aqueles do ‘Senhor, Senhor, Senhor’- e os cristãos de acção, de verdade". O papa Francisco partiu desta clara distinção para desenvolver a sua reflexão na missa de hoje, concelebrada com outros bispos e com o cardeal arcebispo de Aparecida, dom Raimundo Damasceno.

Como faz toda manhã, o Santo Padre deu hoje mais algumas pinceladas no desenho do rosto do verdadeiro cristão. Infelizmente, disse ele hoje, não há somente um tipo de cristãos, mas até mesmo cristãos com várias caras. Há os cristãos “de superfície”; há os muito "rígidos" e, portanto, muito "tristes"; há os "alegres", mas sem a verdadeira alegria de Cristo, e, pior ainda, há os que "se mascaram de cristãos". O denominador comum entre todos eles é o fato de não se fundamentarem na “rocha” da Palavra de Cristo, conforme relatava o evangelho do dia, escrito por Mateus: eles seguem "um cristianismo de nome, um cristianismo sem Jesus, um cristianismo sem Cristo", observou o papa.

Nos séculos da Igreja, "sempre houve a tentação de viver o nosso cristianismo fora da rocha que é Cristo", acrescentou. As pessoas se esquecem muitas vezes que Jesus é "o único que nos dá a liberdade de chamar Deus de Pai", é o único que "nos sustenta nos momentos difíceis" e nos protege quando "cai a chuva, quando os rios transbordam, quando sopram os vendavais". Porque quando se está fundamentado sobre a rocha, tem-se uma segurança. As palavras, enquanto isso, apenas "voam; não são suficientes".

"Ser cristãos sem Cristo" é algo que "aconteceu e está acontecendo na Igreja hoje", prosseguiu Francisco. Em particular, podemos identificar actualmente duas categorias. O cristão "gnóstico", que, "em vez de amar a rocha, ama as belas palavras" e vive um "cristianismo líquido", acreditando em Cristo, sim, mas não como "o que lhe dá fundamento". E o cristão "pelagiano", que se caracteriza por um estilo de vida "engomado": pessoas que acreditam que "a vida cristã deve ser levada tão a sério que acabam confundindo solidez e firmeza com rigidez" e, por isso mesmo, pensam que "para ser cristão é preciso viver de luto".

“Há muitos cristãos assim”, disse o Santo Padre. Mas também é errado chamá-los de cristãos, porque eles são apenas máscaras: "Eles não sabem quem é nosso Senhor, não sabem o que é a rocha, não têm a liberdade dos cristãos. E, para falar de um modo simples, eles não têm a verdadeira alegria". No meio desse leque que abrange desde os supostamente “alegres” até aqueles que vivem perpetuamente de luto, esses crentes "não sabem o que é a felicidade cristã, não sabem aproveitar a vida que Jesus nos dá, porque não sabem falar com Jesus. Eles não se fundamentam em Jesus, com aquela firmeza que a presença de Jesus nos dá", constatou Bergoglio.

E não apenas não têm alegria genuína, acrescentou o papa, como sequer têm liberdade: "Uns são escravos da superficialidade, de uma vida difusa, e outros são escravos da rigidez, não são livres. O Espírito Santo não tem lugar na vida deles. É o Espírito que nos dá a liberdade". Nosso Senhor, portanto, concluiu o papa, "nos convida hoje a construir a nossa vida cristã com base nele, a rocha, aquele que nos dá a liberdade, aquele que nos envia o Espírito, que nos impele a caminhar com felicidade, pela sua estrada, nas suas propostas".



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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Josemaria Escrivá, o santo que fez a Obra de Deus

Hoje, 26 de Junho, é celebrada a festa litúrgica do fundador do Opus Dei, cuja vida foi profundamente imbuída de optimismo cristão


Roma, 26 de Junho de 2013


26 de Junho é a festa litúrgica de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei, canonizado pelo beato João Paulo II em 2002.

São Josemaria nasceu em 1902, na Espanha, em Barbastro, cidade aragonesa, e morreu em 1975 em Roma, cidade onde repousa o seu corpo, na Igreja Prelazia de Santa Maria della Pace.

Escrivá cresceu em uma família cristã, da qual sempre se lembrou com gratidão. Aos dezasseis anos, numa manhã de inverno, enquanto via a neve cair, ele observou as pegadas de dois pés descalços e percebeu que eram de um dos frades carmelitas recém-chegados à cidade. Uma "inquietação divina" se infiltrou nele naquele instante: Josemaria começou a pensar nos sacrifícios que as pessoas fazem por Deus e pelo próximo e se perguntou se algum dia seria capaz de fazer o mesmo.

Escrivá não entende qual é o plano de Deus para ele, mas compreende que recebeu um chamado. Ele pede ao Senhor que ilumine o seu coração, rezando a jaculatória Domine, ut videam: Senhor, que eu veja o que queres de mim. Decide seguir a vocação e é ordenado sacerdote em Zaragoza, em 1925. Três anos depois da ordenação, suas orações são ouvidas: o jovem Josemaria vê.

É 2 de Outubro de 1928, festa dos Anjos da Guarda. Depois da celebração da missa, ele volta para o seu quarto e, enquanto arruma as suas anotações, enxerga de repente a muito aguardada vontade de Deus: uma visão intelectual do Opus Dei, com pessoas de todas as idades, nações e culturas, que procuram e acham a Deus na vida quotidiana, na família, no trabalho e na sociedade.

É uma visão extraordinária: um caminho de santidade empreendido por cristãos comuns, pelos leigos, que, para servir a Igreja, se tornam apóstolos e renovam o mundo sem se separarem dele.

Esta é a primeira etapa do percurso que, ao longo dos anos, levará São Josemaria a realizar o querer divino: a Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei, também conhecida apenas como Opus Dei, que significa “Obra de Deus”, uma obra em que homens e mulheres são chamados a ser santos no mundo, dirigindo a Deus tudo aquilo que fazem e vivendo a filiação divina adoptiva em Cristo.

Quando São Josemaria falece, em 26 de Junho de 1975, a Obra já se estende pelos cinco continentes e conta com mais de 60.000 membros dedicados a servir a Igreja em espírito de plena união com o papa e com os bispos. Para dirigir o Opus Dei, é eleito o mais próximo colaborador de São Josemaria, Álvaro del Portillo, declarado venerável pelo papa Bento XVI em 28 de Junho de 2012.

Optimismo, alegria, paz. São alguns dos traços característicos da personalidade e da espiritualidade de São Josemaria Escrivá. Reproduzimos a seguir alguns escritos significativos, presentes em seus livros mais famosos, para lembrar a importância de se cultivar e transmitir um sorriso iluminado pela fé.

"Por que esse desânimo? Por causa das tuas misérias? Das tuas derrotas, que às vezes se repetem? Por causa de um baque duro, duro, que não esperavas? Sê simples. Abre o teu coração. Olha que nada está perdido ainda. Tu ainda podes ir em frente, e com mais amor, com mais afecto, com mais fortaleza. Refugia-te na filiação divina: Deus é o teu Pai amoroso. Esta é a tua segurança, as águas onde lançar a âncora, não importa o que aconteça na superfície do mar da vida. E acharás alegria, força, optimismo, vitória!" (Viacrúcis, 7,2).

"Temos que ser optimistas, mas de um optimismo que nasce da fé no poder de Deus. O optimismo cristão não é adocicado, nem é uma confiança humana em que tudo irá bem. É um optimismo que se enraíza na consciência da liberdade e na certeza do poder da graça; um optimismo que nos leva a ser exigentes com nós próprios, a nos esforçar para corresponder em todo momento aos apelos de Deus" (Forja, 659).

"A tua vida, o teu trabalho, não deve ser uma obra negativa, não deve ser ‘anti-alguma coisa’. É - deve ser! - afirmação, optimismo, juventude, alegria e paz" (Forja, 103).

"Nossa Senhora é a Rainha da Paz. Por isso, quando a tua alma, o ambiente familiar ou profissional, a convivência na sociedade ou entre os povos estiver agitada, não deixes de aclamá-la com esse título: "Regina Pacis, ora pro nobis". Rainha da Paz, rogai por nós! Já tentaste, ao menos, quando perdes a serenidade?... Ficarás surpreso com a sua eficácia imediata" (Sulco, 874).


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Femicídio: uma culpa da revolução sexual

Estudos recentes nos EUA sugerem que o fenómeno de 1968, combinado com a ampla difusão da pornografia, intensificou o processo de redução da mulher a mero objecto de desejo


Roma, 26 de Junho de 2013


Quando se fala em femicídio, é preciso mencionar duas notícias. A primeira é que o fenómeno, embora ainda generalizado, está sofrendo uma diminuição, apesar de a cobertura da media fazer parecer o contrário. A segunda é ainda mais surpreendente: a revolução sexual é cúmplice da propagação da violência contra as mulheres.

Mas não era o contrário? Não foi a "liberalização dos costumes" que estabeleceu a paridade, o advento de uma era em que a relação homem-mulher é marcada pelo respeito mútuo? Nem um pouco. Esse mito de 68, sedimentado na cultura dominante, está destinado a cair diante de uma realidade bem diferente.

A realidade revela, por exemplo, que existe uma correlação entre a indústria pornográfica, cujo motor foi a revolução sexual, e a violência contra as mulheres. Um estudo recente, realizado pela Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, e publicado pela revista Violence and Victims, aponta que a pornografia estimula nos homens uma agressividade de tipo misógino. A tese, ignorada por aqueles que se afanam para disparar o alarme social do femicídio, é assumida e compartilhada por Vincenzo Puppo, médico e sexólogo do Centro Italiano de Sexologia (CIS).

Em entrevista ao jornal La Stampa, alguns meses atrás (1), Puppo declarou que a pornografia é viciante e, por isso, tem consequências preocupantes. De acordo com o sexólogo, “a visão contínua e repetida dos órgãos genitais masculinos e femininos induz lentamente, sem que o homem ou a mulher percebam, a uma inibição da capacidade de excitar-se mentalmente: o mesmo estímulo sensorial, repetido continuamente, é excitante no início, mas, depois de um certo tempo, não é mais. E o cérebro precisará de estímulos mais fortes ainda".

Daí que o "salto" para um nível maior de perversão seja curto. “Dos sites, revistas e filmes pornográficos ‘normais’, passa-se para aqueles que contêm, por exemplo, estupros e outros tipos de violência sexual, sadomasoquismo, ou com animais, com crianças, etc”. E quando o cérebro fica viciado em certas abominações, numa viagem infernal do instinto rumo ao abismo, “há quem vá buscar seus desafogos fora desse ‘ambiente’ e acabe por explodir em episódios de violência, não só contra as mulheres, mas, ainda mais grave, também contra meninos e meninas”.

Muita gente deveria escutar bem as palavras deste especialista. Em particular aquelas pessoas que, em nome do "direito ao prazer", ao longo dos anos, nada fizeram além de pisotear o pudor com o auxílio de ferramentas como imprensa, TV, arte, política (2). O resultado é que, pelos modelos propostos ao público, a mulher se reduz a mero objecto de desejo. De guardiã do lar, ela se tornou vítima de própria "emancipação".

É surpreendente que essas pessoas, hoje, sejam as mesmas que rasgam as vestimentas diante da violência contra as mulheres e apontem o dedo para o "modelo arcaico da sociedade", que se basearia no abuso do macho contra a fêmea.

Na verdade, foi precisamente para destruir esse "modelo arcaico da sociedade", ninho de obscurantismos reaccionários, que, algumas décadas atrás, teve impulso o movimento social silencioso, mas devastador, que responde pelo nome de revolução sexual. E os efeitos nefastos, agora, incluindo a violência contra as mulheres, estão sob os olhos de quem for capaz e quiser enxergar.

NOTAS



(2) O Partido Comunista italiano apresentou, em Dezembro de 1977, um projecto de lei com o significativo título "Novas normas para proteger a liberdade sexual".



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Legionários de Cristo: Papa Francisco escreve carta ao delegado pontifício, Velasio de Paolis

Papa confirma o mandato do delegado até a celebração do capítulo geral que acontecerá no início de 2014


Roma, 26 de Junho de 2013


O Papa Francisco escreveu uma carta ao  Cardeal Velasio De Paolis, Delegado Pontifício para os Legionários de Cristo e o Movimento Regnum Christi, com a qual agradece pelo trabalho realizado, confirma seu mandato até o Capítulo Geral, previsto para o começo de 2014, e envia palavras de ânimo.

A continuação oferecemos a tradução que se encontra no site oficial do Movimento Regnum Christi do Brasil:

***

Ao venerado irmão
Sr. Cardeal VELASIO DE PAOLIS

Durante a audiência do passado 27 de Maio, o senhor me expôs o desenvolvimento do seu ministério de Delegado para a Congregação dos Legionários de Cristo, confiado pelo meu amado predecessor, Bento XVI, no dia 16 de Junho de 2010.

Desejo agradecer-lhe por informar-me de tudo aquilo que foi realizado no cumprimento desse delicado encargo e, ao mesmo tempo, assegurar-lhe que estudei com atenção o que o senhor expôs no Relatório que me enviou na carta do passado 10 de Maio, assim como o conteúdo dos Relatórios precedentes e o material sobre a Visita Apostólica ocorrida em 2009 e 2010.

Confirmo que o seu mandato chegará ao fim com a celebração do Capítulo extraordinário da Congregação dos Legionários de Cristo, presidido pelo senhor, que se celebrará no inicio de 2014. Este Capítulo terá como objectivos principais a eleição de um novo governo do Instituto e a aprovação das novas Constituições, as quais o senhor logo terá o cuidado de enviar-me para o correspondente exame. Esses são passos imprescindíveis para o caminho de renovação autêntica e profunda da Congregação dos Legionários de Cristo e, indirectamente, também para a actividade de todo o Movimento Regnum Christi.

Por isso, peço que me mantenha informado sobre o processo de preparação do Capítulo, sobre o qual invoco a assistência do Espírito Santo, para que inspire em todos os religiosos a maior dedicação à tarefa de discernimento sobre a sua vocação na Igreja e no mundo.

Expresso também o meu vivo reconhecimento pelo empenho com que generosamente se dedica a esta tarefa e desejo dirigir, através do senhor, uma palavra de ânimo a todos os Legionários de Cristo, aos consagrados e às consagradas do Movimento Regnum Christi e aos leigos comprometidos no mesmo. A todos eles asseguro minhas orações e de coração envio-lhes uma especial Bênção Apostólica, confiando todos à materna protecção de Maria, Mãe da Igreja.

Vaticano, 19 de Junho de 2013
Francisco



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O Santo Padre nomeia comissão para estudar reforma do IOR

Padre Lombardi: Não será um ente de controle do Instituto para as Obras de Religião, mas de informação para o Papa


Cidade do Vaticano, 26 de Junho de 2013


O papa Francisco instituiu uma comissão pontifícia para conhecer melhor a posição jurídica e as actividades do Instituto para as Obras de Religião (IOR) com a finalidade de conseguir uma melhor harmonia do IOR com a missão da Igreja universal e da Sé Apostólica.

O Santo Padre instituiu nesta segunda-feira a comissão, com uma carta escrita e a mesma entra no contexto mais amplo das reformas que o santo padre está estudando sobre as instituições que prestam assistência à Sé Apostólica.

O porta-voz da Assessoria de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, indicou que a comissão não é um ente de controle do IOR, mas “um organismo que estudará e informará o papa” e que “está inserido nas reformas que o santo padre quer realizar”.

A comissão começará o seu trabalho em breve e enquanto o realiza, as actividades do IOR se desenvolvem normalmente.

A comissão é presidida pelo cardeal Raffaele Farina, quase 80 anos, salesiano, que era responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto Vaticano, onde fez importantes reformas, uma pessoa meticulosa e discreta.

A notícia foi anunciada esta manhã pela Secretaria de Estado com o seguinte comunicado:

"O Santo Padre nomeou uma Comissão Pontifícia Referente sobre o Instituto para as Obras de Religião com um Quirógrafo do 24 de Junho.

Como pode ser visto no texto do Quirógrafo publicado hoje, a oportunidade de estabelecer uma Comissão Referente, surgiu do desejo do Santo Padre de conhecer melhor a posição jurídica e as actividades do Instituto para permitir uma melhor harmonia do mesmo com a missão da Igreja universal e da Sé Apostólica, no contexto mais amplo das reformas que sejam oportunas realizar nas Instituições que prestam assistência à Sé Apostólica.

A Comissão tem como objectivo recolher informações sobre o funcionamento do Instituto e apresentar os resultados ao Santo Padre.

Conforme especificado no Quirógrafo, durante o trabalho da Comissão, o Instituto continua a operar de acordo com Quirógrafo de 1990, que o erigiu, salvo outras disposições do Santo Padre.

A finalidade e as competências da Comissão são descritas com mais detalhes no mesmo Quirógrafo.

Os membros da Comissão são o cardeal Raffaele Farina, Presidente; o cardeal Jean-Louis Pierre Tauran, Membro; o bispo Juan Ignacio Arrieta Ochoa de Chinchetru, Coordenador; monsenhor Peter Bryan Wells, Secretário e a Professora Mary Ann Glendon, Membro. A Comissão começa seu trabalho nesses dias.

O Santo Padre deseja uma colaboração feliz e produtiva entre a Comissão e o Instituto".



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Que os padres também sejam pais

O papa exorta os sacerdotes a pedirem a "graça" de uma "paternidade espiritual"


Roma, 26 de Junho de 2013


Os padres, mesmo celibatários, também devem ser "pais". Não é uma proposta de mudança aventada pelo progressista de plantão, mas a mensagem do papa Francisco na missa de hoje, na Casa Santa Marta. A "paternidade" mencionada por Bergoglio não é "física", e sim a paternidade espiritual dos padres no tocante às pessoas confiadas a eles. Uma "graça especial", que só em alguns casos nosso Senhor concede.

O convite de hoje está ligado ao convite similar que o papa fez às oitocentas irmãs da União Internacional das Superioras Gerais, recebidas em audiência no dia 9 de Maio na Sala Paulo VI, a ser "mães fecundas". Sentir-se "pai" de um ser humano significa dar a vida por outro, explicou Bergoglio, e, nos torna semelhantes a Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou por nós, pelos outros.

O "desejo de ser pai", disse o papa, está inscrito "nas fibras mais profundas do homem". Inclusive do padre, que orienta e vive esse desejo, mas de forma espiritual. “Quando um homem não tem esse desejo”, prosseguiu o pontífice, “algo falta nele”. Todos nós, para "ser completos, maduros, precisamos sentir a alegria da paternidade: também nós, celibatários". Porque "a paternidade é dar a vida aos outros, dar vida, dar vida... Para nós, é a paternidade pastoral, a paternidade espiritual; mas é dar vida, é tornar-nos pais".

A reflexão do papa foi sugerida pela passagem de hoje do Génesis, em que Deus promete a Abraão a alegria de um filho e de uma descendência infinita, apesar da sua idade avançada. Abraão sacrifica então alguns animais, de acordo com as instruções de Deus, para selar o pacto, e, depois, defende o seu holocausto do ataque de aves de rapina. Uma cena comovente, na opinião do papa, porque "olhar para aquele nonagenário, com seu bastão", defendendo o seu sacrifício, "me faz pensar num pai que defende a família, os filhos".

Ser pai segundo a paternidade "espiritual" é "uma bênção" que todo sacerdote deve pedir, disse o pontífice. "Pecados nós temos muitos, mas isso é commune sanctorum: todos nós temos pecados. Mas não ter filhos, não ser pai, é como se a vida não chegasse ao fim. Ela para no meio do caminho". Os próprios fieis, observou Bergolio, querem ver isso no padre: "As pessoas nos chamam de padre, de pai... Temos que ser pais pela graça da paternidade pastoral".

"Demos graças a Deus por essa bênção da paternidade na Igreja, que passa de pai para filho", continuou o papa. Nisto, é de exemplo a dupla imagem de "Abraão que pede um filho" e de "Abraão que defende a família". Temos também “a imagem do velho Simeão no templo, que, quando recebe a vida nova, faz uma liturgia espontânea, a liturgia da alegria”.

Certamente não é coincidência, mas as palavras de hoje do papa Francisco “caíram como uma luva” para o público presente na capela da Casa Santa Marta: talvez, pela primeira vez nestes três meses, composto exclusivamente por prelados e sacerdotes.

Eles acompanhavam o cardeal Salvatore De Giorgi, arcebispo emérito de Palermo, que hoje celebrava o seu 60º aniversário de ordenação sacerdotal.

O papa Francisco recordou o aniversário na homilia, dirigindo ao cardeal ​​palavras afectuosas e cheias de estima pelo "marco" alcançado. "Eu não sei o que foi que fez o nosso querido Salvador", disse o pontífice, mas "tenho certeza de que ele foi ‘pai’. Este é um sinal", acrescentou, pedindo à multidão de religiosos que o acompanhavam a seguir o seu exemplo. "Agora é com vocês", incitou Bergoglio, simpaticamente: cada árvore "dá o fruto de si mesma, e, se a árvore é boa, o fruto deve ser bom, certo?". E concluiu: "Não façam feio!".



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Sejamos pedras vivas da Igreja

Catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira.


Cidade do Vaticano, 26 de Junho de 2013


Publicamos a seguir a catequese do Papa Francisco durante a Audiência Geral desta Quarta-feira, na Praça de São Pedro: 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje gostaria de fazer uma breve referência a outra imagem que nos ajuda a ilustrar o mistério da Igreja: aquela do templo (cfr Con. Ecum. Vat. II, Const. dogm. Lumen gentium, 6).

Em que nos faz pensar a palavra templo? Nos faz pensar em um edifício, em uma construção. De modo particular, a mente de muitos vai à história do Povo de Israel narrada no Antigo Testamento. Em Jerusalém, o grande Templo de Salomão era o lugar de encontro com Deus na oração; dentro do Templo havia a Arca da Aliança, sinal da presença de Deus em meio ao povo; e na Arca havia as Tábuas da Lei, o maná e a vara de Araão um lembrete de que Deus estava sempre dentro da história de seu povo, o acompanhava no caminho, guiava seus passos. O templo recorda essa história: também nós quando vamos ao templo devemos recordar esta história, cada um de nós a nossa história, como Jesus me encontrou, como Jesus caminhou comigo, como Jesus me ama e me abençoa.

Então, isso que era prefigurado no antigo Templo, é realizado, pelo poder do Espírito Santo, na Igreja: a Igreja é a “casa de Deus”, o lugar da sua presença, onde possamos encontrar e conhecer o Senhor; a Igreja é o Templo no qual mora o Espírito Santo que a anima, a guia e a apoia. Se nos perguntamos: onde podemos encontrar Deus? Onde podemos entrar em comunhão com Ele através de Cristo? Onde podemos encontrar a luz do Espírito Santo que ilumina a nossa vida? A resposta é: no povo de Deus, entre nós, que somos Igreja. Aqui encontraremos Jesus, o Espírito Santo e o Pai.

O antigo Templo era edificado pelas mãos dos homens: desejava-se “dar uma casa” a deus, para ter um sinal visível da sua presença em meio ao povo. Com a encarnação do Filho de Deus, cumpre-se a profecia de Natan ao rei Davi (cfr 2 Sam 7, 1-29): não é o reio, não somos nós a “dar uma casa a Deus”, mas é o próprio Deus que “constrói a sua casa” para vir e morar em meio a nós, como escreve São João em seu Evangelho (cfr 1,14). Cristo é o Templo vivo do Pai, e o próprio Cristo edifica a sua “casa espiritual”, a Igreja, feita não de pedras materiais, mas de ‘pedras vivas’, que somos nós. O Apóstolo Paulo diz aos cristãos de Éfeso: vós sois “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo como pedra angular o próprio Cristo Jesus. Nele toda a construção cresce bem ordenada para ser templo santo do Senhor; Nele também vós sois edificados juntos para transformar-se morada de Deus por meio do Espírito Santo” (Ef 2,20-22). Isto é uma coisa bela! Nós somos as pedras vivas do edifício de Deus, unidos profundamente a Cristo, que é a pedra de sustentação e também de sustentação entre nós. O que isso quer dizer? Quer dizer que o templo somos nós, nós somos a Igreja viva, o templo vivo e quando estamos juntos entre nós há também o Espírito Santo, que nos ajuda a crescer como Igreja. Nós não somos isolados, mas somos povo de Deus: esta é a Igreja!

E é o Espírito Santo, com os seus dons, que desenha a variedade. Isto é importante: o que faz o Espírito Santo entre nós? Ele desenha a variedade que é a riqueza na Igreja e une tudo e todos, de forma a construir um templo espiritual, no qual oferecemos não sacrifícios materiais, mas nós mesmos, a nossa vida (cfr 1Pt 2,4-5). A Igreja não é um conjunto de coisas e de interesses, mas é o Templo do Espírito Santo, o Templo no qual Deus trabalha, o Templo do Espírito Santo, o Templo no qual Deus trabalha, o Templo no qual cada um de nós com o dom do Baptismo é pedra viva. Isto nos diz que ninguém é inútil na Igreja e se alguém às vezes diz ao outro: “Vá para casa, você é inútil”, isto não é verdade, porque ninguém é inútil na Igreja, todos somos necessários para construir este Templo! Ninguém é secundário. Ninguém é o mais importante na Igreja, todos somos iguais aos olhos de Deus. Alguém de vocês poderia dizer: “Ouça, Senhor Papa, o senhor não é igual a nós”. Sim, sou como cada um de vocês, todos somos iguais, somos irmãos! Ninguém é anónimo: todos formamos e construímos a Igreja. Isto nos convida também a reflectir sobre o fato de que se falta o tijolo da nossa vida cristã, falta algo à beleza da Igreja. Alguns dizem: “Eu não tenho nada a ver com a Igreja”, mas assim pula o tijolo de uma vida neste belo Templo. Ninguém pode sair, todos devemos levar à Igreja a nossa vida, o nosso coração, o nosso amor, o nosso pensamento, o nosso trabalho: todos juntos.

Gostaria então que nos perguntássemos: como vivemos o nosso ser Igreja? Somos pedras vivas ou somos, por assim dizer, pedras cansadas, entediadas, indiferentes? Vocês viram como é ruim ver um cristão cansado, entediado, indiferente? Um cristão assim não vai bem, o cristão deve ser vivo, alegre por ser cristão; deve viver esta beleza de fazer parte do povo de Deus que é a Igreja. Nós nos abrimos à acção do Espírito Santo para ser parte activa nas nossas comunidades ou nos fechamos em nós mesmos dizendo: “tenho tantas coisas a fazer, não é tarefa minha”?

O Senhor nos dê a todos a sua graça, a sua força, a fim de que possamos ser profundamente unidos a Cristo, que é a pedra angular, a pilastra, a pedra de sustentação da nossa vida e de toda a vida da Igreja. Rezemos para que, animados pelo seu Espírito, sejamos sempre pedras vivas da sua Igreja.



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