O delegado permanente da Santa Sé junto dos organismos da ONU, padre Fernando Arellano, criticou o falhanço da estratégia internacional de combate à fome. Numa sessão da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), o padre espanhol disse que “continuamos a verificar um aumento do número de pessoas subnutridas em todo o mundo”. Arellano acrescentou que se“trata de uma situação dramática e escandalosa, diante da qual ninguém pode ficar insensível ou indiferente”, lembrando que “a comunidade internacional se comprometeu a criar um mundo livre da fome” até 2030.
Na sessão, que decorreu quarta-feira, dia 26, o representante da Santa Sé disse que a agricultura é uma actividade central para a melhoria do acesso à alimentação por todas as populações, do desenvolvimento das zonas rurais e da resolução de crises migratórias, mas acrescentou que não se deve “pensar no desenvolvimento simplesmente como uma ferramenta útil para diminuir a migração”, mas sim como “um direito inegável de cada ser humano”.
Fernando Arellano lembrou também os deslocados internos que, em muitos casos, não têm preparação ou habilitações profissionais suficientes e se vêem desse modo atirados “para o círculo vicioso da pobreza”, defendendo que se facilite “o acesso à terra, salvaguardando os direitos de propriedade e de segurança, bem como o acesso ao crédito e aos mercados locais”.
Numa mensagem recente endereçada à FAO, o Papa Francisco tinha destacado a importância de dar oportunidade aos jovens para se afirmarem como “agentes de mudança e desenvolvimento das suas comunidades, a partir de uma visão de ecologia integral”.
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