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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O Nosso Advento

Estamos ansiosamente à espera do Grande Dia. O nascimento de alguém é sempre uma festa, e toda a festa tem uma preparação, tal como nas nossas casas preparamos os aniversários dos nossos familiares com um bom almoço ou jantar, compramos atempadamente um presente que seja do agrado do aniversariante, assim neste tempo refletimos sobre aquilo que Jesus gostaria que lhe dessemos, ou melhor, o que existe em nós que impeça uma maior intimidade com Ele, preparando ao mesmo tempo o nosso encontro definitivo com a Santíssima Trindade.

Ao olhar para o presépio vemos Maria e José esperando por esse grande dia, não de um modo ocioso. Maria mal sabe que a sua prima de avançada idade está grávida do 6º mês, vai ao seu encontro e ali permanece durante três meses. Através da sua oração Magnificat podemos tenuemente, vislumbrar o que Maria guardava no seu coração: A imensa gratidão para com Aquele que a tinha escolhido como mãe, a constatação de que apesar de ser apenas uma criatura, Deus tinha feito grandes maravilhas Nela e que, todas as gerações vindouras a louvariam porque a humildade é a verdade. O estado de Maria seria uma constante Acção de Graças pelo que ia ocorrer na História da Humanidade, não palreou, não andou anunciar, meditava no seu coração, como refere o evangelho. Quando o assombro nos assola não há palavras que o descrevam, só queremos silêncio e nos deliciar com ele. Foi o que aconteceu com Maria, Ela não se dispersa concentra-se no essencial: em Jesus.

 S. José por seu lado, questionar-se-ia o porquê de ser ele o escolhido, também não se distraia com nada, as suas acções, a partir do momento em que Deus lhe revelara a sua missão, teriam um único fim: Jesus e Maria. Deus manda e prontamente faz, sem demora, obedece. São apanhados desprevenidos com um decreto de César Augusto e têm de deslocar- se para se recensearem. Queixas? Não faltavam motivos, mas nenhuma é referida no evangelho, este só nos diz que José foi recensear-se como os demais cidadãos!

Por vezes questiono-me acerca de como os seus vizinhos veriam este casal. Muitos com admiração, pedindo muitas vezes conselhos, contudo ao ver tanta perfeição, sobretudo em Maria, muitos teriam inveja e, tal como aconteceu com Jesus, podem ter tentado armar ciladas para os apanhar, em alguma falta. A inveja sempre existiu e sobretudo naqueles que mais carecem de virtude. Mas, neste casal só encontram paz porque quem abraça a vontade de Deus só pode ser sereno. Fixemos o olhar em Maria e José e peçamos que nos ensine receber cada dia melhor Jesus e a preparar esse grande dia que se avizinha.

Maria Guimarães



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