Páginas

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Estar atentos e vigilantes

Já estamos em Dezembro! E assim, neste mês começa a azáfama para a preparação de uma grande Festa, o Natal. As ruas aparecem mais iluminadas. Normalmente preocupamo-nos por ir ao sótão, arrecadação ou mesmo armário buscar todos os enfeites natalícios para decorar a casa. As montras chamam a atenção, por vezes demasiadamente focada no consumismo. Corremos e passamos tempo, por vezes exagerado, em filas nas lojas para comprar presentes para os nossos entes mais queridos. Aumenta o stress com as refeições familiares. É preciso preparar tudo e há muita preocupação por ter mesas fartas, com tudo o mais apetitoso possível.

Tudo isto não é necessariamente mau, se for na medida do aceitável. E mais do que isso, se não nos esquecermos do mais importante de tudo, do que realmente o Natal deverá ser.

Devemos, então, ‘parar um pouco’, ouvir e pensar na palavra que mais se ouve nas leituras da Missa do 1º domingo de Advento – VIGIAI. O cristão não deve viver mergulhado nos prazeres que alienam, nem se deve deixar sufocar pelo trabalho excessivo. Mas também não deve adormecer numa passividade que lhe rouba as oportunidades. O cristão (na minha opinião cada pessoa) deve estar, em cada minuto que passa, atento e vigilante, acolhendo o Senhor que Vem numa Criança, respondendo aos seus desafios, cumprindo o seu papel, empenhando-se na construção de um Mundo melhor, não só no Natal mas todos os dias.

Concluindo, devemos aproveitar que Deus nascerá como uma Criança na gruta de Belém para que nos aproximemos Dele e depois vermo-Lo nos que nos rodeiam, na Família, nos amigos, nos colegas de trabalho, nas pessoas que passam por nós na rua…A azáfama da preparação do Natal não deve fazer-nos esquecer que o Natal é uma época particularmente enternecedora, na qual nos devemos esforçar por imitar o ambiente que se devia respirar na gruta de Belém, onde Maria e José estariam muito atentos ao Menino Jesus.

O convite de Deus no tempo do Avento é para estarmos atentos e vigilantes, para não desperdiçar as ocasiões de amor que nos doa. O Papa Francisco disse ‘A pessoa atenta é a que, em meio ao barulho do mundo, não se deixa tomar pela distração ou pela superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação voltada antes de tudo aos outros. Com esta atitude percebemos as lágrimas e as necessidades do próximo e podemos dar-nos conta também das suas capacidades e qualidades humanas e espirituais.’

O Advento nos faz olhar para o céu, mas com os pés na terra. O Papa Francisco explicou ‘A pessoa atenta também se preocupa com o mundo, procurando contrastar a indiferença e a crueldade presentes nele, e alegrando-se pelos tesouros de beleza que contudo existem e devem ser preservados. Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer quer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, quer a riqueza escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o Senhor. A pessoa vigilante é a que aceita o convite a vigiar, ou seja, a não se deixar dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão; e ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está cheio e atrás das quais, por vezes, se sacrificam tempo e serenidade pessoal e familiar.’

Portanto, devemos estar atentos e vigilantes para o mais importante, o encontro com Deus, incluindo nos que nos rodeiam. O Papa Francisco acrescentou ‘Nossa Senhora, Virgem do Advento, nos ajude a não nos considerarmos proprietários da nossa vida, a não opormos resistência quando o Senhor vem para a mudar, mas a estar preparados para nos deixarmos visitar por Ele, hóspede esperado e agradável mesmo se transtorna os nossos planos.’ Ele Vem até nós mas Quer-nos livres e assim teremos de aceitar e deixar que Ele nos Transforme para podermos transformar todos os dias o Mundo.

Maria Caetano Conceição





Sem comentários:

Enviar um comentário