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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Que engraçado…

Agora tenho ouvido repetir com alguma frequência que é possível ser santo na vida de todos os dias, no quotidiano, no meio das nossas mais elementares tarefas, não obstante a profissão, a idade, o estado civil e a formação académica. Parece até que a santidade não está reservada aos bispos, sacerdotes e consagrados, mas é um ideal concretizável para todos os leigos batizados, casados ou solteiros, no lugar onde vivem: todos somos chamados a ser santos!

Esta novidade, pelo menos para mim, é deveras entusiasmante e provocadora na medida em que se abrem horizontes de luz e de esperança inimagináveis. Foi então que me lancei em busca de saber como concretizar tal proeza e eis o resultado da minha pesquisa:

«Antes de tudo, devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nos propomos sozinhos, que nós obtemos com as nossas qualidades e capacidades. A santidade é um dom, é a dádiva que o Senhor nos oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de Si mesmo, tornando-nos como Ele é. 

Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar exclusivamente à oração. Mas não é assim! Podes ser santo lá onde trabalhas. É Deus quem te concede a graça de ser santo, comunicando-se a ti!». Sempre, em cada lugar, é possível ser santo, abrir-se a esta graça que age dentro de nós e nos leva à santidade. 

Casado, solteiro? Sê santo no amoroso cumprimento dos deveres conjugais. Mãe, pai, avó, avô? Sê santo, ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é necessária tanta paciência para isto, para ser um bom cônjuge, uma boa mãe, um bom pai, um bom avô, uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta paciência que chega a santidade: exercendo a paciência! 

Catequista, educador, voluntário? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de Deus e da sua presença ao nosso lado. Eis: cada condição de vida leva à santidade, sempre! Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimeis de percorrer esta senda. É precisamente Deus quem nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que permaneçamos em comunhão com Ele e ao serviço dos irmãos.

Quando o Senhor nos convida a ser santos, não nos chama para algo pesado, triste... Ao contrário! É o convite a compartilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com júbilo cada momento da nossa vida, levando-o a tornar-se ao mesmo tempo um dom de amor pelas pessoas que estão ao nosso lado. Se entendermos isto, tudo mudará, adquirindo um significado novo, bonito, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia.

São pequenas coisas, mas cada passo rumo à santidade fará de nós pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em nós mesmos, abertos aos irmãos e às suas necessidades». In: Tema duma Audiência Geral na Praça de S. Pedro.

Ora bem, sendo assim, parece que ser santo não significa rezar o tempo todo, mas cumprir em cada dia o nosso dever. Rezar, trabalhar, cuidar dos filhos, mas fazer tudo com o coração aberto a Deus. É possível. Não é difícil. É barato e não dá milhões, mas conduz ao Paraíso Celestial.

Afinal é engraçado, queremos passar o tempo da nossa vida na terra a amealhar coisas e bens que ficam cá todos quando morremos, e tão descuidados somos com o praticar das boas acções que nos acompanharão no momento da partida.

Caros/as amigos/as leitores/as, eis o roteiro para a santidade! Vamos em frente com ânimo, não estamos sós e o caminho não parece ser assim tão sinuoso, mas antes um acumular de pequenos nadas que se transformam em passaporte para a Eternidade.

Ana Maria d´Oliveira



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