A alegria do perdão de Deus.
O Papa Francisco proclamou um “Jubileu Extraordinário” centrado na “Misericórdia de Deus” o qual terá início no dia 8 de Dezembro deste ano de 2015 e percorrerá todo o ano de 2016, reiterando que ninguém pode ser excluído da Misericórdia de Deus.
«A misericórdia divina não é algo abstracto, mas que só se torna visível no rosto de Jesus Cristo. Contemplar esse rosto de Cristo é meter-se completamente na essência do mistério divino e, por isso, «é fonte de alegria, de serenidade e de paz. A misericórdia, sintetiza o Papa, é o caminho que une Deus ao homem, porque abre o coração à esperança de ser amado, apesar dos limites do nosso pecado».
Na bula da convocatória do Ano Jubilar Extraordinário, Misericordiae Vultus (O rosto da Misericórdia), o Papa Francisco convida-nos a olhar o rosto de Cristo, que revela de um modo concreto o modo de ser de Deus. A misericórdia do Pai torna-se um critério de actuação para os filhos. Por isso, durante este ano da graça, a Igreja é chamada a renovar a sua Missão de dar testemunho do Amor Misericordioso de Deus.
Francisco destaca também a importância da data de abertura do Ano Santo, que será no dia 8 de Dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Conceição. «Esta festa litúrgica indica o modo como Deus opera», que «não quis deixar a humanidade na solidão à mercê do mal. Para isso pensou e quis Maria Santa e Imaculada no amor para que fosse a Mãe do Redentor do homem. Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão».
O Papa também escolheu esta data, 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, «pelo seu enorme significado na história recente da igreja». Os padres conciliares chegaram à conclusão que «era chegado o tempo de anunciar o Evangelho de um modo novo». Recordando as palavras que S. João XXIII pronunciou na abertura do Concílio: «No nosso tempo, a Esposa de Cristo prefere utilizar o tratamento medicinal da misericórdia e não empunhar as armas da violência» e, também, outras palavras do Beato Paulo VI, que condensou a espiritualidade do Vaticano II no episódio do samaritano: «O Concílio enviou ao mundo contemporâneo, em vez de diagnósticos deprimentes, remédios estimulantes: em vez de maus presságios, mensagens de esperança».
Sob o olhar protector desta graça estão também os enfermos, os presos, os falecidos e aqueles que recorreram ao aborto (“o drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, quase sem se dar conta do gravíssimo mal que um gesto semelhante comporta. Muitos outros, ao contrário, mesmo vivendo este momento como uma derrota, julgam que não têm outro caminho a percorrer”. Por este motivo o Sumo Pontífice – “decidiu conceder a todos os Sacerdotes para o Ano Jubilar a faculdade de absolver do pecado de aborto a quantos o cometeram e, arrependidos de coração, pedirem que lhes seja perdoado”.
O Papa fez também uma chamada especial "aos homens e mulheres que pertençam a algum grupo criminoso», «a todas as pessoas que promovem ou são cúmplices da corrupção». Este é o tempo oportuno para mudar de vida. Este é o tempo para deixar-se levar pelo que o coração dita (...)
Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) e à celebração da Santa Eucaristia com uma reflexão sobre a Misericórdia”. “Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”.
O Papa acredita que este Ano Santo contribua para uma aproximação entre as tradições religiosas e menciona, em particular, o Judaísmo e o Islamismo, que considerem a Misericórdia como «um dos atributos mais preciosos de Deus. «A Misericórdia revela o próprio ser de Deus: não é um sinal de fraqueza, mas a expressão da sua omnipotência. O seu ser misericordioso concretiza-se em actos de salvação com os quais «mostra o seu amor, que é como o de um pai ou de uma mãe que se emocionam no mais profundo das suas entranhas pelo seu próprio filho. É caso para dizer que é realmente um amor «visceral». Vem do mais íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e de perdão».
O Ano Jubilar terminará na solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, a 20 de Novembro 2016. «Nesse dia, ao fechar a Porta Santa, teremos antes de tudo sentimentos de gratidão e reconhecimento à Santíssima Trindade por nos ter concedido um tempo extraordinário de graça».
A Igreja como oásis da Misericórdia é a esperança do Papa Francisco, por isso não se cansa de repetir que as guerras, os ódios, o terrorismo e tantos outros males que afectam o mundo não podem vir de Deus, mas sim do homem que se afastou d´Ele.
Maria Susana Mexia
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