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sábado, 7 de março de 2015

Cáritas reconhece a liderança das mulheres na melhoria de suas comunidades

No Dia Internacional da Mulher Trabalhadora o I Prémio Mulheres que cultivam o desenvolvimento será entregue em Roma para um projecto focado na promoção da agricultura familiar


Roma, 06 de Março de 2015 (Zenit.org)


No próximo domingo, 8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, acontecerá em Roma a cerimónia de entrega do I Prémio “Mulheres que cultivam o desenvolvimento” convocado pela Caritas Internacional para um projecto de promoção da agricultura familiar liderado por mulheres camponesas na Nicarágua e que conta com o apoio da Caritas Espanhola.

O prémio de 10.000 euros, é resultado de uma iniciativa conjunta da Cáritas Internationalis e a Fundação Fidel Götz para distinguir aqueles projectos de desenvolvimento voltados para a luta contra a fome.

A pessoa encarregada por receber o prémio será Alba Marina Rosales, uma das camponesas participantes deste programa promovido pela Cáritas de Nicarágua, com o objectivo de impulsar a agricultura familiar, ecológica e sustentável em uma região desse país da América Central, com altos índices de pobreza e desnutrição, informou a organização em um comunicado.

Com este prémio, Caritas Internationalis reconheceu "a liderança das mulheres na melhoria da nutrição e na qualidade de vida de suas famílias e comunidades". De facto, o 70 por cento dos participantes neste programa de Nicarágua são mulheres que frequentam cursos sobre agricultura, que trabalham activamente nas suas hortas e que decidem quais plantas querem cultivar, como produzi-las e onde comercializá-las.

Neste projecto de desenvolvimento rural e alimentação, que começou em 2013 e que tem uma duração prevista de três anos, participam 270 famílias muito vulneráveis das dioceses de Juigalpa, Matagalpa e Esteli, que sobreviviam com menos de dois dólares por dia. Com o apoio da Caritas puderam melhorar a sua capacitação e obter sementes, instalar sistemas de irrigação e adquirir matérias agrícolas.

Em pouco mais de 18 meses, essas famílias expandiram as suas hortas, melhoraram a sua produção, recuperaram variedades crioulas, diversificaram os cultivos – agora plantam milho, feijão, cenoura, cebola, pimentão, rabanete e repolhos – e substituíram os fertilizantes e insecticidas naturais químicos pelos naturais. Além do mais, e o mais importante, os níveis de desnutrição abaixaram nestas comunidades, especialmente de anciãos e crianças.

"Esses agricultores, muitas vezes desvalorizados em suas comunidades, foram capazes de melhorar as suas vidas e as dos familiares”, disse Juana Bertha Duarte, membro da equipe de Caritas Nicarágua, que acompanha Alba Marina Rosales em Roma para participar da cerimónia de atribuição dos prémios.

Na cerimónia do dia 8 – que acontecerá na Casina Pio IV, no coração do Vaticano – outro projecto também será premiado, que não forma parte da rede Cáritas. É um programa de artesanato e bordado promovido pela Basmeh e Zeitooneh, uma associação que ajuda mulheres sírias e palestinas refugiadas no Líbano.

"Muitos deles estão sozinhos nos campos de refugiados com seus filhos e não tinham nenhuma maneira de ganhar a vida. Agora trabalham em uma oficina, onde costuram produtos à mão e vendem a nível local e internacional para países como Dubai, Qatar, Alemanha, Países Baixos e os Estados Unidos", explicou da Caritas.

Também nesse mesmo ato será celebrado a segunda edição da “Narração de histórias de Vozes de Fé”, uma iniciativa da Fundação Fidel Götz em que diferentes mulheres de todo o mundo discutirão sobre o acompanhamento aos mais vulneráveis, a fé, a esperança, a dignidade humana, a igualdade e a importância da educação para o desenvolvimento.

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