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sábado, 31 de agosto de 2024

Mais do que terem fortes convicções religiosas, as pessoas querem líderes que defendam as suas crenças

Estudo internacional

 | 30 Ago 2024

Cientistas, líderes políticos dos Emirados Árabes Unidos e representantes religiosos de todo o mundo reuniram-se numa cimeira pré-COP28. Os líderes religiosos publicaram uma declaração interreligiosa para a cimeira do clima. Foto © Presidência da COP28/Muslim Council of Elders

” A maioria das pessoas de 35 países do mundo consideram ser mais importante que os seus líderes defendam as crenças religiosas deles do que terem, ou não, fortes crenças religiosas pessoais.”  Foto © Presidência da COP28 / Muslim Council of Elders

 

A maioria das pessoas de 35 países do mundo consideram ser mais importante que os seus líderes defendam as crenças religiosas deles do que terem, ou não, fortes crenças religiosas pessoais. O estudo foi conduzido pelo Pew Research Center entre janeiro e maio de 2024, contou com mais de 53.000 inquiridos e foi divulgado no dia 28 de agosto.

O inquérito procurava obter repostas sobre a importância da atitude religiosa dos Presidentes, primeiros-ministros, ou outro líder máximo do país, de roda de três vetores: ser alguém que tem as mesmas convicções religiosas do entrevistado; ser alguém com convicções religiosas fortes, mesmo se diferentes das do entrevistado; e ser alguém que, independentemente das suas convicções, defenda todos os que têm as mesmas convicções religiosas do entrevistado.

Nos Estados Unidos, por exemplo, 64 por cento dos adultos dizem que é importante ter um Presidente que defenda as pessoas que partilham as crenças religiosas do inquirido. Um número menor (48%) afirma que é importante que um presidente tenha as suas próprias crenças religiosas fortes, mesmo que tais crenças sejam diferentes das do entrevistado. São ainda menos os americanos (37%) que dizem ser importante que um Presidente tenha crenças religiosas iguais às suas.

Em países onde a religião é considerada muito importante, as pessoas são geralmente mais propensas a valorizar as crenças religiosas do seu líder. Por exemplo, 94 por cento dos adultos na Indonésia dizem que a religião é muito importante nas suas vidas e 86 por cento dizem que é importante que o seu Presidente tenha fortes crenças religiosas. Este é um dos níveis mais elevados encontrados nos 35 países da América do Norte, Europa, Ásia, Pacífico, Médio Oriente, África e América Latina em que o inquérito decorreu.

No entanto, em vários países da Europa e do Leste Asiático, é menos provável que os adultos digam que é importante que um líder nacional defenda as pessoas com as suas crenças religiosas. França, Japão e Coreia do Sul destacam-se como alguns dos países onde são menores as percentagens de pessoas que partilham desta opinião. Em cada um daqueles países, apenas cerca de um quarto dos adultos dizem isto. Os adultos suecos são os menos propensos a afirmar que é importante ter um primeiro-ministro com fortes crenças religiosas. Apenas 6% dos suecos dizem isso.

Os resultados obtidos pelo inquérito nos EUA são significativos na perspetiva da campanha presidencial em curso, na medida em que a candidata democrata Kamala Harris se identifica como cristã e cresceu com uma mãe hindu, enquanto o seu candidato a vice-presidente, o governador de Minnesota, Timothy Walz, é um luterano que cresceu num lar católico. No lado republicano, o candidato Donald Trump identifica-se como cristão e tem forte apoio entre os cristãos evangélicos. O seu candidato a vice-presidente, o senador norte-americano JD Vance, é alguém que se converteu  ao catolicismo quando adulto.



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