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sábado, 10 de agosto de 2024

Até o Papa Francisco…

Na sua “Carta sobre o papel da literatura na educação”, escrita em 17 de Julho e publicada no dia 4 de Agosto, nos procura despertar para a importância e a necessidade da leitura.

A literatura pode educar o coração e o pensamento, permite fazer um exercício livre e humilde da própria racionalidade, amplia a sensibilidade humana e conduz a uma maior abertura espiritual.

Um bom livro abre a mente, estimula o coração, treina para a vida. O Papa Francisco dirigiu estes conselhos aos futuros sacerdotes, a todos os agentes pastorais e a todos os cristãos para que entendam o valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal.

Os efeitos benéficos de um bom livro que, “muitas vezes no tédio das férias, no calor e na solidão de alguns bairros desertos”, pode ser “um oásis que nos distancia de outras escolhas que não são boas para nós” e que, em “momentos de cansaço, tristeza, decepção, fracasso ou quando nem mesmo na oração conseguimos encontrar a quietude da alma”, ler pode-nos ajudar a superar momentos difíceis e “ter um pouco mais de serenidade”. As pessoas costumavam dedicar-se mais à leitura antes da omnipresença dos Media, das redes sociais, dos smartphones e de outros dispositivos, porém a leitura de um livro torna-se mais fértil e o leitor é muito mais ativo.

O Pontífice adverte que não se deve “ler algo por obrigação”, pelo contrário, deve-se selecionar as próprias leituras “com abertura, surpresa e flexibilidade”.

Na carta, o Papa enumera as consequências positivas que, segundo os estudiosos, decorrem do “hábito de ler”: ajuda a “adquirir um vocabulário mais amplo”, “a desenvolver vários aspectos” da própria inteligência, “ estimula a imaginação e a criatividade”, “permite que as pessoas aprendam a exprimir as suas narrativas de uma forma mais rica”, “melhora também a capacidade de concentração, reduz os níveis de deficit cognitivo, e acalma o stress e a ansiedade”. Em termos concretos, a leitura prepara-nos para compreendermos e aprendermos a enfrentar as várias situações que podem surgir na vida”, pois, “ao ler, mergulhamos nas personagens, nas preocupações, nos dramas, nos perigos, nos medos de pessoas que acabaram por ultrapassar os desafios da vida”.

A literatura ajuda a fazer eficazmente uma experiência de existência. A nossa visão ordinária do mundo é reduzida e limitada pela pressão que os objetivos operacionais e imediatos do nosso agir exercem sobre nós, podendo tornar-se somente algo a fazer, correndo o risco de cair na busca duma “eficiência que banaliza o discernimento, empobrece a sensibilidade e reduz a complexidade”.

Na vida devemos aprender a distanciarmo-nos do imediato, a reduzir a velocidade, a contemplar e a escutar. A leitura de um bom livro será o caminho a seguir, para esta pausa tão necessária quanto benéfica.

Boas férias com excelentes leituras é o meu voto para os leitores.

 

Maria Susana Mexia

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