Na sua “Carta sobre
o papel da literatura na educação”, escrita em 17 de Julho e publicada no dia 4
de Agosto, nos procura despertar para a importância e a necessidade da leitura.
A literatura pode educar o coração e o pensamento,
permite fazer um exercício livre e humilde da própria racionalidade, amplia a
sensibilidade humana e conduz a uma maior abertura espiritual.
Os efeitos benéficos de um bom livro que, “muitas
vezes no tédio das férias, no calor e na solidão de alguns bairros desertos”,
pode ser “um oásis que nos distancia de outras escolhas que não são boas para
nós” e que, em “momentos de cansaço, tristeza, decepção, fracasso ou quando nem
mesmo na oração conseguimos encontrar a quietude da alma”, ler pode-nos ajudar
a superar momentos difíceis e “ter um pouco mais de serenidade”. As pessoas
costumavam dedicar-se mais à leitura antes da omnipresença dos Media, das redes sociais, dos smartphones e de outros dispositivos,
porém a leitura de um livro torna-se mais fértil e o leitor é muito mais ativo.
O Pontífice adverte que não se deve “ler algo por
obrigação”, pelo contrário, deve-se selecionar as próprias leituras “com
abertura, surpresa e flexibilidade”.
Na carta, o Papa enumera as consequências positivas
que, segundo os estudiosos, decorrem do “hábito de ler”: ajuda a “adquirir um
vocabulário mais amplo”, “a desenvolver vários aspectos” da própria
inteligência, “ estimula a imaginação e a criatividade”, “permite que as
pessoas aprendam a exprimir as suas narrativas de uma forma mais rica”,
“melhora também a capacidade de concentração, reduz os níveis de deficit cognitivo,
e acalma o stress e a ansiedade”. Em
termos concretos, a leitura prepara-nos para compreendermos e aprendermos a enfrentar
as várias situações que podem surgir na vida”, pois, “ao ler, mergulhamos nas
personagens, nas preocupações, nos dramas, nos perigos, nos medos de pessoas
que acabaram por ultrapassar os desafios da vida”.
A literatura ajuda a fazer eficazmente uma experiência de existência. A nossa
visão ordinária do mundo é reduzida e limitada pela pressão que os objetivos
operacionais e imediatos do nosso agir exercem sobre nós, podendo tornar-se
somente algo a fazer, correndo o risco de cair na busca duma “eficiência que
banaliza o discernimento, empobrece a sensibilidade e reduz a complexidade”.
Na vida devemos aprender a distanciarmo-nos do
imediato, a reduzir a velocidade, a contemplar e a escutar. A leitura de um bom
livro será o caminho a seguir, para esta pausa tão necessária quanto benéfica.
Boas férias com excelentes leituras é o meu voto para
os leitores.
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