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segunda-feira, 8 de março de 2021

Páscoa no Iraque

Olá bom dia e boa semana!

Aconteceu Páscoa no Iraque, umas semanas antes do previsto! Páscoa fecunda, que celebra a vida após tanta morte... Páscoa verdadeira, que irradia luz após tantas sombras... Páscoa cristã, que acredita no que está para além da cruz...

Os três dias da visita do Papa ao berço da civilização religiosa terão recriado sentimentos de quem viveu a maior das esperas, até ao terceiro dia, no silêncio de sepulcro. E, com o Papa, chegou ressurreição a Bagdade, Najaf, Ur, Mossul, Qaraqosh, Erbil e tantos outros locais do mundo que não ficaram indiferentes à profecia do Papa, à sua determinação em visitar um povo martirizado e esquecido. 

A visita, por si só, marca a História da Humanidade. E são muitos os gestos e ainda mais as mensagens que não podem ser esquecidas. Caso não tenha seguido os passos do Papa, siga as pistas deixadas pelo vaticanista da Agência ECCLESIA Octávio Carmo, que acompanhou a peregrinação do Papa em todos os momentos e publicou um texto que é um ótimo pórtico para tudo o que aconteceu, nestes dias, no Iraque:

Francisco regressa esta segunda-feira a Roma, após ter-se tornado o primeiro Papa a visitar o Iraque, numa viagem marcada pelas mensagens em defesa da comunidade cristã, apelando ao diálogo entre religiões e à paz no país e no Médio Oriente.

“Deus é misericordioso e a ofensa mais blasfema é profanar o seu nome odiando o irmão. Hostilidade, extremismo e violência não nascem dum ânimo religioso: são traições da religião”, declarou, num simbólico encontro inter-religioso que decorreu em Ur dos caldeus, a terra natal do patriarca Abraão, uma referência para judeus, cristãos e muçulmanos.

A visita, também a primeira desde o início da pandemia, foi considera “emblemática” pelo próprio Papa, ao partir da Itália, na última sexta-feira, e como um “dever” para com uma comunidade “martirizada” pela violência terrorista e a guerra, nas últimas décadas.

O tema esteve presente no discurso inaugural, o único diante de responsáveis políticos, no Palácio Presidencial de Bagdade, onde Francisco condenou o fundamentalismo e apelou ao reconhecimento dos direitos de cidadania de todos os crentes.

Ainda na capital iraquiana, o Papa homenageou as vítimas do atentado terrorista que matou 48 pessoas, na Catedral siro-católica de Sayidat al-Nejat (Nossa Senhora da Salvação), a 31 de outubro de 2010.

No sábado, Francisco fez história ao visitar a cidade de Najaf, uma das mais sagradas para o Islão xiita, encontrando-se com o grande aiatola Al-Sistani, com quem pediu “respeito mútuo e diálogo entre religiões.

O líder xiita emitiu uma declaração, após o encontro, defendendo “paz e segurança” para os cristãos no Iraque.

Em Ur, o Papa rejeitou o terrorismo e a violência em nome de Deus, considerando que nenhum crente pode ficar calado “quando o terrorismo abusa da religião”.

A primeira Missa com a comunidade católica foi celebrada na Catedral de São José, em Bagdade, junto da histórica comunidade caldeia, recordando os “mártires” do último século e quem sofre “perseguições” pela sua fé cristã.

Este domingo, terceiro dia da viagem, Francisco multiplicou gestos e palavras de homenagem às vítimas da guerra e terrorismo, rumando a norte para visitar Erbil, Mossul e a cidade cristã de Qaraqosh.

Em Mossul, bastião do autoproclamado Estado Islâmico antes da sua derrota, o Papa falou junto às ruínas de quatro igrejas – onde rezou em silêncio – criticando os que “pervertem o nome de Deus ao percorrer caminhos de destruição”.

"Se Deus é o Deus da vida – e é-O –, não nos é lícito matar os irmãos em seu nome. Se Deus é o Deus da paz – e é-O –, não nos é lícito fazer a guerra em seu nome. Se Deus é o Deus do amor – e é-O –, não nos é lícito odiar os irmãos”.

Em Qaraqosh, Francisco viveu o seu primeiro banho de multidão, deixando uma mensagem de esperança à cidade de maioria cristã, num clima de festa: “O terrorismo e a morte nunca têm a última palavra”.

O último encontro da viagem foi a celebração da Missa num estádio de Erbil, com milhares de pessoas, a quem o Papa convidou a perdoar e a evitar qualquer ideia de “vingança”, depois dos sofrimentos dos últimos anos.

“O Iraque ficará sempre comigo, no meu coração”, declarou, emocionado. (OC)

Desculpem a longa mensagem. Esperemos que seja bem maior o alcance desta visita do Papa, assim não se esqueçam as imagens e as mensagens destes dias. Nomeadamente a certeza que deixou entre escombros, em Mossul, pessoalmente um dos momentos mais marcantes desta visita: "A fraternidade é mais forte do que o fratricídio". A presença do Papa foi uma prova disso mesmo!

Votos de uma ótima semana e feliz dia, sobretudo para todas as mulheres, no seu Dia Internacional! Um tema que vai marcar a jornada informativa na Ecclesia.

Paulo Rocha

 

 

 


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