Olá bom dia e boa
semana! Aconteceu Páscoa no
Iraque, umas semanas antes do previsto! Páscoa fecunda, que celebra a vida
após tanta morte... Páscoa verdadeira, que irradia luz após tantas sombras...
Páscoa cristã, que acredita no que está para além da cruz... Os três dias da
visita do Papa ao berço da civilização religiosa terão recriado sentimentos
de quem viveu a maior das esperas, até ao terceiro dia, no silêncio de
sepulcro. E, com o Papa, chegou ressurreição a Bagdade, Najaf, Ur, Mossul,
Qaraqosh, Erbil e tantos outros locais do mundo que não ficaram indiferentes
à profecia do Papa, à sua determinação em visitar um povo martirizado e
esquecido. A visita, por si só,
marca a História da Humanidade. E são muitos os gestos e ainda mais as
mensagens que não podem ser esquecidas. Caso não tenha seguido os passos do
Papa, siga as pistas deixadas pelo vaticanista da Agência ECCLESIA Octávio
Carmo, que acompanhou a peregrinação do Papa em todos os momentos e publicou
um texto que é um ótimo pórtico para tudo o que aconteceu, nestes dias, no
Iraque: Francisco regressa esta segunda-feira a Roma, após ter-se
tornado o primeiro Papa a visitar o Iraque, numa viagem marcada pelas
mensagens em defesa da comunidade cristã, apelando ao diálogo entre religiões
e à paz no país e no Médio Oriente. “Deus é misericordioso e a ofensa mais blasfema é profanar o seu
nome odiando o irmão. Hostilidade, extremismo e violência não nascem dum
ânimo religioso: são traições da religião”, declarou, num simbólico encontro
inter-religioso que decorreu em Ur dos caldeus, a terra natal do patriarca
Abraão, uma referência para judeus, cristãos e muçulmanos. A visita, também a primeira desde o início da pandemia, foi
considera “emblemática” pelo próprio Papa, ao partir da Itália, na última
sexta-feira, e como um “dever” para com uma comunidade “martirizada” pela violência
terrorista e a guerra, nas últimas décadas. O tema esteve presente no discurso inaugural, o único diante de
responsáveis políticos, no Palácio Presidencial de Bagdade, onde
Francisco condenou o fundamentalismo e apelou ao
reconhecimento dos direitos de cidadania de todos os crentes. Ainda na capital iraquiana, o Papa homenageou as vítimas do atentado terrorista que
matou 48 pessoas, na Catedral siro-católica de Sayidat al-Nejat (Nossa
Senhora da Salvação), a 31 de outubro de 2010. No sábado, Francisco fez história ao visitar a cidade de Najaf,
uma das mais sagradas para o Islão xiita, encontrando-se com o grande aiatola Al-Sistani, com
quem pediu “respeito mútuo e diálogo entre religiões. O líder xiita emitiu uma declaração, após o encontro, defendendo
“paz e segurança” para os cristãos no Iraque. Em Ur, o Papa rejeitou o terrorismo e a violência em nome de Deus,
considerando que nenhum crente pode ficar calado “quando o terrorismo abusa
da religião”. A primeira Missa com a comunidade católica foi celebrada na
Catedral de São José, em Bagdade, junto da histórica comunidade
caldeia, recordando os “mártires” do último século e quem sofre
“perseguições” pela sua fé cristã. Este domingo, terceiro dia da viagem, Francisco multiplicou
gestos e palavras de homenagem às vítimas da guerra e terrorismo, rumando a
norte para visitar Erbil, Mossul e a cidade cristã de Qaraqosh. Em Mossul, bastião do autoproclamado Estado Islâmico antes
da sua derrota, o Papa falou junto às ruínas de quatro igrejas – onde rezou
em silêncio – criticando os que “pervertem o nome de Deus ao percorrer
caminhos de destruição”. "Se Deus é o Deus da vida – e é-O –, não nos é lícito matar
os irmãos em seu nome. Se Deus é o Deus da paz – e é-O –, não nos é lícito
fazer a guerra em seu nome. Se Deus é o Deus do amor – e é-O –, não nos é
lícito odiar os irmãos”. Em Qaraqosh, Francisco viveu o seu primeiro banho de
multidão, deixando uma mensagem de esperança à cidade de maioria cristã, num
clima de festa: “O terrorismo e a morte nunca têm a última palavra”. O último encontro da viagem foi a celebração da Missa num
estádio de Erbil, com milhares de pessoas, a quem o Papa convidou a
perdoar e a evitar qualquer ideia de “vingança”, depois dos sofrimentos dos
últimos anos. “O Iraque ficará sempre comigo, no meu coração”, declarou,
emocionado. (OC) Desculpem a
longa mensagem. Esperemos que seja bem maior o alcance desta visita do Papa,
assim não se esqueçam as imagens e as mensagens destes dias. Nomeadamente a
certeza que deixou entre escombros, em Mossul, pessoalmente um dos
momentos mais marcantes desta visita: "A fraternidade é mais forte do
que o fratricídio". A presença do Papa foi uma prova disso mesmo! Votos de uma ótima
semana e feliz dia, sobretudo para todas as mulheres, no seu Dia
Internacional! Um tema que vai marcar a jornada informativa na Ecclesia. Paulo Rocha |
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