Pois é, hoje sinto-me no day after, ou seja, no dia posterior a
um grande acontecimento, em que tantas pessoas se empenharam. A votação e
discussão da Lei da Eutanásia que, graças a Deus, não passou no Parlamento. Foi
um debate enriquecedor, com diferentes perspetivas, que não vou comentar, mas de
que tiraria a seguinte conclusão, deveras importante, que foi unânime em todas
as intervenções. A necessidade urgente de melhorar as condições de vida das
pessoas, quer ao nível da saúde, de assistência social, financeiras, habitação,
entre outros, que carecem de diferentes respostas - cada caso é um caso - para
cada situação específica, em diferentes fases da sua vida, com diferentes
necessidades e problemas graves de saúde, que carecem de uma resposta digna, no
sentido de não existir o sentimento atroz, ou seja, perder a esperança. Perde-se
a esperança, e por outro lado sabe-se que a esperança média de vida aumenta
versus uma assustadora baixa taxa de natalidade. Que o país acaba de sair de
uma crise económica/financeira, que não dispõe de recursos suficientes (será
mesmo que é assim?). Se a Lei da Eutanásia avançasse, certamente esses recursos
financeiros apareceriam de imediato. Então porque não utilizá-los na criação de
serviços de saúde, tais como as unidades de cuidados continuados? Por outro
lado os milagres existem. A ciência evolui. Cada dia que passa, são descobertos
novos tratamentos, novas respostas para as diferentes necessidades existentes.
Hoje acordei a sonhar que todos os
partidos eleitos democraticamente pelo povo português se iam juntar à volta
deste grave problema. Que iam esquecer o que os separa e recordar o que os une:
o bem-estar do povo português. Foi por esse motivo que foram eleitos, que se
encontram na casa comum do povo, ou seja, na casa de todos os portugueses, que
pedem uma resposta para a atual situação. Tenho a certeza, que a Assembleia da
República não descurará a situação do “Nobre povo, nação valente e imortal”,
assim reza o nosso Hino. Temos um orgulho imenso na nossa história, construída
ao longo dos séculos, com muito esforço, bravura, sacrifícios, empenho e
dedicação!
Também nos orgulhamos dos nossos
deputados que, temos a certeza, não descurarão esta situação, na sequência
deste profícuo debate. E mais tarde, com a maior parte das necessidades
colmatadas, será possível, em consciência, voltar a fazer o ponto da situação.
É altura de darmos as mãos, de encontrarmos soluções para quem sofre, na
certeza de que Portugal (terra abençoada por Santa Maria, Rainha da Esperança) constituirá
mais uma vez um exemplo a nível mundial.
Termino, na esperança de que daqui a uns anos, quando
chegar o momento de fazer “Uma Retrospetiva de Todos os Sonhos e Projetos” que
dá titulo a este artigo, este sonho tenha sido um verdadeiro sucesso.
Maria Helena Paes |
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