Ando, caminho, círculo, tendo sempre
em mira que o mundo alcance a perfeição possível, uma luta continua em prol do
bem-estar da humanidade. Ainda assim, parece constituir às vezes uma luta
inglória o querer ser semeador de paz, e almejar o bem. Mas mesmo assim não
podemos os braços ainda que os resultados não sejam visíveis. A seu tempo, algo
ficará, enquanto sonhadores contínuos de um universo em paz, sem fome, sem
guerras, com um meio ambiente saudável, com uma justiça social onde todos e cada
um tenham um espaço condigno a todos os níveis. Torna-se necessário querer o
Bem da humanidade. Porque, enquanto o homem sonha positivamente, o mundo avança,
caminhando num sentido favorável numa estrada, repleta de bons propósitos que
auguram a felicidade nas famílias e no mundo. Porque existe pleno emprego,
habitação, serviços de saúde, sociais, de justiça e de educação que correspondam
às reais necessidades sentidas, o respeito pela liberdade de cada um e,
sobretudo, porque já não se ouvirá falar em níveis de pobreza, em fome, em
guerra, em marginalização, em refugiados, em bombas atómicas, em violência, num
verdadeiro clima de Paz e de Amor. Para não ficarmos em utopias estéreis,
torna-se necessário amar o mundo, querer que ele seja cada vez melhor. Um dia,
se a mensagem passada for positiva, será alcançada um assomo de paz mundial.
Mas que sinais nós
encontramos, hoje em dia, a transmitir para alcançar esse objetivo? Todos temos
aqui um papel importante a desempenhar enquanto veiculadores de paz e de
justiça social. Baixamos os braços ou, independentemente das situações que
vivenciamos, continuamos a dar o nosso melhor em prol desse objetivo? Talvez a
perfeição não exista, mas pode fazer-se sempre mais e melhor. Esta luta não é,
de todo, inglória e vã. É como uma semente que se lança e que um dia virá a alcançar
o ideal pelo qual nos empenhámos e nos desgastámos. Talvez não seja como
sonhámos inicialmente, mas sim como uma pedra lançada no charco que vai
produzindo círculos e mais círculos, alargando o nível de intervenção, quando
os nossos propósitos têm um fundamento sustentável, justo que acrescente um valor
positivo e útil à sociedade, colmatando uma lacuna sentida, que vai atraindo assim
novos elementos, para uma causa que já não será só nossa, mas que passa a ser
de todos, dando voz a uma necessidade explícita. Refiro-me a várias situações
que sucedem hoje em dia. Crianças a serem separadas dos seus pais; refugiados
devido a guerras, a ataques terroristas, pobreza extrema, entre outros. Àquilo
a que gostaria de dar ênfase, é que cada vez mais, se torna necessário dar voz
à sociedade civil, para que tenha uma intervenção adequada, reclamando a
correção de injustiças, junto das instituições com poder para o fazer em tempo
útil. Por estas situações mencionadas, entre muitas outras com um cariz de uma
enorme gravidade, enfatizo que se reveste da maior importância ter um papel
ativo na sociedade em que vivemos.
E por que não investir
também no desenvolvimento dos povos, criando condições para que os nativos com
a ajuda de organizações de bem-fazer possam desenvolver-se a si próprias? Estou
a pensar na instituição internacional Harambee que tem como lema: Ajudar África a ajudar-se.
E um dia cada um de nós partirá em
paz, independentemente dos resultados obtidos, porque o sentimento que a todos nos
unia era nobre, por causas justas, no bem-estar e no progresso civilizacional,
sendo que não podemos contar unicamente com a nossa força, mas sim, com o apoio
da graça divina. E Deus escreve direito por linhas tortas. Que Santa Maria,
Rainha da Paz, nos ajude a fazer a vontade de Deus!
Maria Helena Paes |
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