A Maternidade é um dom
maravilhoso. Em cada filho, a nossa vida altera-se. Crescemos mais e
melhor. Mas educar é uma arte difícil e muitas vezes dolorosa. Pensamos,
questionamos e questionamo-nos nesse processo delicado. Pois temos a noção, ou
o medo, que podemos transformar ao longo dos anos um bebé delicado num
estafermo sem tamanho! E ainda por cima, não há receitas, pois não há dois
iguais... Mas há orientações e essas são preciosas.
Tenho observado com mais
atenção como muitas crianças e jovens não sabem relacionar-se com educação e
cortesia. Entre eles, e com pessoas mais velhas. Cabe aos pais a função de
educar. Não nos podemos pôr à margem dessa necessidade. Nem colocar a
expectativa, que será o meio escolar, ou outro qualquer, a realizar a função
dos pais.
As crianças e os jovens
têm de aprender a respeitar os pais, irmãos, avós, professores, os mais velhos,
os mais fracos. E isso aprende-se na família. Ao sermos respeitados e
amorosamente ensinados somos ensinados a respeitar. Que sociedade queremos
criar se não cumprirmos o nosso papel enquanto educadores?
Hoje em dia, as mães e as
famílias têm muitas dúvidas das suas competências. Mas o que podemos errar,
parece-me bem maior quando omitimos a nossa função de educar. As nossas mães
não tinham tanta informação mas tinham uma certeza - amo os meus filhos e faço
o melhor por eles! - Isto continua a ser verdade hoje, mas em vez de certezas,
temos muitas dúvidas, muitas opções, muita literatura e muita confusão!
O que se pode e não pode
fazer, dizer, vestir, quanto tempo posso estar na internet? Parece que pode
tudo desde que nos apeteça. Mas, não é verdade. Os nossos filhos não são
diferentes de nós na necessidade de orientação, de luz no caminho. Precisam,
como nós precisámos, e continuamos a precisar, de verdade e não de mentiras.
Mentiras que tudo podemos fazer desde que queiramos; que só nós importamos. O
nosso "eu" parece ser agora o centro do universo e uma aparente
felicidade, o nosso caminho sagrado. Independentemente do quanto possamos
magoar os outros no percurso.
Importa o que fazemos no
nosso caminho e no caminho que cruzamos com os outros. E, é uma crueldade criar
as crianças e jovens sem esse conhecimento. Perceba-se sem se saberem
relacionar com educação, cortesia, amabilidade, respeito por si próprio e pelos
outros. Enfim, com amor.
Para isso, contamos com
quem nos ensinou. Os nossos pais, os seus exemplos, as coisas boas e as menos
boas; tudo serviu para nos construir, para nos dar uma tela onde fazemos a
nossa história. E além de tudo, contamos com tantos e bons recursos.
As mães têm uma função
muito bela. O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica - A Alegria do Amor -
dá-nos tantas e belas mensagens sobre a maternidade, a família e os desafios
que a sociedade enfrenta, e que nos pode ajudar neste tema.
Alerta-nos: "Há
que considerar o crescente perigo representado por um individualismo exagerado
que desvirtua os laços familiares e acaba por considerar cada componente da
família como uma ilha, fazendo prevalecer, em certos casos, a ideia de um
sujeito que se constrói segundo os seus próprios desejos assumidos como
carácter absoluto"
Mas também nos deixa uma
mensagem de esperança: " De facto, as mães são o antídoto mais forte
contra o propagar do individualismo egoísta. São elas que testemunham a beleza
da vida"
Por isso, e para todas as
mães que não se sentem suficientemente valorizadas, não se esqueçam que isto é
entre Deus e cada uma de nós, nunca foi entre nós e a sociedade.
Muito embora, a nossa fé
como nos diz o Papa: " não nos tira do mundo, mas insere-nos
mais profundamente nele". A sociedade só fica a
ganhar com o trabalho e o amor de uma mãe, embora incompreensivelmente não o
saiba reconhecer devidamente.
Mas o que realmente
interessa, é saber porque o faço. E como em qualquer trabalho, o que me realiza
verdadeiramente, não é o que faço, mas porque o faço. Como o construtor,
saibamos que não estamos apenas a colocar umas pedras mas a construir uma
catedral.
A Maternidade é fonte de
crescimento interior intenso e de busca incessante de Deus. E quando um filho
nos escreve um poema aos 7 anos, leva-nos a estas reflexões, lembra-nos esse
amor gigantesco, essa admiração maravilhosa que tínhamos e sempre teremos pela
nossa mãe. E como é belo vermos a história repetir-se nos nossos filhos. E esse
amor incondicional, transporta-nos para o modelo de Maternidade que nunca nos
defrauda -Maria. Escreveu o Santo Padre João Paulo II - "Maria é modelo
incomparável de acolhimento e cuidado da vida"
Porque para educarmos é
preciso nos educarmos, deixo um pensamento de S. João da Cruz:
"O remédio custoso,
como o é tudo aquilo que tem valor - está em procurar o verdadeiro centro da
vida humana, o que pode dar uma hierarquia, uma ordem e um sentido a tudo: a
intimidade com Deus, mediante uma vida interior autêntica"
E a referência de alguns
livros que me ajudaram a tomar consciência da importância do meu trabalho como:
esposa, mãe, mulher!
- Maternidade e Vida - À Luz do Evangelho de João Paulo Pimentel. Editora Diel.
- As Mãos de Deus - Matrimónio e Família nos ensinamentos de São Josemaria. De António Váquez. Editora Lucerna
Helena Atalaia |
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