Mais um ano,
mais um aniversário. Chegou a altura de fazermos um balanço do modo como
evoluíram os nossos sonhos, os nossos projetos, os nossos ideais de vida. Com o
avançar da idade, ganhamos algo denominado “maturidade” através das experiências
vivenciadas, positivas ou negativas. Possuímos mais algum receio em avançar
calculando os riscos e as consequências que podem advir com a nossa tomada de
decisão, ou seja, não nos aventuramos com tanta facilidade. A experiência
diz-nos que todas as nossas decisões tomadas, têm consequências que teremos
posteriormente que assumir, sejam elas tomadas por nós diretamente, ou indiretamente
causadas por terceiros. Lutamos todos os dias da nossa vida. Este facto
constitui uma certeza absoluta, independentemente dos resultados alcançados,
lançando as bases, a semente, tendo presente a frase: “O Futuro a Deus
Pertence”. Entretanto as lágrimas vêm-me aos olhos, não por causa de desgostos,
mas fruto de uma alergia causada pelo pólen das árvores. Ainda assim, sentada
no café perto de uma janela, observei o pólen a esvoaçar. Era tanto que, com o
vento que se fazia sentir, parecia mesmo que estavam a cair flocos de neve. Na
verdade chegou a primavera em todo o seu esplendor, que nos dá ânimo para levar
a vida em frente. Como alguém que muito admiro disse: “Torna-se necessário
celebrar a vida”. Com algum grau de frequência esquecemo-nos de ver a mão de
Deus, nos pequenos milagres que vão acontecendo no nosso dia-a-dia, que nos
passam ao largo, centrando-nos em acontecimentos menos positivos. Hoje celebro
a vida por vários motivos. Porque vou fazer anos, porque conclui um projeto que
não sei se irá em frente, porque aprendi, por experiência própria adquirida,
que através da oração, do controle dos sentimentos menos positivos, depositando
a confiança num santo da nossa predileção, enquanto intercessor, bem como
através da oração das pessoas amigas. Sim, porque a maturidade ganha com o avançar
da idade faz-nos ver que algumas situações têm necessariamente de ser
resolvidas através da conciliação, da esperança, da oração, tentando do modo
possível, aplacar a nossa vontade, de perante uma situação que nós consideramos
injusta “dar um murro na mesa”, agir intempestivamente, colocando em causa o
restabelecimento das relações. Para que tal não suceda, torna-se necessário
controlar as nossas emoções, ou seja, não explodir, mas sim possuir um espírito
de sacrifício, evitando assim que o conflito de venha a tornar numa guerra sem
retrocesso, ou com muitas mágoas para sarar que dificultarão a reaproximação.
Lembro-me que um amigo terá referido, que numa situação destas, alguém terá de
se sacrificar, em prol do bem-estar comum e da dignidade da pessoa humana,
através do bem e do amor ao próximo. Vale mesmo a pena ter calma, aguardar, rezar,
pois, através do diálogo, com a nossa atitude pacífica, alcançaremos o
restabelecimento perdido das relações humanas.
Torna-se
necessário sermos, em algumas situações, como que crianças, já que elas, são
como o sal da terra. Como no passado dia 1 de Junho, se celebrou o Dia Mundial
da Criança, proclamado por Resolução da Assembleia Geral da Nações Unidas em
1959, é bom recordar, que a vida por mais complexa que seja, através do sorriso
de uma criança pode tornar-se mais fácil, ou seja, uma doce imagem do céu na
terra. Relembro que as crianças esperam de nós todo o carinho, segurança e apoio.
Torna-se imperioso continuar a lutar no sentido de lhes proporcionar o que
esperam de nós e que face à situação mundial que vivenciamos, muitas crianças e
suas famílias atravessam muitas necessidades a diferentes níveis, refiro-me em
particular a situações de miséria, de guerra, de fome, de abandono, de
violência... Urge dar-lhes prioridade, recordando que as crianças representam o
futuro de todos nós. Que Nossa Senhora, que tanto gosta de crianças (prova
disso é ter aparecido em Fátima aos pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco, os
últimos já canonizados), através da intercessão destas santas crianças,
enquanto Rainha da Família, da Paz e da Esperança, proteja e apoie todos os
meninos e meninas do mundo.
Maria Helena Paes |
Sem comentários:
Enviar um comentário