Quatro marcantes eucaristias encheram hoje os vários espaços do campo do 23.º Acanac. Desde a Arena do Futuro ao Porto de Abrigo, inundando ainda as arenas da 1.ª e da 2.ª secções, a Palavra de Deus transmitida pelos sucessores dos apóstolos convidados chegou aos cerca de 22.000 escuteiros presentes.
A Eucaristia da 1.ª secção foi presidida pelo Arcebispo de Évora, D.
José Alves, que começou a celebração por mencionar o quão contente ficou
com este convite. A cerimónia foi também um símbolo de inclusão, ao ser
traduzida em linguagem gestual para os lobitos que pertencem ao campo
dos Eco-heróis. O Arcebispo teve sempre o cuidado de falar numa
linguagem percetível aos mais pequenos e explicou-lhes o Evangelho como
se fosse uma história. Desafiou os lobitos a se “transfigurarem” como
Jesus, tal como aconteceu com os pastorinhos depois das Aparições de
Nossa Senhora em Fátima. Aproveitou também a oportunidade para os
aconselhar a libertarem-se dos maus pensamentos e más ações “ouvindo a
voz da Aquelá, ouvindo a voz de Jesus”, disse. Acrescentou ainda que
“somos convidados a escutar a voz de Deus para que a nossa vida se
transforme, com boas ações uns pelos outros, em mais bonita, melhor”.
A Árvore da Vida foi palco da Eucaristia da 2.ª Secção, presidida
pelo Bispo de Portalegre e Castelo-Branco, D. Antonino Dias, que deixou
um apelo aos jovens para melhorar e salvar o mundo, hoje tão cheio de
caminhos de tristeza, marcados por guerras, sofrimento e desrespeito
entre povos. “Os nossos olhos e o nosso coração sentem-se tristes”,
recordou D. Antonino Dias, referindo-se aos cenários de destruição
atuais que se vivem no mundo, e acrescenta “por causa do descuido e da
indiferença de todos nós, humanos”. Explica-nos que, aqui, estamos com a
missão de cuidar este mundo, pois Deus confiou-nos a glória, o poder e o
reino, esta nossa Casa Comum. “Não somos como os animais ou plantas,
não vimos do mar e da terra, mas vimos do céu, de Deus, tal como Jesus
veio. E a sua vida foi de serviço, respeito e amor a todos sem exceção. É
assim que devemos cumprir a nossa missão, porque a lógica do coração do
homem é oposto à crueldade das feras”, como remata D. Antonino. E, por
isso, somos nós os responsáveis pela nossa casa. E só nós podemos
abraçar o futuro dela.
Para o mar azul que se instalou na Arena do Futuro, o cântico de
entrada apelou desde logo a darmos aquilo que todos temos de melhor. A
partir do altar criado conjuntamente por todas as comunidades da 3.ª
Secção, o Bispo Auxiliar de Lisboa, D. José Traquina, saudou os
pioneiros presentes e todos pediram “perdão por aquilo que cada um fez
de menos bem nesta grande atividade”. Após a leitura do Evangelho da
Festa da Transfiguração de Cristo, frisou que “somos convidados a
escutar o filho de Deus como quem escuta a um amigo”, levando-nos assim a
“fazer bons discernimentos, tomar boas decisões e a orientar”. Por fim,
renegou à “ilusão, ao conformismo, às vidas inúteis e aos
desequilíbrios sociais”, pedindo a “verdade, a sensibilidade, a justiça e
a fraternidade”.
Na margem da Barragem Marechal Craveiro Lopes, os Caminheiros
escutaram um apelo a deixarem “um rasto de luz com a sua vida”. D.
Joaquim Mendes lembra que só o conseguirão “se optarem por uma atitude
marcada pela bondade, justiça e pela verdade”. O Presidente da Comissão
Episcopal Laicado e Família recordou aos escuteiros ali presentes, que
“foram criados para a vida, para a ressurreição”, mas este projeto de
vida só será possível se se deixarem transformar por Cristo”.
Com o tema da mudança pessoal transversal às quatro Eucaristias
campais, os presentes levaram consigo o relembrar do convite especial
que, como escuteiros, lhes é feito todos os dias. O convite que
Baden-Powell lançou a cada um de nós: deixar o mundo melhor que o
encontramos.
Texto: Ana Mano (com Ana Marcelo, Bruna Coelho e Henrique Matos)
Fotos: Joana Moreira, Nuno Perestrelo e Diogo Marcelo
Fotos: Joana Moreira, Nuno Perestrelo e Diogo Marcelo
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