Foto: Agência ECCLESIA/LFS |
D. João Marcos abordou comunicação de Francisco e importância das periferias
Lisboa, 25 jan 2017 (Ecclesia) - O bispo de Beja afirmou que, na
comunicação do Papa Francisco, sobressai a dimensão “profética”,
essencial num mundo que hoje parece “não ter horizontes”.
“Francisco tem esse dom e está a desempenhá-lo muito bem”, considera D.
João Marcos à Agência ECCLESIA, destacando também a capacidade do Papa
argentino em chegar às “periferias”, o que na gestão da comunicação,
seja a nível mais global ou no plano de uma diocese, é muito importante.
O prelado recorda que “o cristianismo começou por afirmar-se nas
periferias” e que só partindo do contacto com estas situações, “não só
de pobreza mas de tudo, desta pobreza que é um coração disponível para
Deus, é que o cristianismo pode ser aceite e anunciado”.
A vinda do Papa a Portugal, nos dias 12 e 13 de maio, inserida no
Centenário das Aparições de Fátima, será uma ocasião para avivar a
vivência cristã no território alentejano.
D. João Marcos destaca a intenção de preparar as paróquias e
arciprestados para esse evento, no qual algumas comunidades da região
terão representação “de peso”.
Além da sua capacidade de comunicar, inclusivamente nas redes sociais, o
Papa Francisco tem-se destacado pela proximidade física às pessoas, às
comunidades cristãs e à sociedade em geral.
Uma atitude que D. João Marcos considera ser a ideal para o contexto
atual da Igreja Católica e do mundo, para a pastoral cristã nas dioceses
e paróquias, mesmo com o advento das novas tecnologias.
Para o bispo de Beja, as redes sociais são úteis, “sem dúvida”, mas
“não se pode pôr aí o assento, porque não há sacramento sem dimensão
física”.
“Se nós quiséssemos reduzir o Cristianismo a uma ideologia, a uns
conhecimentos ou a uma gnose, para isso qualquer meio serve. Mas para
viver, receber e celebrar a salvação é necessária a presença física. O
cristianismo virtual penso que não serve para nada”, sustentou.
Num ano de mudanças na Diocese de Beja, com a saída do até então bispo
titular, D. António Vitalino, o novo responsável máximo pela comunidade
católica alentejana aponta como caminho um período de reflexão e
formação, centrado na figura de Nossa Senhora, dado que em 2017 vai ser
celebrado o Centenário das Aparições de Fátima.
Para já, foi promovido um conjunto de sete catequeses dedicadas à
temática mariana, publicadas “em duas tiragens que se esgotaram
rapidamente”, e às quais foram “acrescentadas mais cinco”.
Em breve vai ser lançado um livro com 12 catequeses sobre Nossa Senhora que tem como título ‘A beleza da Virgem Maria’.
“Isso é algo que ajudará toda a diocese a viver este ano jubilar de Fátima”, sustentou D. João Marcos.
Para aquele responsável católico, é essencial “não deixar Nossa Senhora
nem no retábulo dourado da teologia nem no andor rotineiro da
religiosidade natural”, mas “pô-la no centro da casa”, do coração, da
vida de cada pessoa, como “aquela que ensina o que é Igreja e o que é
ser cristão”.
Os próximos meses vão ser também utilizados para a análise aos
resultados do sínodo diocesano que decorreu recentemente em Beja.
“As respostas das pessoas, há uma comissão que as vai trabalhar,
faremos também uma espécie de uma constituição com um texto a partir do
qual se farão os próximos programas pastorais. Isto conjugado com o
facto de em 2020 termos a celebração dos 250 anos da restauração da
diocese”, recordou o bispo de Beja.
PR/JCP
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