Comandante da Gendarmaria Vaticana diz que o papa é respeitado pelo islão como a autoridade moral mais influente do mundo
Cidade do Vaticano, 02 de Março de 2015 (Zenit.org)
O comandante da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani,
declarou à revista Polícia Moderna, da própria corporação de segurança,
que o papa Francisco é um dos homens mais influentes do mundo e, ao
mesmo tempo, um dos mais expostos e vulneráveis a atentados.
Perguntado sobre as ameaças do Estado Islâmico à Itália e ao
Vaticano, o comandante admite que “a ameaça existe” e que ele a monitoriza
inclusive “por meio da comunicação mantida com os colegas italianos e
estrangeiros”. Entretanto, ele observa que “uma coisa é a existência de
uma ameaça e outra coisa é o planeamento de um ataque. Neste momento,
posso dizer que não temos informação de planos de ataque contra o
Vaticano ou contra o Santo Padre”.
O comandante, que já serviu a três papas, afirmou na entrevista que
um dos momentos mais críticos foi “o que se sucedeu ao discurso de Bento
XVI em Ratisbona, em 12 de Setembro de 2006. Se o relermos hoje, o
discurso parece profético porque denunciava a degeneração de um certo
islão extremista, mas, na época, houve protestos muito fortes contra o
papa”.
Giani garante que existe boa colaboração com os países islâmicos, dos
quais “chegam informações preciosas e testemunhos de estima e admiração
pelo Santo Padre. Posso dizer que o Santo Padre é visto e respeitado no
islão como a mais influente autoridade moral do mundo”.
Quanto ao estado de alerta da Gendarmaria, ele informa: “O nível de
atenção é constantemente alto. Não existem só as ameaças do EI, mas
também o perigo de actos solitários, que são mais perigosos porque são
imprevisíveis. Penso em fanáticos, pessoas com problemas mentais ou
simplesmente indivíduos que poderiam querer agir no Vaticano para atrair
a atenção dos meios de comunicação”.
E como o papa vive esta situação? O comandante Giani não tem dúvidas:
“O Santo Padre não pensa em abandonar o seu estilo directo com o maior
número possível de pessoas. Como pontífice, ele é um sacerdote que não
quer perder o contacto com o rebanho”. Os encarregados da segurança do
papa têm que “se adequar a ele, e não o contrário. Temos que fazer de
tudo para que ele possa continuar realizando o seu ministério do jeito
que ele deseja e considera melhor”.
Sobre a residência do papa na Casa Santa Marta, o comandante
reconhece que é mais perigosa, porque o Palácio Apostólico é menos
acessível. Mas “isto faz parte do que o Santo Padre escolheu” e ele não
pensa em mudar por causa do risco potencial.
É mais fácil proteger o papa emérito Bento XVI, observa Giani, porque
ele está no interior da Cidade do Vaticano, em um convento, e porque
ele só faz um passeio por dia nos jardins, acompanhado por gendarmes.
Ao terminar a entrevista, Giani destacou a importância das óptimas relações entre a Gendarmaria do Vaticano e a polícia italiana.
(02 de Março de 2015) © Innovative Media Inc.
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