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quarta-feira, 4 de março de 2015

Vaticano: ameaça de atentados existe, mas não há informação sobre planos concretos

Comandante da Gendarmaria Vaticana diz que o papa é respeitado pelo islão como a autoridade moral mais influente do mundo


Cidade do Vaticano, 02 de Março de 2015 (Zenit.org)


O comandante da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani, declarou à revista Polícia Moderna, da própria corporação de segurança, que o papa Francisco é um dos homens mais influentes do mundo e, ao mesmo tempo, um dos mais expostos e vulneráveis a atentados.

Perguntado sobre as ameaças do Estado Islâmico à Itália e ao Vaticano, o comandante admite que “a ameaça existe” e que ele a monitoriza inclusive “por meio da comunicação mantida com os colegas italianos e estrangeiros”. Entretanto, ele observa que “uma coisa é a existência de uma ameaça e outra coisa é o planeamento de um ataque. Neste momento, posso dizer que não temos informação de planos de ataque contra o Vaticano ou contra o Santo Padre”.

O comandante, que já serviu a três papas, afirmou na entrevista que um dos momentos mais críticos foi “o que se sucedeu ao discurso de Bento XVI em Ratisbona, em 12 de Setembro de 2006. Se o relermos hoje, o discurso parece profético porque denunciava a degeneração de um certo islão extremista, mas, na época, houve protestos muito fortes contra o papa”.

Giani garante que existe boa colaboração com os países islâmicos, dos quais “chegam informações preciosas e testemunhos de estima e admiração pelo Santo Padre. Posso dizer que o Santo Padre é visto e respeitado no islão como a mais influente autoridade moral do mundo”.

Quanto ao estado de alerta da Gendarmaria, ele informa: “O nível de atenção é constantemente alto. Não existem só as ameaças do EI, mas também o perigo de actos solitários, que são mais perigosos porque são imprevisíveis. Penso em fanáticos, pessoas com problemas mentais ou simplesmente indivíduos que poderiam querer agir no Vaticano para atrair a atenção dos meios de comunicação”.

E como o papa vive esta situação? O comandante Giani não tem dúvidas: “O Santo Padre não pensa em abandonar o seu estilo directo com o maior número possível de pessoas. Como pontífice, ele é um sacerdote que não quer perder o contacto com o rebanho”.  Os encarregados da segurança do papa têm que “se adequar a ele, e não o contrário. Temos que fazer de tudo para que ele possa continuar realizando o seu ministério do jeito que ele deseja e considera melhor”.

Sobre a residência do papa na Casa Santa Marta, o comandante reconhece que é mais perigosa, porque o Palácio Apostólico é menos acessível. Mas “isto faz parte do que o Santo Padre escolheu” e ele não pensa em mudar por causa do risco potencial.

É mais fácil proteger o papa emérito Bento XVI, observa Giani, porque ele está no interior da Cidade do Vaticano, em um convento, e porque ele só faz um passeio por dia nos jardins, acompanhado por gendarmes.

Ao terminar a entrevista, Giani destacou a importância das óptimas relações entre a Gendarmaria do Vaticano e a polícia italiana.

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