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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Um Novo Ano e os Novos Desafios

Que bela época, a do Natal. Jesus Cristo, enquanto Rei do Universo, recorda-nos o passado, situa-nos no presente e projeta-nos no futuro.

Para iniciar o ano 2019 temos logo no dia 1 de janeiro, a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus: “Nós vos saudamos, ó Mãe Santa: Vos destes à luz o Rei que governa o Céu e a Terra pelos séculos sem fim”.

Acresce ainda que neste dia, 1 de janeiro é também celebrado o Dia Mundial da Paz, que terá como lema: “A boa política está ao serviço da paz”. Quando o homem é respeitado nos seus direitos, surge nele o sentido de dever respeitar o direito dos outros. “Somos portanto, convidados a levar a paz como a boa notícia de um futuro onde cada um de nós será considerado na sua dignidade e nos seus direitos”.

Será bom que nos enchamos de força interior no sentido de melhor enfrentarmos as novas lutas que irão surgir neste novo ano. Talvez venhamos a constituir o motor de algumas mudanças positivas ultrapassando assim os obstáculos com os quais nos confrontamos com algum grau de frequência fazendo-nos acreditar “que não existe nada de novo debaixo do sol”. Por vezes somos invadidos por sentimentos que refletem alguma amargura, insatisfação, ou mesmo, algum vazio existencial. Com alguma admiração ouvi alguém comentar a necessidade de possuirmos um gosto autêntico pelas coisas simples da vida, para além do Amor transcendente. Referia o gosto por adquirirmos um maior conhecimento pela arte, pela música, pela natureza, pela narrativa e poesia, enquanto fontes inspiradoras que nos ajudam a preencher algum vazio sentido, através da cultura, a arte genuína que fortalece o espírito das pessoas, e a contemplação da natureza. Às vezes temos alguma dificuldade em parar por nos encontramos tão absorvidos nas coisas materiais, perdendo o nosso ideal, enrugando a nossa alma que se pretende que tenha uma juventude permanente. Envelhecemos ao perder a esperança. Pese embora todas as dificuldades com as quais nos podemos confrontar, devemos conservar sempre viva a esperança, a presença de Deus, uma vez que Ele nos criou para sermos felizes, mantendo a juventude de espírito. Há algum tempo ouvi um sacerdote comentar: “É jovem quem mantém a esperança. É velho quem vive só do passado, das recordações, da aceitação resignada da vida”.

Há uns dias atrás fui visitar uma amiga que vive fora da cidade. Convidou-me para dar um passeio nos terrenos circundantes à sua casa. Foi tão gratificante, enquanto comentávamos as coisas da vida, poder usufruir da beleza da natureza, dos diferentes cheiros das árvores; eucaliptos, azinheiras, pinheiros, oliveiras, sobreiros entre muitas outras árvores de fruto. No chão via bolotas, azeitonas, cogumelos, alguma fruta caída, bem como sinais de pegadas. A minha amiga confidenciou-me que eram dos javalis que agora se aproximavam da casa para comer as bolotas, as azeitonas e ainda deitavam com a sua enorme força os eucaliptos abaixo para comerem as raízes. Desconhecia de todo este facto inusitado. Confesso que estava maravilhada com a beleza da natureza, o silêncio existente, só quebrado pelo ladrar dos cães ou dos pássaros a esvoaçar. Tudo era novidade para mim habituada à vida citadina. Acompanhei-a quando foi apanhar flores para decorar a mesa e alguma fruta para trazer. Confidenciou-me que tinha fruta da época todo o ano. Agora eram as laranjas, as romãs, os diospiros, as amoras. Fazia com as gingas licor. Com os marmelos e a outra fruta compotas e bolos. Havia enormes baldes repletos de azeitonas para enviar para o lagar. Enfim uma enorme atividade agrícola. E o almoço? Uma verdadeira delícia. A salada de alface tinha um sabor diferente, intenso, muito bom mesmo. Enfim tudo era bom de verdade, muito simples, produzido e criado nos terrenos. Em frente à lareira, neste dia frio de outono, agradeci a Deus a oportunidade de usufruir da simplicidade deste dia, tão rico em amizade e tão bom em calor humano, onde o tempo parecia não contar de todo. A conversa fluiu. Surgiram ideias para novas iniciativas. Tornava-se difícil partir. Mas tudo tem o seu tempo! E agora tinha chegado a altura de regressar. Tínhamos combinado diversos projetos para o novo ano 2019, em prol da defesa dos mais idosos. Alguns poderiam ser concretizados, outros talvez não. Mas é bom manter a esperança viva bem como a vontade de lutar. Tão longe, a minha amiga já reformada, continua a envidar todos os esforços por desenvolver inúmeras atividades em prol do bem-estar e da promoção da dignidade da pessoa humana. Constitui um verdadeiro exemplo de vida a seguir.

Maria Helena Paes



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