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segunda-feira, 10 de abril de 2023

Papa evoca conflitos mundiais na benção Urbi et Orbi

Tensões na Terra Santa não foram esquecidos

 | 9 Abr 2023

O Papa Francisco na benção Urbi et Orbi de 2023. Foto retirada do vídeo do Vatican News.

O Papa Francisco na benção Urbi et Orbi de 2023. Foto retirada do vídeo do Vatican News.P

 

O Papa evocou hoje na sua Mensagem de Páscoa mais de uma dezena de conflitos que afetam o mundo, dando especial destaque à Terra Santa, falando sobre os ataques dos últimos dias de Israel à Palestina, que ameaçam o “desejado clima de confiança e mútuo respeito, necessário para que o diálogo entre israelitas e palestinos seja retomado, a fim de que a paz reine na Cidade Santa e em toda a região”.

Francisco continuou com a referência a Ucrânia, pedindo que a comunidade internacional promova soluções de paz. “Ajuda o amado povo ucraniano no caminho para a paz, e derrama a luz pascal sobre o povo russo. Conforta os feridos e quantos perderam os seus entes queridos por causa da guerra e faz que os prisioneiros possam voltar sãos e salvos para as suas famílias”, referiu Francisco, desde a varanda central da Basílica de São Pedro, antes da bênção ‘Urbi et Orbi’ [à cidade (de Roma) e ao mundo], no dia da festa mais importante para a Igreja Católica, que assinala a ressurreição de Jesus.

Francisco evocou ainda as comunidades cristãs que celebram este dia “em circunstâncias particulares, como sucede na Nicarágua e na Eritreia”, devido à situação política nestes países, rezando por quem “é impedido professar, livre e publicamente, a sua fé” e pediu “conforto às vítimas do terrorismo internacional, especialmente no Burquina Faso, Mali, Moçambique e Nigéria”, acrescentou.

Ainda em África, o Papa desejou a consolidação dos processos de paz e reconciliação na Etiópia e no Sudão do Sul, pedindo o fim da violência na República Democrática do Congo.

A reflexão pascal falou nas “pedras de tropeço” que impedem a humanidade de viver em paz, recordando “todos os conflitos que ensanguentam o mundo, a começar pela Síria, que ainda espera a paz”. Lá perto, pediu “ajuda, Senhor, o Líbano, ainda à procura de estabilidade e unidade, para que supere as divisões e todos os cidadãos trabalhem, juntos, pelo bem comum do país”.

Francisco deixou uma palavra para o povo da Tunísia, especialmente aos jovens e os que sofrem por causa dos problemas sociais e económicos, convidando-os a “não perder a esperança e colaborar na construção dum futuro de paz e fraternidade”. “Olha para o Haiti, que há vários anos está a sofrer uma grave crise sociopolítica e humanitária, e sustenta o empenho dos atores políticos e da Comunidade Internacional na busca duma solução definitiva para os inúmeros problemas que afligem aquela população tão atribulada”, prosseguiu.

O Papa falou ainda do Myanmar, desafiando os responsáveis políticos a “percorrer caminhos de paz”, antes de pedir justiça para o “martirizado povo rohingya”.

A intervenção, transmitida para milhões de pessoas, nos cinco continentes, apelou à defesa da dignidade de cada ser pessoa. “Que, no pleno respeito dos direitos humanos e da democracia, se curem estas chagas sociais, se procure sempre e só o bem comum dos cidadãos, se garanta a segurança e as condições necessárias para o diálogo e a convivência pacífica”, apontou.



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