Ataque no Centro Ismaili
O Fórum das Organizações Católicas para a Imigração e o Asilo (Forcim) lamentou nesta sexta-feira, em comunicado, as “palavras de ódio e de intolerância” contra migrantes e refugiados que se seguiram ao ataque da última terça-feira, no Centro Ismaili de Lisboa. [ver 7MARGENS]
“Lamentamos profundamente que, face ao choque, tristeza e dor do que sucedeu na manhã do dia 28 de Março, palavras de ódio e de intolerância contra pessoas imigrantes ou refugiadas, ou afirmações infundadas e de incitamento à suspeição sobre quem escolhe Portugal como país de destino para procurar trabalho e melhores condições de vida, encontrem espaço e volume na arena pública”, refere a nota, citada pela agência Ecclesia.
As organizações católicas destacam a importância do diálogo inter-religioso para a paz e saúdam a “intervenção social da Comunidade Ismaili, que tanto tem contribuído para o acolhimento e inclusão de pessoas migrantes”.
“Continuaremos empenhados em promover a cultura do encontro e na consolidação de uma sociedade que se tem demonstrado aberta, acolhedora e solidária, rumo à coesão social e à inclusão de quem, independentemente do seu país de origem, procura refúgio e a oportunidade de uma vida digna”, acrescenta o comunicado do Forcim.
Duas mulheres foram mortas no Centro Ismaili, na terça-feira, num ataque com uma arma branca cometido presumivelmente por Abdul Bashir, afegão que foi detido e que está hospitalizado após ter sido baleado pela polícia.
O ataque, cuja motivação é ainda desconhecida, fez mais um ferido. O homicida agora detido é beneficiário do estatuto de proteção internacional e não era alvo de “qualquer sinalização” pelas autoridades.
“É triste que este crime tenha ocorrido e que tenha vitimado inocentes que faziam o bem. Não são as políticas de imigração ou o dever de acolhimento dos refugiados que nos protegem de surtos psicóticos, nem estamos mais protegidos por procurar bodes expiatórios no desconhecido, sem justiça”, adverte o Forcim.
As organizações católicas criticam todos os “discursos, comportamentos ou atitudes que fomentem o medo e a desconfiança”, bem como a xenofobia e a discriminação.
O Forcim, coordenado pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, integra ainda as seguintes organizações: Capelania da Comunidade dos Africanos, Cáritas Portuguesa, Centro Padre Alves Correia, Comissão de Apoio à Vítima de Tráfico de Pessoas, Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Justiça Paz e Ecologia, Coordenação Nacional da Capelania Greco-Católica Ucraniana de Rito Bizantino, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Fundação Fé e Cooperação, JRS Portugal – Serviço Jesuíta aos Refugiados, Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos e Rede Hispano-Lusa de Mulheres Vítimas de Tráfico.
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