«Manifestamos o nosso compromisso, zelo e empenho em prestar o apoio necessário a qualquer vítima que pudermos identificar», indica em comunicado
De acordo com o comunicado enviado à Agência ECCLESIA, das situações reportadas pela CI sobre casos de abusos sexuais de menores na Diocese de Beja nenhuma “consta dos arquivos da Diocese ou foi de alguma forma denunciada junto da mesma” e não foi possível “apurar os factos e contornos das denuncias” pelos elementos disponíveis.
“É assim, de todo, impossível e ineficaz fazer quaisquer diligências de investigação. Todavia, manifestamos o nosso compromisso, zelo e empenho em prestar o apoio necessário a qualquer vítima que pudermos identificar”, acrescenta o documento.
A Diocese de Beja esclarece que um caso “aparece ligado a uma situação que remonta ao ano de 1963” e trata-se “de um sacerdote que viveu na cidade de Beja e, na sequência do ocorrido, deixou a Diocese”; o outro terá ocorrido na segunda metade da década de 60 e está relacionado “com um sacerdote que tinha responsabilidades na educação de crianças”.
“O terceiro nome aparece numa situação bastante vaga. Diz respeito a um leigo que exercia funções de sacristão na cidade de Moura ou numa freguesia deste concelho”, acrescenta o comunicado, indicando também que o outro caso “situa-se no ano de 1978 e está relacionado com um sacerdote de Serpa ou de uma freguesia do mesmo concelho”, e o último “diz respeito a uma situação ocorrida nos inícios da década de 80, em Mértola e trata-se de um sacerdote que ali se encontrava, mas não era o pároco da vila”.
O comunicado refere que os cinco nomes reportados pela CI já faleceram e informa sobre outros casos, “denunciados entre os anos 2001 e 2020, sendo que todos eles, sem exceção, mereceram o devido e obrigatório encaminhamento, tanto civil como canónico, com um decurso normal e necessário quanto às diligências de investigação e probatórias”.
“Os referidos processos tiveram distintos desfechos resultando em arquivamento, absolvição e um deles aguarda ainda sentença judicial”, indica o comunicado.
A Diocese de Beja esclarece que num dos casos a sentença foi a “demissão do estado clerical” de um sacerdote, noutro o sacerdote em causa foi absolvido, o terceiro foi “investigado internamente e entregue à Polícia Judiciária e posteriormente arquivado por falta de provas” e o quarto resultou na expulsão do seminário de um leigo em formação para o sacerdócio, e “o assunto foi entregue às autoridades civis e julgado no Tribunal da Comarca de Beja, aguardando-se a sentença”.
“Resulta assim evidente que não existe qualquer denuncia, tenha ela sido comunicada ou esteja em arquivo na Diocese de Beja, que não tenha merecido o devido seguimento, nem tampouco existe qualquer caso atual que aguarde ação da Diocese de Beja”, afirma o comunicado.
No documento assinado pelo bispo de Beja, D. João Marcos, a diocese reafirma o compromisso “em colaborar com as autoridades civis e eclesiásticas” com transparência e rigor, “tratando com imparcialidade e firmeza eventuais situações de abuso, sexuais ou quaisquer outros, e a trabalhar em conjunto com todos os que servem o bem comum nas nossas comunidades, sobretudo junto dos mais novos”.
PR
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