Há alguns dias fui com a minha
neta a um armazém da nossa cidade. Quando entrei assustei-me mesmo. Em
exposição tudo o que se possa imaginar de negativo, de assustador para a celebração
deste dia de que não tinha conhecimento que fosse habitual celebrar na Europa.
Pensei, interiormente, mais uma data comercial que interessa unicamente ao Deus
dinheiro, que não tem a ver com a nossa cultura, com as nossas tradições e
valores. Constituem certamente imagens negativas, contrárias aos valores
cristãos. Se bem me recordo, quando os meus filhos eram pequenos, festejávamos
o Dia do Bolinho. Isso sim fazia parte da nossa cultura. Os meus filhos
juntavam-se com os primos e amigos mais próximos. Depois iam a casa dos
familiares, dos padrinhos e amigos pedir o “Bolinho dos Santos” ou o “Pão Por
Deus”. Broinhas que levavam mel, erva-doce, nozes, passas, entre outros. Uma
verdadeira delícia! Chegavam felizes, sorridentes ansiosos por mostrar o que
lhes tinha sido oferecido e como tinham sido recebidos. Normalmente faziam
parte das ofertas as broinhas de mel de Todos os Santos, guloseimas e às vezes
algumas moedas.
O ano passado fui surpreendida
com a visita da minha neta, acompanhada pelos pais, que feliz vinha pedir “O
Bolinho dos Santos”. Como foi bom reviver o passado manter a tradição. Como
Papa Francisco referiu: “Temos obrigação de manter as tradições, as raízes,
permanecendo assim como árvores vivas que não cessam de dar fruto”. De algum
modo, custa-me ver as broinhas de mel, trocadas por caveiras, ossos decorados,
abóboras igualmente decoradas, fatos negros, chapéus de bruxa pretos, vassouras,
entre muitos outros que não fazem parte da nossa cultura. Estas imagens podem
disseminar ideias e valores negativos prejudiciais para as crianças e jovens e
que não correspondem aos princípios cristãos.
Bem sei que por esse mundo fora
existem culturas e religiões diferentes. Temos ainda na Europa a bruxa Befana (de Epifania) em Itália que se
encontra ligada ao dia de Reis. Quando visitei Roma na época de Natal,
acompanhada pelos meus filhos ficámos muito surpreendidos na altura, por a Piazza Navona se encontrar repleta de
imagens da bruxa Befana, montadas
numa vassoura, com um xaile negro coberto de fuligem por descer nas chaminés
para levar os doces às crianças. Segundo me contaram então, a Befana, simboliza a dona da estalagem
que não recebeu Maria Mãe de Jesus grávida. O Menino Jesus que acabaria por
nascer numa manjedoura. Arrependida, hoje em dia a Bruxa Befana, passou a oferecer doces e outros presentes às crianças no
dia dos Reis Magos.
A origem do Halloween remonta às tradições dos povos que habitavam a Gália e as
ilhas da Grã-Bretanha entre os anos 600 a.C. e 800 d.C. embora com marcas das
diferenças em relação às atuais abóboras ou à frase “doces ou travessuras”
exportada para os Estados Unidos, que popularizaram este acontecimento. O Halloween na origem não tinha qualquer relação
com as bruxas. Constituía a festa celta da Irlanda Samhain (fim do verão). Tem origens católica e pagã que se foram
misturando ao longo dos séculos
À laia de conclusão gostaria de
enfatizar que hoje em dia o Halloween
se tornou numa mistura de muitas tradições que os colonos levaram para os
Estados Unidos da América no século XVII e posteriormente integradas na sua
cultura. Mais tarde foram trazidas recentemente para a Europa através da
cultura dos Estados Unidos da América, dando origem a que as nossas tradições
locais seculares desapareçam. Não deixemos que isso aconteça e procuremos
perseverar as nossas tradições e a nossa cultura. Alguém dizia que o dia 31 de Outubro é um
excelente dia para se rezar, intercedendo para que pessoas inocentes não sofram
com as práticas sedutoras do Halloween.
O Papa João Paulo II referia que o Halloween
constitui o Hosana do Diabo.
Maria Helena Paes |
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