Indispensáveis
Por uma razão ou outra o fenómeno da “comunicação social” nos nossos dias não nos deixa indiferentes, não fossemos nós seres humanos e como tal vocacionados para comunicar como quem quer, intimamente, fazer da humanidade inteira uma única família. De facto, os media tornaram-se parte constitutiva da nossa vida nos campos social, económico, político e também, de certa forma, religioso. E “comunicação social”, hoje imprescindível, é cada vez mais sinónimo de “comunicação tecnológica”. Já nem imaginamos um mundo sem as tecnologias sempre novas que temos ao nosso dispor e esta constante evolução parece-nos algo natural. Ficamos maravilhados - e com razão! - cada vez que somos surpreendidos com uma nova ferramenta mais sofisticada, mais potente, mais rápida.
Por uma razão ou outra o fenómeno da “comunicação social” nos nossos dias não nos deixa indiferentes, não fossemos nós seres humanos e como tal vocacionados para comunicar como quem quer, intimamente, fazer da humanidade inteira uma única família. De facto, os media tornaram-se parte constitutiva da nossa vida nos campos social, económico, político e também, de certa forma, religioso. E “comunicação social”, hoje imprescindível, é cada vez mais sinónimo de “comunicação tecnológica”. Já nem imaginamos um mundo sem as tecnologias sempre novas que temos ao nosso dispor e esta constante evolução parece-nos algo natural. Ficamos maravilhados - e com razão! - cada vez que somos surpreendidos com uma nova ferramenta mais sofisticada, mais potente, mais rápida.
Teremos razão para nos maravilharmos com as possibilidades da comunicação dos nossos dias? certamente que sim. Os media, permitindo a comunicação imediata e directa entre pessoas divididas por enormes distâncias, tornaram-se indispensáveis sobretudo nas sociedades democráticas. Oferecem informações sobre os temas obrigatórios da actualidade desde os aspectos sociais, à política, e à economia facilitando a participação de cidadãos informados; no campo da ciência e cultura, permitem o acesso ao progresso científico, à literatura, ao teatro, à música e às artes - também à arte popular - em todo o mundo o que de outro modo dificilmente estaria disponível para todos. Muito importante neste mundo global é a celebração das tradições culturais podendo, assim, compartilha-las e transmitir às novas gerações a herança cultural que lhes é própria.
Para além da utilidade imediata abrem-se horizontes de futuro; os media são, ou podem ser, também, instrumentos ao serviço de um mundo mais justo e solidário. É já inegável a sua contribuição para o exercício da democracia - garantido para todos o direito à informação - e para o diálogo entre os povos. Muito mais haverá a fazer, nomeadamente, sobre o tema urgente da paz mundial.
Mas, apesar do entusiasmo, sentimos também uma preocupação real porque sabemos que os media, em qualquer altura, podem causar graves danos. Hoje, é tal o impacto que têm na sociedade que, pelo modo como forem usados, podem criar oportunidades de mal que não existiam. Podem ser usados em prejuízo do bem das pessoas alienando, marginalizando, fomentando a hostilidade e o conflito, difundindo informações erradas ou promovendo o que é banal em detrimento do que é importante.
Olhando o panorama actual sentimos a urgência de reflectir sobre a ética da comunicação tendo em consideração que os princípios genéricos da ética também se aplicam à comunicação social. Indo mais longe, para uma maior exigência, já muitos se interrogam sobre a necessidade de uma info-ética à semelhança da bio-ética.
Mas, esta reflexão não pode restringir-se aos profissionais e aos que controlam estruturas, e determinam conteúdos. Deverá, também, ter a contribuição importantíssima dos receptores: espectadores, ouvintes e leitores. É imprescindível que a sociedade a quem os media se dirige esteja consciente do seu dever de participação informando-se devidamente sobre as suas estruturas, os modos de operar, os conteúdos, criticando ou aplaudindo. Finalmente, para escolher conscientemente entre as inúmeras ofertas que hoje se encontram disponíveis será muito conveniente fazer um esforço para adquirir alguma educação mediática que ajudará a saber discernir o que é verdadeiro ou falso, real ou ilusório, bom ou intrinsecamente mau para fazer opções responsáveis.
Ao reflectirmos sobre os meios de comunicação social, temos de perguntar com o Papa João Paulo II se, através deles, o ser humano «se torna verdadeiramente melhor, isto é, mais amadurecido do ponto de vista espiritual, mais consciente da dignidade da sua humanidade, mais responsável, mais aberto para com o outros, em particular para com os mais necessitados e os mais fracos, e mais disponível para proporcionar e prestar ajuda a todos».
Rosa Ventura - professora
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