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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Os frutos amargos do laicismo

Todo o homem que exclui Deus da sua vida, abre a porta aos inumeráveis perigos que habitam no meio de nós, é como uma árvore que não fica apta a dar bons frutos porque está a ser atacada pelo ruim, pelo mau, pela doença que a vai corroer, minar e fazer apodrecer, a ela e aos seus frutos.

Também toda a sociedade que desaloja Deus dos seus costumes e das suas leis produz males sem conta e gravíssimos danos para todos os cidadãos que a integram, para além de os deixar expostos à mercê do maligno que não dorme e está sempre de olho vivo e pé ligeiro pronto a atacar as almas para as roubar e lançar na perdição.

Foi então que surgiu a “moda do laicismo” que quer substituir o amor devido a Deus e o cumprimento da moral baseada em princípios transcendentes, por ideais e princípios meramente humanos, que acabam por se tornar infra-humanos. 

Verifica-se que “onde o laicismo consegue subtrair o homem, a família, e o estado ao influxo regenerador de Deus e da Igreja, aparecem casos cada vez mais evidentes e terríveis da desagregação humana com consequentes danos morais, afectivos, psíquicos e físicos. Podemos constactar estes sinais de dano produzidos pela secularização em países como a França, Espanha e Portugal, entre muitos outros, onde a tradição cristã de séculos foi substituída por uma nova forma de paganismo e onde agora proliferam os divórcios, o aborto, o alarmante consumo de drogas e de álcool, a criminalidade, o terrorismo, o suicídio, o desprezo pela moralidade pública e privada bem como pelo ser humano em toda a sua dignidade.

O homem e a sociedade desumanizam-se e degradam-se quando não têm a Deus como Pai, porque ficam à mercê dos apetites dos outros, que também andam afastados do divino e, quando não se anda em boa companhia à nossa espera está sempre a tentação, a traição, a desordem e o mal na pessoa do pai da mentira e do pecado – o diabo em figura de gente…

Clarifiquemos que Estado Laico é aquele que, sem assumir como própria nenhuma posição confessional, respeita e valoriza a presença da dimensão religiosa na sociedade, favorecendo as suas expressões mais concretas e protegendo a liberdade de consciência e de crença de seus cidadãos, permitindo a coexistência de vários credos.
Quando assim não acontece estramos face a um “laicismo intolerante”, de raiz comunista e, por isso, sufocador da fé e da moral cristã, que hostiliza qualquer forma de relevância política e cultural da fé, procurando desqualificar o empenho social e político dos cristãos, porque se reconhecem nas verdades ensinadas pela Igreja e obedecem ao dever moral de ser coerentes com a própria consciência e com os principios que defendem.
É tempo de reconhecer que num mundo sem Deus prevalece a lei do mais forte, a prepotência economicista, a força destruidora da paz e da harmonia entre povos e credos, está em jogo a dignidade do ser humano e o respeito pela vida. “Se Deus não existe, tudo é permitido”, já afirmava o escritor russo Fiódor Dostoiévski no seu livro Os Irmãos Karamazov (1879). 
Sem Deus deixa de existir o fundamento da moral, não faz sentido falar em valores, nem em direitos, nem do Bem nem do Mal absolutos, tudo é volátil e caprichoso passando a girar em torno e ao sabor dum débil relativismo, anarquicamente demolidor e fragmentador do Ego pessoal e da humanidade com reflexos irreversíveis em toda a sociedade.

Benjamim M. Santos



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