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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Acordo de cessar-fogo sobre Gaza: “um raro momento de esperança”

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Ajuda humanitária é urgente

 | 16/01/2025

O acordo para um cessar-fogo em Gaza, obtido e anunciado esta quarta-feira, 15, entre Israel e o Hamas, é considerado pela generalidade dos observadores como “frágil”, mas, ainda assim, constitui “um raro momento de esperança”, no meio do sofrimento e destruição naquele território palestiniano, afirma a Pax Christi, num comunicado.

Caraterizando a situação, aquela ONG católica refere que mais de 46 mil vidas foram perdidas, inúmeras famílias foram deslocadas e as infraestruturas destruídas, levando à fome e à doença. Por sua vez, na Cisjordânia, os colonatos ilegais e a violência dos colonos “estão a forçar as comunidades palestinianas a deixarem suas casas”. “A escala deste trauma é inimaginável”, resume a Pax Christi.

comunicado alerta para o facto de o sofrimento naqueles territórios não ser apenas causado por bombas e balas, “mas também por injustiças profundamente enraizadas que devem ser abordadas”.

“Esperamos que este cessar-fogo não seja uma interrupção temporária da violência, mas o início de um diálogo significativo baseado na justiça, igualdade e dignidade de todas as pessoas”, acrescenta aquela organização internacional que adverte ainda que a implementação desse diálogo entre as partes só será possível se a violência parar e o cessar-fogo se tornar permanente.

Para a Pax Christi, entretanto, “a verdadeira paz só pode ser alcançada abordando as causas profundas dessa violência com responsabilidade e respeito”.

Como preocupações imediatas, a ONG defende que a ajuda humanitária deve chegar aos necessitados, o direito internacional deve ser respeitado e os colonatos ilegais devem ser encerrados. Esse é o caminho para “um futuro em que palestinianos e israelitas vivam em paz, segurança e respeito mútuo”.

 

Conselho Mundial das Igrejas defende paz com justiça

Jerry Pillay, secretário-geral eleito ((17 Julho 2022) do Conselho Mundial Igrejas, que toma posse a 1 de Janeiro 2023. Foto © Peter Williams/WCC

Jerry Pillay apelou a medidas urgentes para fornecer assistência humanitária à escala necessária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza. Foto © Peter Williams/WCC

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI), através do seu secretário-geral, Jerry Pillay, disse regozijar-se “com o alívio que [o acordo] traz às famílias daqueles que serão libertados em breve, e com a esperança que se reacende de um fim para a guerra catastrófica em Gaza, que trouxe tanta morte e destruição a tantas pessoas e comunidades”.

Depois de manifestar gratidão aos mediadores do processo de paz e de desejar que não se trate de um cessar-fogo temporário”, o CMI deseja que se abra “uma janela para uma paz sustentável baseada na justiça, na responsabilização pelos crimes cometidos e no reconhecimento da igualdade de direitos e da dignidade de palestinianos e israelitas”.

Entretanto, Jerry Pillay apelou a “medidas urgentes para fornecer assistência humanitária à escala necessária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza, para que todas as restrições ao acesso humanitário sejam levantadas e para um roteiro detalhado para ajudar o povo de Gaza a recuperar e reconstruir suas comunidades”.

Guterres: “situação humanitária está em níveis catastróficos”

O secretário geral da ONU, António Guterres, congratulou-se com o acordo alcançado e elogiou os respetivos mediadores (Egito, Qatar e Estados Unidos da América). Em declarações aos jornalistas, disse que a primeira prioridade “deve ser aliviar o enorme sofrimento causado por este conflito”.

As Nações Unidas “estão prontas para apoiar a implementação deste acordo e intensificar a prestação de ajuda humanitária sustentada aos inúmeros palestinianos que continuam a sofrer. É imperativo que este cessar-fogo elimine os obstáculos políticos e de segurança significativos à prestação de ajuda em Gaza, para que possamos apoiar um grande aumento no apoio humanitário urgente que salva vidas”, uma vez que “a situação humanitária está em níveis catastróficos”, alertou.


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