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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Joven, sacerdote y misionero en Taiwán, 'diminuta' isla de 1% de católicos, en medio de la tensión

La Iglesia tiene libertad para actuar, a diferencia que en su vecina China

Los católicos de Taiwán apenas son un 1% de la población.

31.01.2025 | 10:45

Actualizado: 

Federico González es un sacerdote argentino que desde casi cinco años vive en Taiwán.  En una entrevista reciente relató su experiencia en esta isla en la que predomina la cultura china y son pocos los que profesan el catolicismo.

El joven sacerdote reconoció que hay muchas diferencias culturales con Argentina. Comentó, por ejemplo, que hace unos días fue a comer con gente de su congregación y a las nueve de la noche ya habían cerrado el restaurante en el que estaban.

Federico pertenece al Instituto del Verbo Encarnado desde donde le encomendaron instalarse en Taiwán, porque esta isla, que está al sur de China, es una nación con la que se mantiene en constante tensión.

González es sacerdote y desde hace casi cinco años vive en Taiwán.


Mientras en China el catolicismo tiene dificultades para existir, en Taiwán hay muy pocos católicos, pero se les permite profesar su fe. Se calcula que solo el 1% de la población de Taiwán es católica, hay pocos sacerdotes, por eso se le pidió ir de misionero a este lugar.

El sacerdote contó que por estos días se está celebrando el Año Nuevo Lunar, que implica toda una serie de tradiciones y rituales que forman parte de la cultura del lugar.

Este año es el de la serpiente de madera y el año pasado fue el año del dragón. Es tan importante para ellos que ese año hasta aumentan los niveles de natalidad, comenta el sacerdote.

Sobre la celebración del Año Nuevo explicó que es todo un ritual en el que el color predominante es el rojo, la gente decora con carteles con buenos deseos y tiran fuegos artificiales. ''Las familias se juntan a limpiar sus casas para sacar lo viejo y recibir lo nuevo'', aseguró el padre Federico. 

Otro tema importante es el idioma. Federico contó que hace cuatro años que estudia chino y ya lo habla con fluidez, puede dar misa, homilía y confesar en chino, pero sigue aprendiendo este idioma.

“Se dice que para un misionero es la primera y la última cruz, uno llega al lugar, no sabe el idioma, tiene que aprenderlo y nunca va a terminar de aprenderlo como un nativo”, concluiyó el sacerdote argentino.




Informação Partilhada do Núcleo Distrital de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza 15-2025


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Os jovens continuam a navegar…

Olá bom dia

O Departamento Nacional da Pastoral Juvenil vai realizar o Conselho Nacional nos dias hoje e amanhã, em Aveiro. “Estamos todos convocados” dirigida aos secretariados diocesanos, congregações religiosas e movimentos da Pastoral de Jovens.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, no início deste mês de janeiro, o novo coordenador da Pastoral Juvenil, Pedro Carvalho, afirmou que o departamento nacional que lidera vai ter “uma estrutura robusta, com muitas pessoas” e com “imensos talentos”, sendo composta sobretudo por jovens.


A Igreja de São João da Foz, no Porto, tem patente até hoje a exposição “Reinterpretações de Arte Sacra” da autoria do desenhador autodidata português José Miranda. A exposição tem 13 desenhos e o autor, economista de profissão, é “muito aclamado em Itália, pela reprodução, em grafite, dos mais diversos motivos religiosos, de quadros históricos a templos e esculturas emblemáticos da história da Igreja Católica”.

As obras reinterpretadas são as seguintes: A criação de Adão (Michelangelo, Capela Sistina), Anunciação (Leonardo da Vinci, Galleria degli Uffizi), Adoração dos Pastores (Lorenzo di Credi, Galleria degli Uffizi), Baptismo de Cristo (Verrocchio e Leonardo da Vinci, Galleria degli Uffizi), Cristo carregando a Cruz (El Greco, Museu do Prado), A Última Ceia (Leonardo da Vinci, Igreja de Santa Maria delle Grazie), O Senhor de Matosinhos (Nicodemos, Igreja do Bom Jesus de Matosinhos), Piètá (Michelangelo, Basílica de São Pedro), Ressurreição de Cristo (Pietro Perugini, Biblioteca do Pallazo Apostólico), Salvé Rainha (Fra Filippo Lippi, Catedral de Spoleto), Nossa Senhora das Graças de Velletri (Síntese estilística de Conceta Pagano para José Miranda), Santo António (o santo e os espaços da sua vida), Santiago Maior (El Greco, Museu do Prado).


Propostas para hoje… No entanto não esqueça de ver o programa ECCLESIA na RTP2, pouco depois das 15h00. Depois fica disponível no site desta agência da Igreja Católica.

Já sabe que pode acompanhar toda a atualidade religiosa, em Portugal e no mundo, no site www.agencia.ecclesia.pt/portal/

Cumprimentos

Luis Filipe Santos



quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Informação Partilhada do Núcleo Distrital de Beja da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti-Pobreza 14-2025


O Dia Escolar da Não Violência e da Paz comemora-se anualmente a 30 de janeiro.

O objetivo do Dia Escolar da Não Violência e da Paz passa por alertar os alunos, os professores, os pais, os políticos e os governantes para a necessidade de uma educação para a paz, que promova valores como o respeito, a igualdade, a tolerância, a solidariedade, a cooperação e a não violência.




Jornalista Maria Ressa, Nobel da Paz: A esperança vem da ação

Filipina no Jubileu da Comunicação

 | 29/01/2025

“Há tanta gente nesta sala. Imaginem se todos trabalhássemos juntos. Talvez consigamos conter a maré e curar o nosso mundo.” A última frase da intervenção da jornalista filipina e Nobel da Paz em 2021 (a par do russo Dmitry Muratov), Maria Ressa, no sábado, dia 25, no encontro jubilar do Papa com os jornalistas e os profissionais da comunicação, resumia o tom dos seus apelos, na crítica veemente às grandes empresas tecnológicas por aquilo que estão a fazer na destruição da democracia, da paz e das relações humanas e na promoção do ódio, do aumento das desigualdades e dos autoritarismos.

Maria Ressa, fundadora do Rappler, recordou que antes dela, o último jornalista a receber o Nobel da Paz foi o alemão Carl von Ossietzky, que “não pôde recebê-lo porque estava a definhar numa prisão nazi”. O que lhe serviu para comparar com os tempos que estamos a viver, por causa do poder cada vez mais incontroláveis das grandes empresas tecnológicas e dos que vivem à sua sombra.

Momentos depois, no discurso que deixou escrito, o Papa Francisco concordava que o Jubileu 2025 da Igreja Católica se celebra num “momento difícil da história humana, com o mundo ainda ferido por guerras e violência, pelo derramamento de tanto sangue inocente”, destacando ainda as referências de Maria Ressa à importância da coragem. [O texto do Papa e o registo vídeo de toda a sessão podem ser lidos e vistos na página do Vaticano na internet. Sobre a sessão, pode ser lida esta outra análise no 7MARGENS.]

Pela sua importância e pelos apelos que lança à capacidade de agir de cada pessoa, o 7MARGENS publica a seguir, na íntegra o texto de Maria Ressa, depois de obtida autorização do Rappler.

 

Plataformas que exploram as nossas vulnerabilidades mais profundas


O Papa no sábado, 25, no encontro do Jubileu do mundo da comunicação. Foto © Ricardo Perna/Diocese de Setúbal.

É uma profunda honra estar perante vós hoje, neste espaço sagrado, ao darmos início a este Jubileu – um tempo de graça, de reflexão e de novo compromisso com os valores que nos unem como uma comunidade global.

Vem mesmo em tempo oportuno, porque estamos a viver uma profunda transformação do nosso mundo. A última vez que algo assim aconteceu, quando as novas tecnologias permitiram a ascensão do fascismo, foi há 80 anos. Foi nessa altura a última vez que um jornalista foi nomeado para o Prémio Nobel da Paz, só que Carl von Ossietzky não pôde recebê-lo porque estava a definhar numa prisão nazi. Ao longo de muitos anos, tenho vindo a lançar o alarme: tal como em Hiroshima, uma bomba atómica explodiu no nosso ecossistema informático.

Em busca de poder e dinheiro, a tecnologia permitiu uma manipulação insidiosa ao nível celular da democracia, ou seja, ao nível de cada um de nós – os eleitores – microdireccionando o medo, a raiva e o ódio; semeando metanarrativas que destruíram a confiança. Ela criou aquilo a que o responsável máximo do sistema público de saúde dos EUA chamou uma epidemia de solidão, virando vizinho contra vizinho e recompensando a regra da multidão – recompensando o pior de nós enquanto pessoas.

Os jornalistas foram os primeiros a ser atacados: se queres ter poder, destrói a nossa credibilidade. Sei isto em primeira mão, porque o meu governo atacou-me com uma média de 90 mensagens de ódio por hora. Como um fertilizante, #ArrestMariaRessa foi tendência nas redes sociais dois anos antes de eu ser efetivamente presa.

O que parece impossível, torna-se possível com a repetição.

Fui presa e paguei a primeira fiança no Dia dos Namorados de 2019. Em pouco mais de um ano, o meu governo apresentou dez mandados de captura contra mim. Eu não sabia o que ia acontecer, mas o Rappler e eu fizemos o que era correto. E agora, quase uma década depois, essas dez acusações criminais estão reduzidas a duas. Mas até hoje, só por fazer o meu trabalho como jornalista, perdi alguma liberdade – tenho de pedir autorização ao Supremo Tribunal de Justiça das Filipinas para viajar. O que é triste? O mesmo estar agora a acontecer mais rapidamente noutras partes do mundo.

Este Jubileu chega numa altura em que o mundo está de pernas para o ar: quando o que é certo é errado; e o que é errado é certo. Lembro-me de um velho desenho animado do tempo em que eu estava a crescer e a aprender a tomar decisões de consciência. À nossa direita, temos o diabo a incitar-nos: Faz isso. Faz. Faz isso! À esquerda, está um anjo a lembrar a regra de ouro – Faz aos outros o que gostarias que te fizessem a ti. Dizendo-te para não seres egoísta. Para partilhares. Para lutares contra os teus piores instintos.

Bem, aquilo que as redes sociais fizeram foi tirar o anjo do nosso ombro, fazer crescer o diabo e ligá-lo diretamente ao nosso sistema nervoso.

 

Não são tecnologias neutras


As tecnologias “transformam em dinheiro a nossa indignação e o nosso ódio; amplificam as nossas divisões; e corroem a nossa capacidade de pensar com empatia”.


As Big Tech transformaram as redes sociais de uma ferramenta de ligação numa arma de engenharia comportamental de massa. Estas plataformas não são tecnologias neutras; são sistemas sofisticados concebidos para explorar as nossas vulnerabilidades psicológicas mais profundas.

Eles transformam em dinheiro a nossa indignação e o nosso ódio; amplificam as nossas divisões; e corroem sistematicamente a nossa capacidade de pensar com nuances e empatia.

Em 2018, um estudo do MIT mostrou que as mentiras se espalham seis vezes mais rápido nas redes sociais. Se contarmos uma mentira um milhão de vezes, ela torna-se um facto. Se se fizer as pessoas acreditarem que as mentiras são factos, então pode-se controlá-las.

Sem factos, não há verdade. Sem verdade, não se pode ter confiança. Sem estes três, não temos uma realidade partilhada, muito menos resolver problemas existenciais como as alterações climáticas. Não podemos ter jornalismo e não podemos ter democracia.

O modelo de negócio das Big Tech – o capitalismo de vigilância – assenta numa traição fundamental da dignidade humana, onde a privacidade dos dados se tornou um mito e a Inteligência Artificial e os algoritmos nos clonaram e manipularam:

– Criando câmaras de eco que exacerbam os preconceitos existentes;

– Dando prioridade ao conflito em detrimento da compreensão;

– Transformando em dinheiro a atenção humana em detrimento da coesão social.

Isto não é um acidente. Trata-se de um projeto deliberado, uma arquitetura para o lucro que traz centenas de biliões de dólares por ano a estas empresas.

É claro que o que acontece nas redes sociais não fica nas redes sociais.

Só existe um “tu” – que vive tanto no mundo virtual como no mundo real.

A grande tecnologia explorou as vulnerabilidades da nossa biologia, mudou a forma como nos sentimos, a forma como vemos o mundo – o que mudou a nossa forma de atuar. Será que ainda temos capacidade de ação individual?

Podemos ver a tendência: no ano passado, o V-Dem afirmou que 71 por cento do mundo está sob um regime autoritário. Estamos a eleger democraticamente líderes iliberais. Afinal, como é que podemos ter integridade nas eleições se não tivermos integridade dos factos? É como se estivéssemos em cima de madeira infestada de térmitas, que pode ruir a qualquer momento.

 

Algo mudou na Roménia – e na Venezuela, em Moçambique, Geórgia…


Protestos em Moçambique após o anúncio oficial dos resultados das eleições de Outubro de 2024: a contestação à manipulação está a acontecer em vários países. Foto © Amnistia Internacional

Mas algo mudou no ano passado. Em dezembro, a Roménia tornou-se o primeiro país a anular uma eleição devido à manipulação russa das redes sociais. Imagine-se se o Reino Unido ou os EUA tivessem feito o mesmo em 2016!

Os protestos eleitorais estão a acontecer em todo o mundo. Da Venezuela a Moçambique, à Geórgia, onde os protestos em grande escala começaram em abril, mas se tornaram diários a partir de dezembro – e hoje é o 60º dia – com jornalistas e ativistas espancados e presos. Os jornalistas levaram para esses protestos o meu livro cujo título é Como Enfrentar Um Ditador.

A jornalista de investigação Mzia Amaglobeli está hoje no seu 14º dia de dia de greve de fome na prisão.

Há anos que mostro dados de diferentes países do mundo em que a tecnologia é o fósforo que incendiou o mundo. “Mexam-se depressa, partam coisas”, disse Mark Zuckerberg – e as Big Tech

rebentaram a democracia. E a situação vai piorar depois de ele ter anunciado que o Facebook está a desistir dos factos. Não é uma questão de liberdade de expressão, é uma questão de segurança.

Quantas pessoas mais terão de morrer? A ONU e a própria equipa da Meta foram de forma independente a Myanmar e descobriram que o Facebook potenciou o genocídio em 2018. No entanto, ninguém foi responsabilizado.

A violência online é violência no mundo real. Com as duas a alimentarem-se uma à outra. De Myanmar à Ucrânia, passando por Gaza, Sudão, Zimbabué, Afeganistão, Etiópia e muitos outros campos de batalha esquecidos. Estas guerras são travadas não apenas com mísseis e tanques, mas com algoritmos, desinformação e a destruição sistemática da verdade e das nossas comunidades de confiança.

A guerra de informação e o jogo de poder geopolítico estão a explorar a conceção destas plataformas. Lembrem-se, o objetivo não é fazer-vos acreditar numa coisa; é fazer-vos duvidar de tudo de modo a deixar-vos paralisados.

Globalmente, há duas linhas principais de fratura da sociedade abertas, independentemente do país ou da cultura. São o género e a raça – e os ataques são muitas vezes alimentados pela religião. O sexismo que se transforma em misoginia; e o racismo, que encontra o seu caminho em constituições como a da Hungria, onde se designa teoria da substituição branca. Ouvimo-lo nas notícias como sendo imigração ou inflação, mas, se formos mais fundo, veremos o género e a raça.

 

Para ter conversas reais sem manipulação


Rappler, comunicação, tecnologias
Página do Rappler alusiva à página de conversação.


Precisamos de construir um conjunto de tecnologias públicas para o mundo virtual, onde as pessoas reais possam ter conversas reais sem serem manipuladas por poder e dinheiro. Nós, no Rappler, começámos a construir isso e lançámos uma aplicação de chat há pouco mais de um ano.

A nossa visão é uma federação de organizações noticiosas mundiais. O meu colega Paterno Esmaquel falar-vos-á mais sobre isso. Vou colocar a ligação para que possam experimentar no X, Facebook e BlueSky.

Porque estamos no Vaticano, quero salientar três coisas: primeira, a tecnologia recompensa a mentira. Como eu disse ao Papa Francisco, isso é contra os Dez Mandamentos; segunda: os homens que controlam esta tecnologia transformadora detêm um poder semelhante ao de um deus, mas não são Deus; são apenas homens, cuja arrogância, falta de sabedoria e humildade está a conduzir o mundo por um caminho escuro. Pelas suas próprias definições e palavras, o seu poder incontrolado e irresponsável assemelha-se cada vez mais a um culto.

É por isso que a religião, a fé, se tornam hoje mais importantes. Em Como enfrentar um ditador, escrevo sobre como a regra de ouro – “Faz aos outros como gostarias que te fizessem a ti” – me tem guiado ao longo da minha vida.

Ajudou-me a definir a CORAGEM num mundo cada vez mais moldado por mentiras: a coragem de falar quando o silêncio é mais seguro; a coragem de construir pontes quando os muros parecem mais fáceis; e a coragem de defender a verdade mesmo quando parece que o mundo inteiro está contra nós.

Gosto da palavra sul-africana UBUNTU – “Eu sou porque nós somos” – um antídoto para muitos dos nossos problemas actuais. É uma verdade universal que as nossas comunidades de fé incorporam. A dor de um é a dor de todos.

Quando as Big Tech recompensam o pior do quem somos, o UBUNTU ensina-nos que os nossos destinos estão interligados; que a luta pela verdade, justiça e paz não é a batalha de outra pessoa; É NOSSA.


Quatro sugestões para o agir individual


Gaza. Crimes contra jornalistas
Funeral de um jornalista morto pelo exército de Israel em Gaza: “Apoiar jornalistas, defensores dos direitos humanos e ativistas que arriscam as suas vidas” é uma das sugestões de Maria Ressa. Foto © RSF

Então, o que podes fazer TU?

Tenho quatro sugestões:

  1. Colaborar, colaborar, colaborar – construir e reforçar a confiança agora, para fechar as linhas de fratura da sociedade que as operações de informação tentarão abrir, colocando-nos uns contra os outros;
  2. Dizer a verdade com clareza moral – o silêncio perante a injustiça é cumplicidade. Quer se trate de racismo sistémico, de desigualdade económica ou a erosão das normas democráticas, as pessoas de fé têm de reclamar a sua voz profética. Exigir transparência e responsabilidade daqueles que controlam os nossos ecossistemas de informação pública – dos governos às grandes tecnologias e aos media;
  3. Proteger os mais vulneráveis – Apoiar jornalistas, defensores dos direitos humanos e ativistas que arriscam as suas vidas. Lembram-se da citação de Martin Neimoller, da Alemanha? Aqui está a nossa versão das Filipinas – publicada pelo nosso maior jornal após a minha primeira detenção: “Primeiro vieram buscar os jornalistas. Não sabemos o que aconteceu a seguir”.

As vossas redes podem ser escudos poderosos para as comunidades marginalizadas. Apoiem os imigrantes, as minorias religiosas, os LGBTQ+ e outros que enfrentam discriminação. A nossa vigilância coletiva pode impedir a normalização do ódio.

  1. Reconhecei o vosso poder – A construção da paz não está reservada aos heróis; é o trabalho coletivo de pessoas que se recusam a aceitar e viver mentiras. O Rappler não teria sobrevivido sem a ajuda da nossa comunidade, que me recorda sempre a bondade da natureza humana. Vocês são poderosos e podem fazer parte de uma onda de mudança para o bem. Isso é alimentado pelo amor.

Permitam-me que as repita novamente: Colaborar, colaborar, colaborar; Falar a verdade com clareza moral; proteger os mais vulneráveis; e reconhecer o poder próprio.

Mesmo nos piores momentos, a esperança não é passiva; é ativa, incansável e estratégica. As nossas tradições de fé carregam séculos de resiliência; nós precisamos de partilhar essas histórias de transformação.

Finalmente…

Há uma citação de T.S. Eliot que adoro sobre “o momento presente do passado”.

É a ideia de que o último romance que leste é afetado pelo facto de teres lido Shakespeare, mas a tua compreensão e apreciação de Shakespeare serão afectadas pelo último romance que leste.

Neste momento presente do nosso passado partilhado, temos uma escolha – e ela criará o nosso futuro do mesmo modo que mudará a forma como olhamos para o nosso passado.

Podemos permitir que as linhas de fratura da nossa sociedade se abram. Ou podemos trabalhar para curar as divisões crescentes.

Porque é agora. Este momento é importante. O que escolheres fazer é importante.

Há tanta gente nesta sala. Imaginem se todos trabalhássemos juntos. Talvez consigamos conter a maré e curar o nosso mundo.






Uma carta com vários apelos

Bom dia!


Foto: Lusa/EPA

«A imigração não pode ser polarizada»

A afirmação é da diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), da Conferência Episcopal Portuguesa, que se assume preocupada com a instrumentalização política do tema em Portugal, na Europa e nos EUA. Eugénia Quaresma defendeu ontem que “não faz sentido diabolizar os migrantes, transformá-los em bodes expiatórios, associar a imigração ao crime”.

As declarações à Agência ECCLESIA surgiram no dia em que 37 organizações da sociedade civil escreveram uma carta aberta com “recomendações sobre Migrações e Desenvolvimento”, enviada ao Governo. Subscritores pedem “medidas e políticas dignas, justas e eficazes”, de acolhimento, integração e inclusão de migrantes, no documento com seis apelos concretos.

Terminam hoje as Jornadas de Formação do Clero das Dioceses do Centro 2025, em Fátima, nas quais participou o bispo Coimbra, D. Virgílio Antunes, que diz que a Igreja, “felizmente, está aberta a todos os desafios”. “Eu vejo hoje uma Igreja muito confiante, muito cheia de esperança, que não está preocupada em catalogar tudo aquilo que se diz”, afirmou.

Pelo Vaticano, terminou ontem a Conferência Internacional dos Comunicadores Institucionais Católicos, promovida pelo Dicastério para a Comunicação. O prefeito deste organismo deseja que a “comunicação seja o melhor veículo para ser uma Igreja em saída” e pediu aos participantes para “sonharem em conjunto”.


Foto: Agência ECCLESIA/OC

Às primeiras horas do dia de hoje, o programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública, transmitiu uma conversa entre dois jornalistas. Joaquim Franco, coordenador e editor de Religião e Cidadania na TVI/CNN Portugal, aborda, entre muitos assuntos, a participação no Jubileu do Mundo das Comunicações, que decorreu em Roma, de 24 a 26 de janeiro.

Na RTP2, convido-o a não perder mais um Programa ECCLESIA, pouco depois das 15h, que destaca este primeiro jubileu setorial do Ano Santo 2025. A Agência ECCLESIA esteve presente em Roma, incluindo Octávio Carmo, vaticanista e chefe de redação, que fala sobre esta experiência.

Termino esta newsletter, lembrando que hoje se assinala o Dia Escolar da Não Violência e da Paz. Em dias que as notícias recordam que, infelizmente, agressões em ambiente escolar são uma realidade, importa reforçar a importância de educar para a empatia, tolerância e respeito.

Desejo-lhe uma ótima quinta-feira!
Leonor João




quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Dia Mundial do Doente 2025




‘Antiqua et nova’ - IA e inteligência humana

Bom dia, paz e bem!!


“É necessário que os utilizadores todas as idades, mas sobretudo os jovens, desenvolvam uma capacidade de discernimento na utilização dos dados e conteúdos recolhidos na Internet ou produzidos por sistemas de inteligência artificial”

Já usou Inteligência Artificial (IA)? A resposta provavelmente será ‘sim’, está em “todo o lado” e usamos muitas vezes mesmo sem saber, por exemplo nos telemóveis, computadores… O Vaticano divulgou um novo documento sobre o desenvolvimento da inteligência artificial (IA), alertando para os riscos destes sistemas e da concentração de recursos num conjunto de empresas “poderosas”, alertou também para a “antropomorfização da IA”.

Com 35 páginas, duas centenas de citações (214 notas), a nota ‘Antiqua et nova’ (antiga e nova), sobre a relação entre a IA e inteligência humana, foi assinado pelos cardeais D. Víctor Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, e D. José Tolentino Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação.

O diretor editorial do Dicastério para a Comunicação (Santa Sé) disse à Agência ECCLESIA que este novo documento é um “apelo à responsabilidade”.

“É do interesse de todos que a inteligência artificial seja um instrumento de melhor participação, de democracia, para o bem comum e não algo que esteja nas mãos de poucas pessoas ricas, que podem fazer o que quiserem” - Andrea Tornielli



Foto: Jornadas Dioceses do Centro

O clero de seis dioceses do centro de Portugal – Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Viseu – está reunido nas suas Jornadas de Formação do Clero 2025, até quinta-feira (30 de janeiro), no Santuário de Fátima.

“A nossa missão é ir à ‘Galileia de hoje’ e encontrar ali Jesus vivo em novas formas de expressar a fé e de viver em comunidade. Galileia é o lugar do seguimento, da marginalidade e dos pobres. É esse o lugar do encontro com o Ressuscitado” - D. António Moiteiro, bispo de Aveiro (discurso de abertura dos trabalhos)

O teólogo João Duque, que apresentou a conferência ‘O tempo pós-cristão – uma oportunidade para a fé’, disse à ECCLESIA que os “desafios exigem pensar a encarnação do cristianismo de outro modo, desconstruindo algumas construções do tal tempo cristão”.


Amanhã (quinta-feira), é o Dia Escolar da Não Violência e da Paz (30 de janeiro), e já estivemos a conversar com o coordenador nacional do projeto ‘Living Peace’, José Manuel Gonçalves, que destacou a “importância do compromisso contínuo por um mundo melhor, mais justo e pacífico”.

www.agencia.ecclesia.pt, é o sítio onde estamos em permanência, pelas 15h00, começa o espaço inter-religioso ‘A Fé dos Homens’, e, esta quarta-feira, o Programa ECCLESIA leva o telespetador para o Jubileu do Mundo das Comunicação, no Vaticano, para além do espaço da Fundação AIS.

Já depois da meia-noite (quinta-feira), a não perder a conversa com o jornalista Joaquim Franco no Programa ECCLESIA, na rádio Antena 1, ou, mais tarde, no podcast «Alarga a tua tenda».

Votos de uma boa quarta-feira, e, se for o seu caso, um bom Ano Novo Lunar/ Ano Novo Chinês,
Carlos Borges



terça-feira, 28 de janeiro de 2025

«Antiqua et Nova», en 11 puntos: nueva Nota del Papa para enfrentarse a la Inteligencia Artificial

Inteligencia Artificial
"'La antropomorfización de la IA' plantea problemas para el crecimiento de los niños [60] y que representar a la IA como una persona es 'una grave violación ética' si se utiliza con fines fraudulentos", dice el Vaticano.


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Los Dicasterios para la Doctrina de la Fe y para la Cultura y la Educación del Vaticano acaban de publicar Antiqua et Nova, una nota sobre la relación entre Inteligencia Artificial y la Inteligencia Humana. Consulta la Nota completa en este enlace

El texto analiza el potencial de este "producto de nuestra inteligencia" en ámbitos como el de la educación, la economía, el trabajo, la salud, las relaciones humanas e internacionales o las guerras. El portal Vatican News ha analizado algunos de estos puntos. 

El documento está dirigido a quienes están llamados a educar y transmitir la fe, pero también a quienes comparten la necesidad de un desarrollo científico y tecnológico "al servicio de la persona y del bien común". En 117 párrafos, Antiqua et Nova pone de relieve los retos y las oportunidades del desarrollo de la Inteligencia Artificial (IA).

1-Peligros y avances

El documento enumera los peligros de la IA, pero también los avances, que alienta como "parte de la colaboración" del hombre con Dios [2]. Sin embargo, no oculta la preocupación que conlleva toda innovación cuyos efectos son aún imprevisibles.

2-Distinción entre IA e inteligencia humana

Varios párrafos de la Nota están dedicados a la distinción entre IA e inteligencia humana. "Engañoso", se lee, es utilizar la propia palabra "inteligencia" para referirse a la IA: no es "una forma artificial de inteligencia", sino "uno de sus productos" [35]. Y como cualquier producto del ingenio humano, la IA también puede orientarse hacia "fines positivos o negativos". En efecto, la inteligencia artificial puede introducir "innovaciones importantes" [48], pero también corre el riesgo de agravar situaciones de discriminación, pobreza, brecha digital, desigualdades sociales [52].

Plantea "preocupaciones éticas" el hecho de que "la mayor parte del poder sobre las principales aplicaciones de la IA se concentra en manos de unas pocas empresas poderosas" [53], de modo que esta tecnología acaba siendo manipulada para "beneficio personal o corporativo" [53].

3-Guerra

En referencia a la guerra, se subraya que los sistemas de armas autónomas y letales capaces de "identificar y atacar objetivos sin intervención humana directa" [100] son un "serio motivo de preocupación ética". De hecho, el Papa pidió que se prohibiera su uso, ya que suponen una amenaza real para "la supervivencia de la humanidad o de regiones enteras" [101].

Estas tecnologías "confieren a la guerra un poder destructivo incontrolable, que afecta a muchos civiles inocentes, sin perdonar ni siquiera a los niños", denunció Antiqua et Nova.  

4-Relaciones humanas

En cuanto a las relaciones humanas, el documento señala que la IA puede conducir a un "aislamiento perjudicial" [58], que "la antropomorfización de la IA" plantea problemas para el crecimiento de los niños [60] y que representar a la IA como una persona es "una grave violación ética" si se utiliza con fines fraudulentos. Del mismo modo que utilizar la IA para engañar en contextos como la educación, las relaciones, la sexualidad, es "poco ético y requiere una cuidadosa vigilancia" [62].

5-Economía y trabajo

La misma vigilancia se impone en el ámbito económico-financiero. En particular, en el ámbito laboral se señala que, mientras que, por un lado, la IA tiene "potencial" para aumentar las competencias y la productividad, por otro, puede "desespecializar a los trabajadores, someterlos a una vigilancia automatizada y relegarlos a funciones rígidas y repetitivas" [67].

6-Salud

Se dedica un amplio espacio a la cuestión de la sanidad. Recordando el enorme potencial de diversas aplicaciones en el ámbito médico, se advierte de que si la IA llegara a sustituir la relación médico-paciente, se correría el riesgo de "empeorar" la soledad que suele acompañar a la enfermedad. También se advierte del peligro de reforzar una "medicina para ricos", en la que las personas con medios económicos se benefician de herramientas avanzadas, mientras que otras no tienen acceso ni siquiera a los servicios básicos.

7-Educación

También se destacan los riesgos en el ámbito de la educación. Si se utiliza con prudencia, la IA puede mejorar el acceso a la educación y ofrecer "información inmediata" a los estudiantes [80]. El problema es que muchos programas "se limitan a proporcionar respuestas en lugar de empujar a los estudiantes a encontrarlas por sí mismos, o a escribir textos por sí mismos"; lo que conduce a un fracaso en el desarrollo del pensamiento crítico [82].

Por no hablar de la cantidad de "información distorsionada o fabricada" y de "noticias falsas" que pueden generar algunos programas [84].  

8- Fake News y Deepfake

Sobre las fake news, el documento advierte del grave riesgo de que la IA "genere contenidos manipulados e información falsa" [85], que luego se difunde para "engañar o hacer daño" [87]. El llamamiento es a "tener siempre cuidado de comprobar la veracidad" de lo que se divulga y evitar, en cualquier caso, "compartir palabras e imágenes que degraden al ser humano», excluyendo «lo que alimenta el odio y la intolerancia" o envilece "la intimidad de la sexualidad humana" [89].

9-Intimidad y control

Sobre la privacidad y el control, la Nota señala que ciertos tipos de datos pueden llegar a tocar "incluso la propia conciencia" [90], con el peligro de que todo se convierta en "una especie de espectáculo que puede ser espiado" [92]. "La vigilancia digital puede utilizarse para ejercer un control sobre la vida de los creyentes y la expresión de su fe" [90].

10-Hogar común

En cuanto al tema de la creación, las aplicaciones de la IA para mejorar la relación con la casa común se consideran "prometedoras". Al mismo tiempo, los modelos actuales de IA requieren "grandes cantidades de energía y agua y contribuyen significativamente a las emisiones de CO2, además de ser intensivos en recursos".

11-La relación con Dios

Por último, la Nota advierte del riesgo de que los seres humanos se conviertan en "esclavos de su propia creación". De ahí la recomendación: "La IA sólo debe utilizarse como herramienta complementaria de la inteligencia humana y no sustituir su riqueza" [112].