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quarta-feira, 10 de julho de 2024

'Instrumentum Laboris' diz que «sem alterações concretas, a visão de uma Igreja sinodal não será credível e afastará os membros do Povo de Deus que retiraram alento e esperança do caminho sinodal»

O documento de trabalho para a segunda sessão da XVI assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, designado por ‘Instrumentum Laboris’ (IL), foi publicado esta terça-feira. O texto desafia os participantes a “explorar outras formas ministeriais e pastorais” para valorizar o papel das mulheres nas comunidades católicas e propõe a criação de um “ministério de escuta e acompanhamento” nas comunidades católicas.

A Secretaria-Geral do Sínodo sublinha que “uma Igreja sinodal é uma Igreja que escuta, capaz de acolher e de acompanhar, de ser considerada casa e família”.

A reflexão coloca em debate a tradicional “ancoragem territorial” das paróquias católicas, num mundo mais urbano e com maior facilidade de deslocação.

O novo IL sustenta que uma Igreja sinodal” necessita da cultura e prática da transparência e prestação de contas”, recordando a “perda de credibilidade resultante dos escândalos financeiros e principalmente dos abusos sexuais”.

Nesse contexto, o instrumento de trabalho apresenta um conjunto de pontos que podem ajudar a promover uma cultura de transparência que pode consultar aqui.

O documento apela a uma transformação de “estruturas e processos” nas comunidades católicas, superando o “modelo piramidal” no exercício do poder e sublinha a necessidade de “superar uma visão estática dos lugares, que os ordena por níveis ou graus sucessivos segundo um modelo piramidal”.

O texto aponta o processo de “escuta de todos”, promovido pela Igreja Católica, como exemplo para contrariar modelos de “concentração” de poder e dinheiro, propõe a disponibilidade para a escuta de todos, especialmente dos pobres, “promovida pelo estilo de vida sinodal, “em nítido contraste com um mundo em que a concentração do poder exclui os pobres, os marginalizados e as minorias”.

O Vaticano recebeu 108 relatórios de Conferências Episcopais (de um total de 114), nove das Igrejas Católicas Orientais, o contributo da USG-UISG (União Internacional dos Superiores Maiores e a União Internacional das Superioras Gerais), organismos da Cúria Romana e mais de 200 comentários, provenientes de realidades internacionais, faculdades, associações de fiéis, comunidades e pessoas individuais.

A estes contributos somaram-se as conclusões do encontro internacional “Os Párocos pelo Sínodo”, que decorreu em Roma, de 28 de abril a 2 de maio.

A consulta integral do documento pode ser feita aqui

Deixo-lhe ainda a indicação que o Movimento ‘Fé e Luz’ em Portugal – ‘Província Luzitana’ – está a realizar Campos de Férias, atividade anual que já juntou três comunidades do norte do país, na Casa do Centro Social João Paulo II, na Apúlia, e recomendo-lhe ainda o livro ‘Lusofonias, de Roma para o Mundo 2’, com textos do padre Tony Neves que refletem encontros, viagens, análises e sonhos para a igreja, escritos entre 2021 a 2024.

Mas há mais para ler, ver e ouvir em agencia.ecclesia.pt

Encontramo-nos lá?

Tenha um excelente dia!

Lígia Silveira

 


www.agencia.ecclesia.pt

      



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