Instituição considera que atividade que desenvolve pode ser utilizada para evangelizar o território
Beja, 06 jul 2024 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Diocesana de Beja deseja que a instituição seja incluída na estratégia para a diocese a ser definida pelo novo bispo, D. Fernando Paiva,que é ordenado e toma posse este domingo.
“Já lhe enviamos uma carta para que ele possa conhecer a Cáritas e que a atividade da Cáritas possa ser tida em mente quando ele definir a estratégia para a diocese, porque este pilar da caridade não pode ser tratado da maneira que se calhar tem sido tratado até agora”, afirmou Isaurindo Oliveira à Agência ECCLESIA.
O responsável considera que a atividade da organização, tutelada pela Igreja Católica, pode ser uma forma de expandir a ação da Igreja.
“Penso que a ação, através da Cáritas, em que nós vamos desenvolvendo ações e tendo resultados que são visíveis pela comunidade, que se poderia utilizar um pouco esta atividade para poder fazer aqui algum trabalho de evangelização, seja ela de que forma for e poder fazer este desenvolvimento”, propõe.
Isaurindo Oliveira defende que não pode ser a instituição a única “a definir a estratégia da caridade para um polo fundamental da Igreja” e que tem de ser um trabalho “em conjunto”.
“Eu diria que, para ser otimista, se calhar 95% das pessoas não sabe o que é a Caritas, possivelmente pensará na Cáritas tal como eu pensava quando entrei aqui e que me considerava medianamente informado e eu julgava que a Cáritas era uma entidade que dava umas refeições e fornecia algumas roupas”, confessa o presidente da Cáritas Diocesana de Beja.
Para o responsável, atualmente, os problemas da fome que existem na região “têm pouco a ver com a barriga”, realçando que “há fome em muitos outros setores que precisam de ser olhados e a Igreja não pode olhar para isso como algo de suma desimportância, como não existindo na sua beira”, uma vez que “é um problema que é dos outros”.
[A experiência da Cáritas no setor é] extremamente importante e isto talvez pudesse ser utilizado, mas para isso é preciso que todos trabalhemos e que todos puxem por isto. E, neste momento, aquilo que eu verifico aqui, ao nível da diocese, é que a indiferença é muito grande”, lamenta.
A Diocese de Beja é a segunda mais extensa de Portugal, englobando 14 concelhos do distrito de Beja e os de Grândola, Santiago do Cacém e Sines, do distrito de Setúbal, e 117 paróquias, constituindo-se este um desafio.
“Como eu costumo dizer, se nós tivéssemos uma rede em que tivéssemos 117 nós, […] quanto mais não seja, a detetar os problemas que existem, e a poder com isto fazer um lobby, fazer uma ação pequenina, etc., se calhar a gente conseguiria fazer aqui um trabalho extremamente importante”, realça.
“Assim, não faço a mínima ideia do que é que se passa em Barrancos, não sei se os problemas de Barrancos são iguais aos problemas de Santo André, de certeza que não são, e, portanto, esta ação é uma ação meia desintegrada e acho que por esta via a gente devia mudar qualquer coisa”, defende.
D. Fernando Paiva é o novo bispo da Diocese de Beja, cuja ordenação e tomada de posse acontece no próximo domingo, dia 7 de julho, pelas 17h, na catedral diocesana. Até agora um dos vigários-gerais da Diocese de Setúbal, foi nomeado pelo Papa Francisco no dia 21 de março como 15º bispo da Diocese de Beja, sucedendo no cargo a D. João Marcos, que apresentou a renúncia. |
PR/LJ/OC
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