sexta-feira, 2 de março de 2018
Damasco, Síria.
(Foto do padre Gonçalo Castro Fonseca, reproduzida daqui)
A guerra na Síria tem merecido uma condenação generalizada das opiniões públicas, insuficiente, no entanto, para pôr um ponto final nos massacres de populações civis, na destruição do país e na tragédia que se abateu sobre uma cultura rica e diversificada.
Quarta-feira, o Papa Francisco voltou a referir-se ao drama que se vive em Ghouta Oriental, depois de domingo passado ter condenado a violência e os massacres (notícia e vídeo aqui)
Também o secretário-geral do Conselho Ecuménico das Igrejas, Olav Tveit, afirmou no início desta semana que “o mundo dever assegurar que o povo da Síria possa agora ver o fim destes actos de guerra e condições inumanas” (notícia mais completaaqui, em castelhano)
O padre jesuíta Gonçalo Castro Fonseca, a trabalhar no Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), em Damasco, a capital da Síria, conta no seu blogue como são vividos estes dias de bombardeamentos e massacres da população civil:
“Atravessar a porta do encontro, neste médio oriente, tem-me transformado a partir das entranhas porque mais e mais sinto que o meu coração é visitado por um Amor que me ultrapassa. Não falo de Cristo, não faço homilias (o meu árabe não chega para tanto), não dou retiros, mas a experiência de Deus Encarnado nos meus amanheceres e entardeceres levam-me a lugares que nunca pensei que pudesse algum dia conhecer.
Neste momento estamos numa espécie de pausa, por um lado por proteção, por outro por impotência, quebrada pontualmente por alguma emergência que está ao nosso alcance responder. Rezamos. Como tantos, também nós aguardamos impotentes um desfecho, sem vislumbrar qual ou quando. Também eu assisto no noticiário o que vai acontecendo, mas mais perto, muito perto; perto porque conheço as ruas, conheço e amo os que sofrem, sei os seus nomes e tenho as suas vidas no meu abraço; perto porque é ali do outro lado da Porta do Oriente.”
(o texto completo pode ser lido aqui)
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