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quinta-feira, 29 de março de 2018

Os falsos profetas


O Papa Francisco tem feito algumas advertências a quem busca conhecer o futuro e os desígnios de Deus através de horóscopos ou falsos pregadores, exortando a que não se deixem enganar pelos pregadores apocalíticos. Quem segue Jesus não presta ouvidos aos profetas da desgraça, à futilidade dos horóscopos, às previsões que amedrontam, distraindo daquilo que conta. O Senhor convida a distinguir, entre as muitas vozes que se ouvem, aquilo que vem d’Ele e o que vem do falso espírito.
É importante distinguir entre o sábio convite que Deus nos dirige cada dia e o clamor de quem se serve do Seu nome para assustar, sustentando divisões e medos.
Assim como Jesus, o Santo Padre convidou a “não temer perante os cataclismos de cada época”, porque Ele “pede para perseverar no bem e colocar plena confiança em Deus, que não desilude”.
“Sempre somos impelidos pela curiosidade: quer-se saber quando será, como será e receber sinais do que acontecerá. Esta curiosidade, porém, não agrada a Jesus”.
Leiamos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?
«Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!

Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem».

Num tempo em que mais se recorre ao esoterismo e na banalização ou relativização de práticas integradas em alguns fenómenos culturais, bem ao jeito de superstições, falsos conceitos religiosos e distorções espirituais, urge que neste Tempo Pascal se leia, releia e medite na passagem supra, retirada da mensagem do Papa Francisco para esta Quaresma de 2018.

Feliciano do Rosário



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