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terça-feira, 25 de julho de 2017

Aliviar sim, matar não!

Um grupo de cidadãos contra a eutanásia propõe-se explicar à sociedade portuguesa "o que é isto de defender a vida humana", sublinhando que, nesta matéria, "há limites".

Chama-se movimento cívico Stop Eutanásia e propõe-se "defender a vida com dignidade até ao fim". Sofia Guedes, uma das fundadoras do movimento, defende que a eutanásia é um assunto que "preocupa" bastante os elementos que compõem esta iniciativa cívica, porque estes temas não podem "ser resolvidos apenas por algumas pessoas".

Para Sofia Guedes, os países onde a eutanásia está legalizada são um bom exemplo do que não deve ser feito. A fundadora do "STOP Eutanásia" diz que a lei não deve permitir, em caso algum, o recurso a esta prática, já que, na sua opinião, existem sempre alternativas.

O movimento cívico não conta, por agora, com o apoio da Igreja Católica, mas Sofia Guedes admite uma convergência de ideias e ideais nesta matéria.


O objectivo deste movimento é “alertar para o drama de uma lei como a eutanásia. O nosso interesse é mostrar como pode ser perigosa”, dando o exemplo da Bélgica, “onde se começou com doentes terminais e agora já é legal em crianças. Quando começa é um processo imparável”. O movimento, que tem sede em Lisboa, diz que tem também em funcionamento “um projecto de informação e formação para a sociedade civil, sobre os perigos da liberalização da eutanásia.”. Uma das suas missões foi a recolha de assinaturas para a petição Toda a Vida tem Dignidade, organizada pela Federação Portuguesa pela Vida, que conseguiu reunir 14 mil assinaturas. Este documento, devido ao elevado número de assinaturas, também será debatido no plenário da Assembleia da República. 

“O movimento cívico 'STOP eutanásia' considera prematura a discussão em sede parlamentar de qualquer projeto de lei que venha a ser apresentado sem que se tenha esgotado um tempo amplo de debate, esclarecimento e reflexão na sociedade portuguesa”.

Os seus responsáveis sublinham que a eutanásia e o suicídio assistido “têm sido criticados por várias associações de cuidados paliativos um pouco por toda a Europa”, que consideram que tem levado à “transformação da medicina numa profissão de cariz comercial” e ainda, como no caso do modelo suíço, à “possibilidade de estes atos serem praticados por outros que não-médicos”.

A Ordens dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Psicólogos e dos Farmacêuticos também foram unânimes na necessidade de aprofundar este debate considerando que é prematuro o Parlamento decidir já a despenalização da eutanásia

«Não há condições para uma decisão» e «é questionável a legitimidade do atual Parlamento para decidir, já que o debate sobre o assunto apenas fazia parte do programa do PAN e de mais nenhum partido».



Benjamim M. Santos






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