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sábado, 19 de novembro de 2022

Novos caminhos para a formação dos padres

O congresso internacional «Erguendo os olhos e vendo» que hoje termina, em Braga, está a questionar o modelo de formação dos Seminários, apontando para uma consequente renovação da Igreja, das comunidades, dos ministros e ministérios.

O documento ‘A face mutante do presbítero e as metamorfoses eclesiais em curso’, divulgado no congresso sustenta que o atual modelo de formação está “esgotado” e exige mudanças.

“Esse modelo está claramente esgotado”, diz à Agência ECCLESIA Manuel Pinto, da Universidade do Minho – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, relator do texto do documento, elaborado pelo grupo de professores que fazem parte da comissão científica do congresso internacional – Alexandre Palma, Luís Miguel, Fabrizia Raguso, Manuel Pinto, João Duque, Alfredo Teixeira, Joaquim Félix.

“Estamos numa fase em que, ou tomamos a iniciativa, ou a realidade acabará por condicionar a nossa situação, obrigando a uma nova agenda".

O historiador António Matos Ferreira disse que, para repensar a formação dos padres, a Igreja tem de seguir a indicação do Papa Francisco de evitar o clericalismo, “descentrar da figura do padre e colocar no centro a comunidade”.

“A Igreja tem de se libertar do clericalismo, da conceção de que existe uma elite que pelos estudos, origem social, tem legitimidade para uma supremacia sobre os restantes. Sabemos que se queremos defender princípios como os direitos humanos, sociedades de participação e cidadania, como exigências colocadas à consciência do cristão, devemos ter uma vivência eclesiológica que retrate isso”, refere à Agência ECCLESIA o docente da Universidade Católica Portuguesa.

António Matos Ferreira admite “várias soluções”, porque “há vários ritmos” no mundo contemporâneo, mas explica que para se procurar uma solução “do ponto de vista teológico e também prático” importa que “a Igreja, no seu conjunto e autoridade”, perceba o que “quer fazer com o que tem”: “Isto não é um problema de sondagens, mas como é que a Igreja, no seu conjunto e na sua autoridade, quer fazer com aquilo que tem para não passar o tempo todo a dizer que está em crise e dificuldade porque em crise e dificuldade está todo o mundo”.

Também D. José Cordeiro, arcebispo de Braga, afirmou ser necessário encontrar “caminhos novos” para a formação de novos sacerdotes, pelo que é urgente “suscitar novas perguntas”.

“Os desafios são de tal ordem que o Seminário tem de ser capaz, também, desta atitude sinodal, samaritana, que estamos a sublinhar na arquidiocese”.

“Só uma Igreja que sonha pode evangelizar, mesmo uma Igreja ferida”, sustenta.

Este fim de semana, os jovens celebram a Jornada Diocesana da Juventude, o encontro que antecede a JMJ Lisboa 2023. Apresentada como mini-jornada é um convite local para encontros celebrativos.

Até agosto de 2023, a preparação continua procurando que o convite para estar em Lisboa chegue a todos: chegou a Angola, durante a jornada nacional da juventude, e também do Porto vem o apelo a que as inscrições, também para acolher peregrinos, não fiquem para a última hora.

Convido-o ainda a «Lembrar» pessoas e a construir a gratidão – esse é o desafio do programa de rádio que passou esta manhã na Antena 1, e pode recuperar aqui.

Mas há mais para ler, ver e ouvir em www.agencia.ecclesia.pt

Encontramo-nos lá?

Tenha um excelente dia!

Lígia Silveira

 


www.agencia.ecclesia.pt

      



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