O congresso
internacional «Erguendo os olhos e vendo» que hoje termina, em Braga, está a
questionar o modelo de formação dos Seminários, apontando para uma
consequente renovação da Igreja, das comunidades, dos ministros e
ministérios. O documento ‘A face
mutante do presbítero e as metamorfoses eclesiais em curso’, divulgado no
congresso sustenta que o atual modelo de formação está “esgotado” e exige
mudanças. “Esse modelo está
claramente esgotado”, diz
à Agência ECCLESIA Manuel Pinto, da Universidade do Minho – Centro de Estudos
de Comunicação e Sociedade, relator do texto do documento, elaborado pelo
grupo de professores que fazem parte da comissão científica do congresso
internacional – Alexandre Palma, Luís Miguel, Fabrizia Raguso, Manuel Pinto,
João Duque, Alfredo Teixeira, Joaquim Félix. “Estamos numa fase em que, ou tomamos a iniciativa, ou a
realidade acabará por condicionar a nossa situação, obrigando a uma nova
agenda". O historiador António
Matos Ferreira disse
que, para repensar a formação dos padres, a Igreja tem de seguir a indicação
do Papa Francisco de evitar o clericalismo, “descentrar da figura do padre e
colocar no centro a comunidade”. “A Igreja tem de se libertar do clericalismo, da conceção de que
existe uma elite que pelos estudos, origem social, tem legitimidade para uma
supremacia sobre os restantes. Sabemos que se queremos defender princípios
como os direitos humanos, sociedades de participação e cidadania, como
exigências colocadas à consciência do cristão, devemos ter uma vivência
eclesiológica que retrate isso”, refere à Agência ECCLESIA o docente da
Universidade Católica Portuguesa. António Matos
Ferreira admite “várias soluções”, porque “há vários ritmos” no mundo
contemporâneo, mas explica que para se procurar uma solução “do ponto de
vista teológico e também prático” importa que “a Igreja, no seu conjunto e
autoridade”, perceba o que “quer fazer com o que tem”: “Isto não é um
problema de sondagens, mas como é que a Igreja, no seu conjunto e na sua
autoridade, quer fazer com aquilo que tem para não passar o tempo todo a
dizer que está em crise e dificuldade porque em crise e dificuldade está todo
o mundo”. Também D. José
Cordeiro, arcebispo de Braga, afirmou
ser necessário encontrar “caminhos novos” para a formação de novos
sacerdotes, pelo que é urgente “suscitar novas perguntas”. “Os desafios são de
tal ordem que o Seminário tem de ser capaz, também, desta atitude sinodal,
samaritana, que estamos a sublinhar na arquidiocese”. “Só uma Igreja que
sonha pode evangelizar, mesmo uma Igreja ferida”, sustenta. Este fim de semana,
os jovens celebram a Jornada Diocesana da Juventude, o encontro que antecede
a JMJ Lisboa 2023. Apresentada como mini-jornada é um convite local para
encontros celebrativos. Até agosto de 2023, a
preparação continua procurando que o convite para estar em Lisboa chegue a
todos: chegou
a Angola, durante a jornada nacional da juventude, e também do Porto vem o
apelo a que as
inscrições, também para acolher peregrinos, não fiquem para a última
hora. Convido-o ainda a «Lembrar»
pessoas e a construir a gratidão – esse é o desafio do programa de rádio que
passou esta manhã na Antena 1, e pode recuperar aqui. Mas há mais para ler,
ver e ouvir em www.agencia.ecclesia.pt Encontramo-nos lá? Tenha um excelente
dia! |
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