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domingo, 4 de agosto de 2019

Papa Francisco: Acolher os migrantes é superar os nossos medos

O campo de refugiados de Bidibidi, no Uganda: morrem tantas vítimas de trafico a atravessar África quanto no Mediterrâneo. Foto © Tommy Trenchard/Caritas Internationalis
O problema das migrações não diz respeito apenas aos migrantes e aos refugiados, mas “é também sobre os nossos medos”. A afirmação é do Papa Francisco e consta da sua mensagem para próximo Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, que se assinala a 29 de Setembro próximo, sob o lema “Não se trata apenas de migrantes”.
E por que são também os nossos medos que estão em causa? Eis a resposta de Francisco: “Os sinais de maldade que vemos ao nosso redor aumentam o nosso medo do ‘outro’, do desconhecido, do marginalizado, do estrangeiro”, levando a que muitos imigrantes que buscam um futuro melhor acabem por ser os destinatários dessa mesquinhez.
Algum medo é normal e até mesmo legítimo e, por conseguinte, “o problema não é que tenhamos dúvidas e medo. O problema é quando [estes sentimentos] condicionam de tal modo a nossa capacidade de pensar e de agir de tal modo que nos tornamos intolerantes, fechados e talvez até – sem disso nos apercebermos – racistas.”
“Desta forma, o medo priva-nos do desejo e da capacidade de encontrar o outro, a pessoa diferente de mim; ou seja, priva-me de uma oportunidade de encontrar o Senhor”.
Na mensagem que acaba de ser divulgada, o Papa Francisco afirma que a presença de migrantes e refugiados, e de pessoas vulneráveis em geral, não constitui uma ameaça, antes é “um convite a recuperar algumas das dimensões essenciais de nossa existência cristã e da nossa humanidade, que correm o risco de ser negligenciadas em sociedades prósperas”.
“Por conseguinte – sublinha a mensagem – não está em jogo apenas a causa dos migrantes; não é só deles que se trata, mas de todos nós, do presente e do futuro da família humana. Os migrantes, especialmente os mais vulneráveis, ajudam-nos a ler os ‘sinais dos tempos’. Através deles, o Senhor chama-nos a uma conversão, a libertar-nos dos exclusivismos, da indiferença e da cultura do descarte”.


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