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segunda-feira, 5 de junho de 2017

New Age ou Nova Era - Um desafio religioso e cultural

"Os Movimentos da New Age, como um grande rio fluente, com múltiplos afluentes, representam uma forma típica de sensibilidade religiosa contemporânea, como uma nova religiosidade que reveste muitos caracteres da Gnose eterna". (Grande Dizionario delle Religioni (Grande Dicionário das Religiões).

À New Age foram dedicados dois números especiais da Revista trimestral de cultura religiosa, intitulada Religioni e sette nel mondo (Religiões e seitas no mundo). No seu editorial o Cardeal Paul Poupard definiu-a desta forma:  "O fenómeno da New Age, juntamente com muitos outros Movimentos religiosos, constitui um dos desafios mais urgentes para a fé cristã. Trata-se de um desafio religioso e, ao mesmo tempo, cultural:  a New Age propõe teorias e doutrinas sobre Deus, o homem e o mundo, que são incompatíveis com a fé cristã. Além disso, a New Age é o sintoma de uma cultura em profunda crise e, ao mesmo tempo, uma resposta errónea a esta situação de crise cultural: às suas inquietações e interrogações, às suas aspirações e esperanças" (Religioni e sette nel mondo).

«A publicidade relacionada com a Nova Era cobre um amplo espectro de práticas, tais como a acupunctura, o biofeedback, a quiroterapia, a quinesiologia, a homeopatia, a iridologia, massagem e vários tipos de “técnicas corporais” (tais como ergonomia, Feldenkreis, reflexologia, rolfing, massagem de polaridade, toque terapêutico, etc.), a meditação e a visualização, as terapias nutricionais, tratamentos psíquicos, vários tipos de medicina à base de plantas, a cura mediante os cristais (cristaloterapia), metais (metaloterapia), música (musicoterapia) ou cores (cromoterapia), as terapias de reencarnação e, por último, os programas dos doze passos e os grupos de auto-ajuda. Afirma-se que a fonte da cura está dentro de nós mesmos, que a podemos alcançar quando estamos em contato com nossa energia interior ou com a energia cósmica.» 

(…) «A matriz essencial do pensamento da Nova Era deve ser buscada na tradição esotérico-teosófica que gozou de grande aceitação nos círculos intelectuais europeus dos séculos XVIII e XIX. Em particular, vigorou na maçonaria, no espiritismo, no ocultismo e na teosofia, que compartilhavam uma espécie de cultura esotérica. Nesta cosmovisão, o universo visível e o invisível estão vinculados por uma série de correspondências, analogias e influências entre o microcosmos e o macrocosmos, entre os metais e os planetas, entre os planetas e as diversas partes do corpo humano, entre o cosmos visível e os âmbitos invisíveis da realidade. A natureza é um ser vivo, atravessado por uma rede de simpatias e antipatias, animado por uma luz e um fogo secreto que os seres humanos procuram controlar. As pessoas podem conectar-se com os mundos superior ou inferior mediante a sua imaginação (a alma ou espírito) ou então recorrer a mediadores (anjos, espíritos, demónios) ou rituais».

(…) «A “energia divina”, quando é recebida conscientemente pelos seres humanos, costuma-se descrever como “energia crística”. Também se fala de Cristo, porém com ele não se alude a Jesus de Nazaré. “Cristo” é um título aplicado a alguém que chegou a um estado de consciência onde o indivíduo se percebe como divino e pode, portanto, pretender ser “Mestre universal”. Jesus de Nazaré não foi o Cristo, mas simplesmente uma das muitas figuras históricas nas quais se revelou essa natureza “crística” igual a Buda e outros. Cada realização histórica do Cristo mostra claramente que todos os seres humanos são celestiais e divinos e os conduz para essa realização». (Jesus Cristo Portador da Água Viva: Uma reflexão cristã sobre a "Nova Era”) 

Esta escola esotérica crística e não cristã, apresenta-se como uma nova cultura planetária que nos impele e obriga à busca de conhecimentos sobre as suas origens, meios e fins o que naturalmente implica um maior discernimento sobre estas utopias políticas, humanistas e científicas que invadiram a Europa e os Estados Unidos da América no fim dos anos 60 e princípio dos 70, com grande apoio e divulgação por parte dos media, das artes e de toda a cultura em geral, que bebeu profundamente os seus ensinamentos. 

Suzana Maria de Jesus



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