A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP), com mais de um século de existência, foi criada em 1915, por iniciativa de D. António Barroso, na altura bispo do Porto, e é uma das mais antigas associações de médicos católicos existentes no mundo.
Entre as suas principais atribuições insere-se a promoção da discussão de temas suscitados pelo avanço científico e tecnológico da medicina, bem como das suas implicações na prática médica à luz da mundividência cristã, procurando alargar horizontes no plano nacional e internacional, e difundir cada vez mais os valores cristãos no sector da Saúde em Portugal, nomeadamente no que concerne às questões que preocupam os médicos.
É neste contexto que após debate sobre um tema altamente preocupante para esta classe, a AMCP deu o seu valoroso contributo reiterando a absoluta oposição à prática da Eutanásia, defendendo mais uma vez o valor da vida humana e o papel do médico. “Reafirmamos, pois, com convicção e fortaleza, que toda a vida merece acolhimento, respeito e proteção. Que toda a vida tem dignidade. Que nenhuma circunstância a tornará indigna. Muito menos a doença ou o sofrimento”.
Os médicos católicos proclamam que querem estar ao serviço da vida e dos doentes e referem que conhecem a “importância da confiança” na relação médico-doente e no sistema de saúde. “A possibilidade da Eutanásia fere de morte esta confiança”, alerta a associação que manifesta a “veemente oposição” à legalização da Eutanásia e “à violação ou alteração do Código Deontológico”.
“Os princípios da medicina excluem a prática da eutanásia, da distanásia e do suicídio assistido. Não se pode instrumentalizar a medicina com objetivos que são alheios à sua atividade, à sua prática, à sua Ética e à Lei Fundamental”.
“A vida é um direito inviolável e irrenunciável. Ninguém deverá ter, seja em que circunstância for, o direito a ser morto. A pretensão de querer eliminar o sofrimento é compreensível. Mas não se elimina o sofrimento com a morte: com a morte elimina-se a pessoa que sofre”.
Ao sublinhar que acreditam que “a vida é um valor”, reafirmam, “com convicção e fortaleza, que toda vida merece acolhimento, respeito e proteção” e que nada, “muito menos a doença ou o sofrimento”, a tornará indigna.
“É possível aliviar a dor física intensa e a angústia. Os medicamentos hoje disponíveis tornam possível o bem-estar, sem dor”. Neste âmbito, defende o “alargamento” das redes de cuidados continuados e de cuidados paliativos, que “é o esforço” que uma sociedade mais humana deve promover.
“Somos médicos”. “Queremos honrar e cumprir o nosso código deontológico, que entendemos como garante do respeito pela vida humana desde o nascimento até à morte natural”. É função da medicina e do médico minorar o sofrimento do doente com competência técnica e com humanidade”.
Sabemos que em breve vai voltar ao Parlamento esta questão, estejamos atentos e vigilantes, doentes não são números nem cabeças a abater e a medicina não se coaduna com protagonismos políticos e afins.
Manuel Maria de Vasconcelos
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