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sexta-feira, 15 de abril de 2016

Um minuto de oração pelas 300 moças raptadas pelo Boko Haram

De visita ao Brasil o bispo D. Ignatius Kaigama lançou um apelo à oração pelas jovens moças sequestradas há precisamente dois anos pelo grupo islamita

  Igreja e Religião

Bispo D. Ignatius Kaigama (Foto: AIS)
De visita ao Brasil, onde se deslocou a convite da Fundação AIS para falar sobre a perseguição religiosa no seu país, o bispo D. Ignatius Kaigama, que é também presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, lançou um apelo à oração pelas cerca de três centenas de jovens moças de uma escola em Chibok, sequestradas há precisamente dois anos pelo grupo islamita Boko Haram.

Afirmando não ter qualquer notícia sobre o “paradeiro das meninas”, o prelado pediu “um minuto de oração”, recordando que elas caíram nas mãos de um grupo terrorista “que viola, tortura”, submete os seus prisioneiros “à fome, ao isolamento, ao casamento forçado e à conversão ao islão”. Por tudo isso, D. Ignatius pede que os cristãos em todo o mundo “dediquem um minuto de oração” por estas moças.

Este apelo do presidente da Conferência Episcopal da Nigéria ocorre precisamente no mesmo dia em que as Nações Unidas revelaram outro dado inquietante: No último ano houve um aumento exponencial, de cerca de 11 vezes, de atentados suicida realizados por crianças a mando do Boko Haram.

Estes atentados, que se têm verificado na Nigéria e em países limítrofes também cenário de incursões do grupo islamita, como os Camarões e o Chade, vêm recordar, de forma trágica, o sequestro referido por D. Ignatius Kaigama, há dois anos, de quase três centenas de moças de uma escola secundária em Chibok, no norte da Nigéria.

Aliás, nos últimos dias, o grupo islamita Boko Haram, que procura a instauração de um califado nas regiões que controla no norte da Nigéria, divulgou pela primeira vez um pedido de resgate de 50 milhões de euros pela libertação destas moças.

Ninguém sabe ao certo, na verdade, quantas destas crianças e adolescentes estarão ainda nas mãos deste grupo terrorista, sendo que, na altura do ataque à escola, 14 de Abril de 2014, foram sequestradas 276 alunas.

Pouco tempo depois, 57 destas meninas conseguiram escapar, tendo havido, desde então, alguns relatos não confirmados de outras fugas. Calcula-se que, neste momento, 219 alunas de Chibok permanecem em lugar incerto sob o controlo do Boko Haram.

O rapto destas meninas comoveu então o mundo e deu origem, até, a diversas campanhas internacionais pela sua libertação. #BringBackOurGirls

Na ocasião, o Papa Francisco apelou à oração dos cristãos pela libertação destas jovens, tendo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, classificado o sequestro como um acto de “terrorismo odioso”.

Desde então, calcula-se que mais de dois mil jovens – na sua maioria do sexo feminino – tenham sido raptados por este grupo terrorista que matou mais pessoas no ano de 2014 do que os jihadistas do auto-proclamado “Estado Islâmico”.

Estas moças, depois de terem caído nas mãos do Boko Haram são normalmente usadas como escravas sexuais, cozinheiras e até como combatentes e bombistas suicidas.

Esta é uma situação alarmante, que ganha agora outra amplitude com a confirmação, pelas Nações Unidas, que o número de crianças utilizadas em ataques suicidas na Nigéria e nos países da região terá aumentado exponencialmente desde 2014.

(Fundação AIS)


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