No sábado passado em várias cidades ao redor do mundo desceram às ruas
milhares de pessoas para pedir às autoridades norueguesas a resolução do
caso da família Bodnariu para o bem das crianças
Bodnariu Family - Facebook |
O facto é que o caso dos cônjuges Bodnariu já se tornou de proporção
internacional. O casal de origem romeno ao qual a Barnevernet, os
serviços sociais noruegueses, retirou a custódia dos filhos por motivos
nebulosos.
No sábado passado, 16 de Abril, em cidades de vinte países
seguiram-se protestos para que as autoridades norueguesas intervenham a
fim de resolver uma questão que assume contornos graves. Cinco filhos, o
maior de 10 anos e o menor com alguns meses, foram tirados dos seus
pais com base em uma carta enviada aos serviços sociais pela directora da
escola frequentada pelos pequenos.
A professora, relatando o diálogo entre duas crianças, observava que
os cinco irmãos teriam sofrido punições físicas dos pais. Isso foi o
suficiente, apesar das crianças terem negado que foram submetidas à
violências, para enviar à casa da família dois desconhecidos a bordo de
dois carros negros que levaram embora as crianças e prenderam por
algumas horas os pais.
Desde aquele dia de Novembro, a ligação familiar foi cortada, só no
começo de Abril o pequeno de poucos meses foi restituído aos cuidados da
mãe que o estava amamentando.
Um mínimo de gesto de humanidade que se perde como uma gota de água
em um terreno árido. São muitas as perguntas que pairam em torno ao
acontecimento. A Noruega é conhecida por ser extremamente severa com os
pais que levantam suas mãos contra os filhos: método de educação
considerado ilegal e punível com a intervenção dos serviços sociais.
Mas de acordo com muitos, começando pelo advogado de defesa de
Bodnariu, sobre a questão pesa o preconceito religioso das autoridades
norueguesas. Tendo em conta que as próprias crianças negaram os abusos
(com excepção de algumas chineladas) e que nenhum sinal de violência
jamais foi encontrada nelas, supõe-se que o motivo da contenda sejam os
princípios cristãos com os quais os Bodnariu, família evangélica,
estavam educando os próprios filhos. Alguns documentos obtidos pelo
advogado confirmariam esta tese.
Com frias diligências, segundo os defensores dos Bodnairu, as
autoridades norueguesas actuaram sem respeitar o procedimento legal
preliminar e sem uma investigação para determinar o estado psico-físico
dos pequenos. Daí o protesto dos dois cônjuges e de um amplo circuito de
apoio que se desenvolveu em todo o mundo encontrando o seu ponto
culminante na Roménia.
No sábado passado, milhares de vozes se levantaram nas ruas de todas
as latitudes. A Itália também se mobilizou a favor da família. Varias
centenas de pessoas, a maioria imigrantes romenos, se reuniram no
Consulado da Noruega em Milão e outros muitos se reuniram em Bolonha e
Roma.
O caso também chegou na América, onde um programa realizado pela BBC
foi ao ar quarta-feira passada. Em uma manifestação de protesto
realizada em Phoenix, Arizona, também participou de Trent Franks,
deputado republicado no Congresso dos EUA.
Mas, além da voz da política, se eleva aquela da Igreja Ortodoxa
Romena. Makarios, bispo do norte da Europa, sublinhou que “qualquer
separação de crianças de seus pais é em si um trauma cujas consequências
a médio e longo prazo podem ser muito difíceis de avaliar”.
O bispo, lembrando também que “o amor da família nunca poderá ser
substituído por um quadro institucional”, apela ao Estado para que possa
considerar que a família é o lugar mais adequado para formar “uma
educação e um sadio equilíbrio emocional da criança”.
Recurso que parece ficar inutilizado diante dos fiordes noruegueses.
As autoridades do país escandinavo mantém o ponto em sua decisão
rigorosa e controversa. Lars Andersen, ministro-conselheiro da Embaixada
da Noruega na Espanha, defendeu o trabalho de Barnevernet insinuando
que Oslo não fará nenhum passo para trás.
Atitude que provoca a reacção dos partidários da família Bodnariu, os
quais, começando pelo seu advogado, anunciam que “a batalha pelas
crianças continua”.
in
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