16 Abril, 2016
por ZAP
alex-photos / Flickr |
Algumas parte do Velho Testamento da Bíblia podem ter sido
escritas há mais tempo do que se pensava, de acordo com um estudo
científico feito por investigadores da Universidade de Tel Aviv, em
Israel.
A nova análise não partiu da investigação directa sobre o texto
sagrado, mas debruçou-se sobre inscrições militares encontradas em
fragmentos cerâmicos de um forte do ano 600 Antes de Cristo, do tempo do
Reino de Judá.
Recorrendo a programas informáticos de processamento de imagem e de
reconhecimento de caligrafia, os investigadores concluíram que havia, na
altura, mais pessoas capazes de saberem ler e escrever do que se
pensaria, o que indicia que a Bíblia já poderia ser lida 200 anos mais cedo do que se conhecia.
A análise a estas inscrições militares encontradas num forte do
Século 600 a.c., em Arad, a oeste do Mar Morto, permitiu concluir que
foram escritas por, pelo menos, seis pessoas diferentes, reporta a
investigação publicada no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Estas inscrições serviam para transmitir ordens e regras e seriam
usadas entre as altas patentes e os soldados mais rasos, o que sugere
que “devia haver algum tipo de sistema educacional em Judá, naquela
altura”, salienta o co-autor do estudo e arqueólogo Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, em declarações ao Live Science.
Esta versão acrescenta uma nova teoria às dúvidas sobre se os
primeiros extractos da Bíblia terão sido escritos antes ou depois da
destruição do Templo de Jerusalém, a capital do antigo Reino de Judá,
que ocorreu em 586 a.c.
“Vários textos referem eventos que se encaixam melhor nos anos
imediatamente antes da queda do Reino de Judá”, explica o arqueólogo ao Discovery News.
O professor de semiótica e linguagem Christopher Rollston,
da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, admite que estas
conclusões fazem sentido, revelando que o período em torno de 600 a.c.
foi de “actividade literária prolífica, com uma grande porção de livros
escritos neste período”.
Mas Rollston nota que há outras provas mais antigas, dos séculos VII e
VIII a.c., que indiciam que “algumas partes da Bíblia podem ter sido
escritas ainda antes do que o estudo de Tel Aviv sugere”.
ZAP
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