Mais uma vez, o Papa Francisco convida os cristãos a meditar no tema da Alegria e, mais concretamente, como alcançar a Alegria na Família, no Amor. Eis as palavras chave da Exortação Apostólica: Amor, Família e Alegria.
Comecemos pelo Amor. O Santo Padre aconselha-nos a cuidar mais e melhor a preparação para o sacramento do matrimónio, pois é um caminho de santidade, de entrega, de sacrifício, de renúncia, de misericórdia. Quem acredita no Amor sem heroicidade? Quem acredita no Amor de quem abandona o cônjuge quando ele adoece? O Papa anima-nos a não ter medo do Amor e a responsabilizar-nos pelo bem dos nossos entes queridos. É o convívio, o passar tempo com eles que os torna mais nossos e mais queridos. Quando a família aumenta, as dores dividem-se e as alegrias multiplicam-se. Assim, não se deve dar o passo que leva de solteiro a casado se não se sabe amar humanamente: com a cabeça e com o coração. Primeiro com a cabeça: tenho trabalho, casa, meios de subsistência? Estou capaz de subsistir com pouco, sem culpar os pais, os sogros, a família da falta de conforto inicial própria do início de vida? Acabei os meus estudos? Então, há condições para buscar noiva/o. Também nesse momento é prudente usar a inteligência: antes de olhar, ouvir o que dela/e se diz. Será a pessoa certa para ser a mãe/pai dos seus filhos?
O Papa ainda recorda que o matrimónio não é um ato individual, mas social. A nova família tem uma vocação elástica para o Amor. Quanto mais ama, mais está capaz de compreender, de dar... de Amar. Por isso, não só inclui no conceito de família os pais e os filhos, mas também os avós, tios, sobrinhos, primos... com um lugar especial e agradecido para os sogros, progenitores do seu cônjuge, do seu Amor. E ainda há lugar no Amor para amigos, vizinhos, colegas de estudos ou trabalho... a sociedade. Esta será a nova Família, verdadeiramente nascida do Amor. A Família que gera Alegria e felicidade.
Porém, a verdadeira Alegria é inalcançável enquanto se vive na terra. A humanidade não se satisfaz nunca porque necessita de eternidade, de infinito, de esperança, de fé. Também isso, a Fé, se aprende convivendo em Família, pela palavra serena e amiga (força, avós) e pelo exemplo (força, pais e irmãos). Porque será necessário as empresas de transportes reservarem lugares para idosos, grávidas... Porque os pais não dão exemplos de solidariedade, boas maneiras, disciplina... Amor.
Porém, os homens não são santos, são pecadores. A Igreja é Mãe, sabe isso e tem remédios à nossa disposição. O primeiro deles é o sacramento da confissão. No contexto da Família, sempre acolheu e animou o casal a sofrer as dificuldades próprias da vida (doenças, faltas de trabalho, dificuldades económicas...) com valor e confiança em Deus, e as dificuldades próprias da convivência (gostos diferentes, faltas de ajuda, incompreensões...) com paciência e compreensão. Pode acontecer que o casal não consiga viver em comum por o casamento ser nulo ou por um dos cônjuges não se comportar de modo responsável. Se a Igreja reconhece a nulidade do matrimónio, é possível novo casamento, como está previsto no direito canónico há séculos. É próprio dos fiéis consultarem o confessor sobre o seu caso concreto, evitando assim as tentações do ódio e sede de vingança num coração que está feito para o Amor e a Alegria.
Isabel Vasco Costa
Muito bem
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