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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Mais de 80 personalidades portuguesas pedem ao governo da Nicarágua que respeite a liberdade religiosa

Em carta aberta

 | 30 Ago 2022

nicaragua bandeira foto c derek brumby

A recente escalada na tensão com a Igreja Católica “representa um caso de perseguição religiosa e atentado aos direitos humanos” na Nicarágua, afirmam os signatários. Foto © Derek Brumby.

Um grupo de 85 personalidades portuguesas, das mais diversas áreas de atuação, enviou esta segunda-feira, 29, uma carta aberta ao cônsul honorário da Nicarágua em Lisboa, onde apela ao governo daquele país para que “faça um caminho para o retorno rápido à democracia plena, ao estado de Direito, ao respeito pelos direitos humanos, e à liberdade nas suas várias expressões, incluindo a de expressão e religiosa”.

Na missiva, os signatários começam por referir que têm acompanhado “com tristeza e preocupação, pela comunicação social independente, a evolução da situação na Nicarágua, no que diz respeito à degradação da vida pública e do ambiente político, e em especial à recente escalada na tensão existente com a Igreja Católica que representa um caso de perseguição religiosa e atentado aos direitos humanos”.

São dados como exemplos o encerramento de rádios católicas e as perseguições a crentes, bem como o episódio recente do cerco policial à Cúria da diocese de Matagalpa, com a detenção do seu bispo Rolando Alvarez e de vários padres e leigos [ver 7MARGENS].

“Tais métodos, por demais conhecidos de todos, não configuram senão uma violação da liberdade e dos direitos humanos que a ninguém favorece, e confirmam a deriva ditatorial da Nicarágua, o que tanto nos entristece”, pode ler-se na mensagem, enviada com conhecimento à embaixadora da Nicarágua em Paris, à Nunciatura Apostólica em Lisboa e à Conferência Episcopal Portuguesa.

Entre os subscritores, incluem-se a escritora Alice Vieira, o economista e ex-ministro das Finanças António Bagão Félix, o presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado e antigo responsável nacional da Cáritas, Eugénio Fonseca, e a presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado.

Todos fazem questão de juntar “a voz à do Secretário-geral da ONU, António Guterres”, e terminam com um apelo veemente “a que o governo da Nicarágua liberte todos os presos” que injustamente se encontrem privados da sua liberdade.



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