Junho é por nós conhecido como o mês dos Santos Populares. Mas é um facto que para além de Santo António, S. João Baptista e S. Pedro, ele contempla ainda muitos outros Santos, menos conhecidos mas com percursos também muito interessantes. De todos destaco alguns cujas vidas me perecem curiosas e demasiado actuais.
Barnabé, século I d.C., "José, a quem os apóstolos haviam dado o cognome de Barnabé, que quer dizer 'filho da consolação', era um levita originário da ilha de Chipre. Foi São Barnabé quem convenceu a comunidade de Jerusalém a receber o temível perseguidor dos cristãos, Paulo de Tarso como discípulo, levando-o como colaborador para Antioquia. É considerado como Santo e Apóstolo, tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Ortodoxas, sendo liturgicamente comemorado no dia 11 de Junho.
Tomás More nasceu em Londres no ano de 1478. Aos treze anos de idade ele foi para a Universidade de Oxford. Aos vinte e dois anos já era doutor em direito e professor. Além de intelectual brilhante tinha uma personalidade muito simpática e um excelente bom humor. Casou-se, teve quatro filhos, foi um esposo e um pai muito presente e carinhoso. Tomás nunca se afastou dos pobres e necessitados, os quais visitava para melhor atender suas reais necessidades. Escreveu obras famosas como "Utopia" e "Oração para o bom humor". Foi homem de estado, diplomata, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos e, em especial, de 1529 a 1532, o cargo de Lord Chanceler. Porém quando o rei Henrique VIII quis desfazer o seu legítimo matrimónio com a rainha Catarina de Aragão, para se unir em novo enlace com a cortesã Ana Bolena, contrariando todas as leis da Igreja, Tomás More não apoiou esta decisão do rei, como membro da Câmara dos Comuns, nunca abdicando da sua fé nem dos seus princípios éticos, pelo que foi preso e decapitado em 1535. Canonizado como mártir da Igreja Católica em 19 de maio de 1935 a sua festa litúrgica celebra-se em 22 de junho.
Josemaria Escriva, sacerdote, nasceu em Espanha a 9 de janeiro de 1902 e faleceu em Roma a 26 de junho de 1975. A 2 de outubro de 1928, por inspiração divina, fundou o Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres quotidianos do cristão. “O santo do quotidiano”: assim se referiu o então Papa João Paulo II a S. Josemaria na audiência na Praça de S. Pedro aos presentes na canonização, no dia 7 de Outubro de 2002. São Josemaría foi escolhido pelo Senhor para anunciar a chamada universal à santidade e mostrar que as atividades correntes que compõem a vida de todos os dias são caminho de santificação. No dia 26, a Igreja em todo o mundo celebra missas festivas em sua honra.
Paulo (5-67) nasceu em Tarso, na Cilícia, próspero centro intelectual e mercantil do mundo romano, de pais eram judeus, mas que gozavam dos privilégios da cidadania romana. Passou os seus primeiros anos de vida no meio da comunidade judaica, tendo frequentado a escola da sinagoga. Tornou-se perseguidor das primeiras comunidades cristãs, e participou do apedrejamento do apóstolo Estêvão. A caminho de Damasco, teve a visão de uma luz incandescente, Jesus, e converteu-se.
Paulo é chamado “O Apóstolo”, por ter sido o maior anunciador do cristianismo depois de Cristo. É uma das figuras mais interessantes e modernas de toda a literatura grega, e a sua Carta aos Coríntios é uma das obras mais significativas da humanidade.
Quando estava preso em Cesareia, Paulo apelou para César e o governador Festo enviou-o para Roma, onde chegou na Primavera do ano 61. Aqui viveu dois anos em prisão domiciliária. Sofreu o martírio no ano 67, no final do reinado de Nero e na Via Ostiense, a 5 quilómetros dos muros de Roma, foi decapitado. No dia 29, juntamente com S. Pedro, a Igreja celebra a sua festa litúrgica.
Santos Protomártires - Depois da solenidade universal dos apóstolos São Pedro e Paulo, o novo calendário romano universal apresenta a memória de outros cristãos que se tornaram os primeiros mártires da Igreja de Roma, por isso, protomártires.
O Imperador romano Nero foi acusado de ter sido o causador do grande incêndio ocorrido em Roma a 19 de julho de 64. Considerado um déspota imoral e louco por alguns historiadores e o causador de tal horror, Nero para se defender, acusou os cristãos, aproveitando-se das calúnias que já circulavam na cidade sobre esta pequena e pouco conhecida comunidade hebraica que habitava Roma e era formada por pacíficos cristãos.
A crueldade estendeu-se de 64 até 67, chegando a um exagero tão grande que acabou incutindo no próprio povo romano um sentimento de piedade e de solidariedade, pois compreenderam que não havia motivos para tão feroz crueldade.
No dia 30 de Junho, imediatamente a seguir ao dia de S. Pedro e de S. Paulo, a Igreja Católica celebra a memória dos Santos Protomártires.
Maria Susana Mexia |
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