Na sua mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, subordinado ao tema “Não tenhais medo, Eu estou convosco”. “Comunicar Esperança e Confiança no Nosso Tempo”, o Papa Francisco referiu: ”Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente…’moem´ tantas informações… A esperança é a mais humilde das virtudes… tornando-se como faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e de esperança”.
Pensei em associar esta mensagem a Fátima, palco do mundo nos últimos dias, por ocasião do Centenário da 1ª aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, associada à peregrinação do Papa Francisco e à Canonização dos já Santos, Francisco e Jacinta Marto, o que constituiu para mim um grande privilégio e uma enorme honra, considerando-me igualmente peregrina. Ao chegar, depositei no regaço da Virgem em silêncio, como qualquer peregrino, dos cerca de um milhão de peregrinos que participaram, as minhas alegrias, as minhas tristezas, as minhas faltas, as minhas intenções e pedidos particulares, bem como um reconhecimento por todas as graças recebidas por intercessão da minha Mãe do Céu.“À Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus!” A consagração diz: Ó Mãe de Deus e dos Povos. Vós que “conheceis todos os seus sofrimentos e suas esperanças”. Vós que sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, que movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao Vosso Coração. Abraçai com o amor de Mãe, este mundo humano, que a Vós confiamos e consagramos, de modo especial, os que têm uma necessidade particular, de saúde, de emprego, de solidão, de violência, de habitação, financeira, ou qualquer tipo de exclusão bem como a paz no mundo, as nações em conflito, as diferentes crises contemporâneas. À Vossa proteção nos acolhemos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas e acolhei a nossa humilde confiança e entrega. Livrai-nos de todos os perigos Rainha do Céu e da Terra”.
Tendo adotado como lema “Papa Francisco em Fátima 2017: Com Maria peregrino na Esperança e na Paz” parti em busca de novos conhecimentos que me permitissem elaborar este artigo. Refleti na importância dos meios de comunicação social. Posto isto, tornei-me num deles, com muita honra e muito orgulho por este privilégio de conviver com esta nobre classe que veicula a informação. Não era uma abordagem fácil, o melhor mesmo, era vivê-la em pleno, silenciosamente, como o momento assim o requeria. Queria beber do cálice da informação, da partilha, da solidariedade, da narrativa, da filmagem, da fotografia, da entrevista, entre outros, com profissionalismo, mas sempre tudo muito rápido, em correria no sentido de procurar divulgar a melhor notícia, as melhores mensagens, nos diferentes meios de comunicação social, no preciso momento em que têm lugar. Para mim também era excelente, porque a narrativa constitui um momento extremamente solitário. Na realidade, os meus colegas nunca me questionaram. Era tão bom ter uma perspetiva diferente! Nesta esplanada aberta ao mundo, vive-se, sonha-se, corre-se, dando a vida pela informação, em solidariedade para com todos. Também se reza, se comunga, se chora, se partilha, há solidariedade e, em simultâneo, uma atenção constante pela boa cobertura rápida in loco.
Atenta aos acontecimentos ouvi o Santo Padre proferir na sua homília: “Apareceu no Céu… uma mulher revestida de sol”… Depois, ouvimos no Evangelho Jesus dizer ao discípulo: “Eis a tua Mãe”. Temos Mãe! Uma “Senhora tão bonita”: comentavam entre si os videntes de Fátima naquele abençoado dia treze de maio de há cem anos atrás…Tinham visto a Mãe do Céu…E, no dizer de Lúcia, os três privilegiados ficavam dentro da Luz de Deus, que irradiava de Nossa Senhora… Fátima é sobretudo esse manto de Luz que nos cobre…quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe para Lhe pedir, como ensina a Salve Rainha, “mostrai-nos Jesus”. Mais adiante o Papa referiu: Nas suas Memorias a Irmã Lúcia dá a palavra a Jacinta que beneficiara de uma visão: “Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome e não têm nada para comer? E o Santo Padre numa Igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com ele?”
“Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhes os seus filhos e filhas. Sob o seu manto não se perdem; dos seus braços, virá e esperança e a paz que necessitam e que suplico… de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados. Sob a proteção de Maria, sejamos no mundo, sentinelas da madrugada que sabem contemplar o verdadeiro rosto de Jesus Salvador… e descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é missionária, acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”. Mais adiante o Santo Padre saúda os doentes referindo: “Vivei a vossa vida como um dom e dizei a Nossa Senhora, como os Pastorinhos, que vos quereis oferecer a Deus de todo o coração… A vossa presença silenciosa mas mais eloquente do que muitas palavras, a vossa oração, a oferta diária dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus cruxificado pela salvação do mundo, a aceitação paciente e até feliz da vossa condição são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã. Não tenhais vergonha de ser um tesouro precioso para a Igreja”.
Acrescento ainda parte das palavras do Papa na oração da canonização dos Beatos Francisco e a Jacinta: “Deus de bondade e fonte de santidade, que fizestes dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta Marto duas candeias para iluminar a humanidade, exaltai os humildes que na Vossa Luz veem a luz, a fim de que a todos seja dado contemplar os caminhos que conduzem ao Vosso coração”.
E os peregrinos demonstram o seu carinho e fé pelos pastorinhos e por Nossa Senhora de Fátima. Prova disso é o mar sem fim de luz da procissão das velas e o silêncio orante e contemplativo de todos. Obrigada pela sua vinda Papa Francisco e pelos dois Santos, que canonizou e que não deixaremos de venerar. Portugal é reconhecido e não o esquecerá, em oração e comunhão de espírito.
Fica quase tudo para dizer… Apenas um agradecimento final para todos os que de algum modo, contribuíram para a nossa segurança e do Santo Padre. Também para todos que os fizeram um esforço enorme para que este Centenário fosse memorável, em particular, para os meios de comunicação social, que fizeram a sua cobertura, permitindo que fosse acompanhado a nível mundial. Last but not least, uma menção especial aos peregrinos que com o seu testemunho de fé e de devoção a Maria e aos Pastorinhos, vieram a pé, de avião, de carro, de transportes públicos: nada, nem ninguém os demoveu de estar presentes em Fátima permitindo a realização de cerimónias tão participadas. Sem os peregrinos nada se tornaria possível.
Temos mais dois Santos a interceder por todos nós, Francisco e Jacinta!
Maria Helena Paes |
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