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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Neste caso eu diria: da necessidade de escrever sobre o inimaginável

É ainda com os olhos esbugalhados que me atiro ao papel para partilhar convosco este artigo que acabo de ler, por aconselhamento de um amigo, no Jornal OBSERVADOR, no dia 23-5, da autoria da Dr.ª Laurinda Alves e com o título: Anda um pai a criar uma filha para isto…

Sem saber muito bem por qual ponta lhe pegar, eu transcrevo a primeira parte do texto em questão para que o leitor possa avaliar da gravidade da situação: 

“Indo directamente ao assunto e usando a terminologia dos próprios alunos universitários que montaram as barracas das Queimas das Fitas, este ano houve tendas particularmente más em alguns dos queimódromos: a “Tenda das Tetas”, onde bastava “mostrar as mamas” para ter bebidas à borla, e a barraca onde as raparigas também não pagavam se dessem beijos na boca umas das outras. Não estamos a falar de beijinhos infantis (que já seriam de mau gosto, até para raparigas que vivem a sua homossexualidade com autenticidade e sem exibicionismos), mas de beijos pornograficamente demorados, elaborados, incitados e aplaudidos pelos rapazes em volta. Beijos de bordel, dados em estado líquido, note-se, com níveis de alcoolémia de rebentar qualquer escala”.

Por cima da minha idade e experiência de vida eu julgava que já não iria encontrar muitas coisas que me surpreendessem ou que não fossem previsíveis, mas constatei que me enganei e é com muita pena que o confesso.

Não vou tecer considerandos sobre o que motivou o dito artigo, a autora com a sua sensibilidade feminina, o seu saber profissional e o bom senso que lhe habita já o fez, mas não posso deixar de lamentar estas tão vergonhosas atitudes que denigrem a imagem não só dos jovens universitários, como de todos nós que o permitimos, dos nossos bons costumes, dos nossos valores e da imagem do nosso país.

Estamos alarmados com os ataques terroristas que se praticam um pouco por esse mundo, como o que agora ocorreu em Manchester e deixamos que à nossa beira proliferem estas obscenidades entre os nossos, nos locais mais improváveis e com protagonistas que deveriam estar a preparar-se para uma vida de trabalho honesto, etc, etc… e depois vêm falar de violência doméstica, maus tratos às crianças, bullying entre outras formas de terrorismo?

Caros amigos ponhamos os pés no chão e pensemos bem no que de mal, muito mau, anda por aí a acontecer, vimos, ouvimos, lemos e pensamos, não podemos ignorar, permitir nem calar.

José M. Esteves 





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