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Especialista em Direito Canónico integra Comissão Paritária da Concordata pela Santa Sé
Lisboa, 09 set 2016 (Ecclesia) – O padre Manuel Saturino Gomes, que
integra a Comissão Paritária da Concordata pela Santa Sé, disse que
ficou “admirado” com o facto da Autoridade Tributária ter enviado
notificações a dioceses e paróquias para a cobrança de impostos sobre
imóveis.
“As coisas são claras. O que é destinado a fins religiosos não paga
imposto, seja a partir da Concordata, seja a partir das interpretações
das circulares, que foram divulgadas pelo Ministério das Finanças antes
da existência da Comissão Paritária, de outras interpretações e também
da jurisprudência e da doutrina”, referiu o sacerdote especialista em
Direito Canónico.
À Agência ECCLESIA, o auditor do Tribunal da Rota Romana no Vaticano
manifestou admiração pelas notificações entregues a dioceses e paróquias
para a cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) sobre imóveis
com fins religiosos e sociais porque a Comissão Paritária da Concordata
“nunca foi auscultada sobre o assunto”.
O parecer do sacerdote é que a cobrança de impostos sobre imóveis da
Igreja Católica “não é um problema” uma vez que o artigo 26 da
Concordata, sobre assuntos fiscal, “é clara” quanto à “área da isenção e
dos fins religiosos”, explicou à margem da tomada de posse do novo
presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, na Fundação Calouste
Gulbenkian.
O padre Manuel Saturino Gomes recorda, contudo, que, como a Concordata
também refere, “é diferente” quando “há uma atividade que não é
propriamente religiosa”, como uma livraria católica, uma casa de
hospedaria ou edifício que já foi seminário e está “desocupado”: “Com
certeza terão de pagar IMI ou outros impostos”.
A Comissão Paritária da Concordata reúne-se com alguma periodicidade
para “averiguar a aplicação da própria Concordata”, como está previsto
no seu artigo 29, e o auditor do Tribunal da Rota Romana no Vaticano
considera que “é evidente” que a questão do Imposto Municipal sobre
Imóveis seja analisada no próximo encontro, que em princípio é em
outubro.
As declarações integram a mais recente edição do Semanário ECCLESIA, publicada hoje, sobre o tema da liberdade religiosa.
HM/CB/OC/JCP
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