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Visita à Geórgia e Azerbaijão, países com minoria católica, tem marca ecuménica e inter-religiosa
Cidade do Vaticano, 30 set 2016 (Ecclesia) - O Papa iniciou hoje de
manhã, em Roma, a sua viagem de três dias à Geórgia e Azerbaijão, a
segunda deste ano à região do Cáucaso, para “favorecer o encontro e o
diálogo entre culturas e religiões diferentes”.
O Papa assumiu o objetivo no tradicional telegrama ao presidente da
Itália, Sergio Mattarella, ao deixar o país, explicando que quer
“reforçar o caminho da unidade dos cristãos e confirmar a comunidade
católica na fé”.
A visita tem como lema 'A paz esteja convosco' e quer sublinhar a
importância da região, próxima da Rússia, Turquia e Médio Oriente.
“É claramente uma viagem de paz, o Papa leva uma mensagem de
reconciliação para toda a região”, disse esta semana em conferência de
imprensa o porta-voz do Vaticano, Greg Burke.
A 16ª viagem internacional do pontificado tem início marcado para a
capital da Geórgia, Tbilisi, e conclui-se este domingo, já no
Azerbaijão.
O programa oficial, que prevê 10 discursos do Papa, inclui um encontro
privado com a comunidade caldeia, um rito que remonta às origens do
Cristianismo e tem particular importância na Síria e no Iraque, mantendo
o uso litúrgico do aramaico, a língua falada por Jesus Cristo.
A visita de oração pela paz à igreja de São Simão, com a comunidade
assíria-caldeia, está marcada para o final da tarde de hoje e que ser um
“sinal da proximidade” de Francisco às comunidades cristãs sírias e
iraquianas, realçou o porta-voz do Vaticano.
O Papa vai proferir uma oração em que serão recordados especificamente
os "cristãos perseguidos", os refugiados e as "vítimas da opressão".
Francisco esteve na Arménia entre os dias 24 e 26 de junho deste ano,
naquela que foi a sua primeira visita ao Cáucaso, e explicou, já no
regresso ao Vaticano, os motivos que o levam agora a viajar até à
Geórgia e Azerbaijão.
“Acolhi o convite para visitar estes países por um duplo motivo: por um
lado, valorizar as antigas raízes cristãs presentes nessas terras,
sempre num espírito de diálogo com as outras religiões e culturas; por
outro, encorajar esperanças e caminhos de paz”, assinalou, no Vaticano.
O Papa deve chegar ao aeroporto Internacional de Tbilisi pelas 15h00 locais (menos três horas em Lisboa).
Após a cerimónia de boas-vindas, Francisco vai fazer uma visita de
cortesia ao presidente da República da Geórgia, no palácio presidencial,
seguindo-se o encontro com o ‘catholicos’ e patriarca de toda a
Geórgia, Elias II, no palácio do Patriarcado Ortodoxo.
Já no sábado, Francisco preside à Missa no Estádio M. Meskhi, contando,
pela primeira vez, com a participação de uma delegação da Igreja
Ortodoxa da Geórgia; o programa continua num encontro com sacerdotes,
religiosos e religiosas na igreja da Assunção, de rito latino.
Antes de visitar a catedral patriarcal Svietyskhoveli de Mskheta,
centro espiritual da Igreja Ortodoxa georgiana, o Papa reúne-se com
pobres e agentes de obras de caridade da Igreja, diante do centro de
assistência dos religiosos camilianos.
O domingo começa com a cerimónia de despedida no aeroporto
Internacional de Tbilisi, de onde o Papa parte para Baku, capital do
Azerbaijão, localizada nas margens do Mar Cáspio, com chegada prevista
para as 09h30 (menos três horas em Lisboa).
A visita
de 10 horas a território azeri, onde os católicos são apenas algumas
centenas, começa com a Missa na igreja do Centro Salesiano.
Em Baku, Francisco vai almoçar com a comunidade salesiana, ainda antes
da cerimónia oficial de boas vindas, na praça do palácio presidencial de
Ganjlik, de uma visita ao Monumento aos Mortos pela Independência e do
encontro com as autoridades no Centro ‘Heydar Aliyev’ - nome do terceiro
presidente do Azerbaijão após a queda da URSS.
O Papa transfere-se em seguida para a Mesquita ‘Heydar Aliyev’, que
recebe um encontro inter-religioso, acolhido pelo xeque dos muçulmanos
do Cáucaso.
O avião que transporta Francisco sai de Baku às 19h15 para aterrar em
Roma, às 22h00 locais (menos uma hora em Lisboa) de domingo.
João Paulo II esteve na Geórgia em 1999 e no Azerbaijão em 2002.
OC
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