Foto: Osservatore Romano |
Religiões «podem desencadear o melhor das energias humanas». destaca organismo católico português
Lisboa, 22 set 2016 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz
publicou a nota ‘Religiões pela Paz’, sobre o encontro inter-religioso
que se concluiu esta terça-feira em Assis, com a presença do Papa,
sublinhando que os líderes das várias confissões mostraram a vontade de
ser “parte da solução”.
“A força incomparável que têm as religiões na vida das pessoas e dos
povos pode, e deve, ser canalizada em função do diálogo, da harmonia
social, da justiça e da paz. Na construção da paz, as religiões não são
parte do problema, mas parte da solução”, escreve o organismo laical
ligado à Conferência Episcopal Portuguesa.
A nota enviada hoje à Agência ECCLESIA por Pedro Vaz Patto, presidente
da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), considera “importante
sublinhar” que as religiões quando “vividas na sua pureza e
autenticidade” não são fonte de conflito e de ódio mas “de paz e de
unidade”, quando se difunde a tese do “choque de civilizações” onde as
religiões teriam um papel como fonte de divisões e conflitos.
“Não podemos ignorar um passado, e um presente, de guerras e conflitos
com motivações religiosas que encobre a sede de poder ou outro tipo de
motivações”, acrescenta o texto.
“Todas as religiões deveriam, a este respeito, proceder a uma salutar
autocrítica”, observa a CNJP no documento que pretende assinalar a
realização do encontro inter-religioso de Assis, no 30.º aniversário do
primeiro destes encontros por “iniciativa profética” do Papa São João
Paulo II.
Para o organismo católico, os encontros de Assis são “um sinal de uma
outra era que começa”, que o destino futuro da humanidade “não tem que
ser marcado pelo ‘choque de civilizações’”.
A Comissão Nacional Justiça e Paz refere que é nas religiões que a
maioria dos seres humanos encontra a “motivação mais profunda que dá
sentido às suas vidas” e muitos povos encontram um “elemento decisivo de
identidade cultural e coesão social”.
“Quando não deturpadas, podem desencadear o melhor das energias humanas”, destaca a CNJP, na nota também divulgada na sua página na internet.
O Papa Francisco e dezenas de líderes religiosos assinaram uma
declaração conjunta pela paz, na qual rejeitam o terrorismo e o
fundamentalismo.
“A paz é o nome de Deus. Quem invoca o nome de Deus para justificar o
terrorismo, a violência e a guerra, não caminha pela sua estrada: a
guerra em nome da religião torna-se uma guerra contra a própria
religião”, lê-se no ‘Apelo pela Paz 2016’.
CB/OC
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