Visita à Geórgia e Azerbaijão, países com minoria católica, tem marca ecuménica e inter-religiosa
Cidade do Vaticano, 26 set 2016 (Ecclesia) - O Vaticano apresentou hoje
aos jornalistas o programa da viagem do Papa à Geórgia e Azerbaijão, a
segunda deste ano à região do Cáucaso, onde Francisco quer levar um
apelo à paz.
“É claramente uma viagem de paz, o Papa leva uma mensagem de
reconciliação para toda a região”, disse em conferência o porta-voz do
Vaticano, Greg Burke.
A 16ª viagem internacional do pontificado tem início marcado para
sexta-feira, na capital da Geórgia, Tbilisi, e conclui-se este domingo,
já no Azerbaijão.
O programa oficial, que prevê 10 discursos do Papa, inclui um encontro
privado com a comunidade caldeia, um rito que remonta às origens do
Cristianismo e tem particular importância na Síria e no Iraque, mantendo
o uso litúrgico do aramaico, a língua falada por Jesus Cristo.
A visita de oração pela paz à igreja de São Simão, com a comunidade
assíria-caldeia, está marcada para o final da tarde de sexta-feira e que
ser um “sinal da proximidade” de Francisco às comunidades cristãs
sírias e iraquianas, realçou o porta-voz do Vaticano.
Francisco esteve na Arménia entre os dias 24 e 26 de junho deste ano,
naquela que foi a sua primeira visita ao Cáucaso, e explicou, já no
regresso ao Vaticano, os motivos que o levam agora a viajar até à
Geórgia e Azerbaijão.
“Acolhi o convite para visitar estes países por um duplo motivo: por um
lado, valorizar as antigas raízes cristãs presentes nessas terras,
sempre num espírito de diálogo com as outras religiões e culturas; por
outro, encorajar esperanças e caminhos de paz”, assinalou, no Vaticano.
O Papa parte de Roma na manhã de sexta-feira, rumo ao aeroporto
Internacional de Tbilisi, com chegada prevista para as 15h00 locais
(menos três horas em Lisboa).
Após a cerimónia de boas-vindas, Francisco vai fazer uma visita de
cortesia ao presidente da República da Geórgia, no palácio presidencial,
seguindo-se o encontro com o ‘catholicos’ e patriarca de toda a
Geórgia, Ilia II, no palácio do Patriarcado Ortodoxo.
Já no sábado, Francisco preside à Missa no Estádio M. Meskhi, contando,
pela primeira vez, com a participação de uma delegação da Igreja
Ortodoxa da Geórgia; o programa continua num encontro com sacerdotes,
religiosos e religiosas na igreja da Assunção, de rito latino.
Antes de visitar a catedral patriarcal Svietyskhoveli de Mskheta,
centro espiritual da Igreja Ortodoxa georgiana, o Papa reúne-se com
pobres e agentes de obras de caridade da Igreja, diante do centro de
assistência dos religiosos camilianos.
O domingo começa com a cerimónia de despedida no aeroporto
Internacional de Tbilisi, de onde o Papa parte para Baku, capital do
Azerbaijão, localizada nas margens do Mar Cáspio, com chegada prevista
para as 09h30 (menos três horas em Lisboa).
A visita
de 10 horas a território azeri, onde os católicos são apenas algumas
centenas, começa com a Missa na igreja do Centro Salesiano.
Em Baku, Francisco vai almoçar com a comunidade salesiana, ainda antes
da cerimónia oficial de boas vindas, na praça do palácio presidencial de
Ganjlik, de uma visita ao Monumento aos Mortos pela Independência e do
encontro com as autoridades no Centro ‘Heydar Aliyev’ - nome do terceiro
presidente do Azerbaijão após a queda da URSS.
O Papa transfere-se em seguida para a Mesquita ‘Heydar Aliyev’, que
recebe um encontro inter-religioso, acolhido pelo xeque dos muçulmanos
do Cáucaso.
O avião que transporta Francisco sai de Baku às 19h15 para aterrar em
Roma, às 22h00 locais (menos uma hora em Lisboa) de domingo.
João Paulo II esteve na Geórgia em 1999 e no Azerbaijão em 2002.
CB/OC
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