Foto: Lusa |
Marcelo Rebelo de Sousa participa em cimeira das Nações Unidas sobre questão migratória
Cidade do Vaticano, 19 set 2016 (Ecclesia) – A confederação
internacional da Cáritas lembrou hoje as 65 milhões de pessoas
atualmente deslocadas das suas casas, devido a ameaças como a guerra, a
desigualdade, a pobreza, a perseguição étnica e religiosa e as
alterações climáticas.
“O desafio da crise de solidariedade na resposta aos grandes movimentos
de migrantes e refugiados é enorme e a comunidade internacional está a
ter dificuldades a encontrar soluções de longo prazo”, assinala o
secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, Michel Roy.
Um alerta com que a organização católica quer marcar a 71ª
Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, que está a decorrer
em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, com a participação do
presidente da República Portuguesa.
Na sua intervenção neste evento, já esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa
frisou a necessidade de cada vez mais políticas que coloquem “as
pessoas no centro” das decisões e a importância de conjugar “as
políticas migratórias” com “a assistência humanitária e o
desenvolvimento”.
O chefe de Estado português salientou ainda que Portugal “aceitou os
seus deveres” e “duplicou o número de refugiados que tinha para
receber”, numa demonstração de envolvimento total na resolução do
problema.
A Sessão de abertura da Reunião de Alto Nível sobre movimentos em larga
escala de migrantes e refugiados é vista pela Caritas Internationalis
como “uma oportunidade histórica para reforçar a resposta internacional a
este problema”.
Os países representados no evento são chamados a “criar um sistema
capaz de proteger os direitos” das pessoas e de “responder às
necessidades daqueles que integram estes movimentos massivos de
refugiados e migrantes”.
Quanto ao envolvimento nacional na resposta à crise dos refugiados, ele
tem estado a ser coordenado através da Plataforma de Apoio aos
Refugiados (PAR), um organismo que integra mais de uma centena de
instituições da sociedade civil dispostas a acolher refugiados,
incluindo dezenas de instituições católicas.
Desde que o plano europeu de acolhimento aos refugiados começou, em
meados de 2015, Portugal disponibilizou-se para acolher cerca de 10 mil
refugiados, mas o processo de receção às pessoas tem decorrido de forma
lenta um pouco por todo o continente, como já referiu o presidente da
PAR, Rui Marques.
Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou particularmente o
problema das “crianças refugiadas”, que devem continuar a ter “acesso a
cuidados de saúde e à educação”, pois têm o direito de “continuar os
seus estudos”.
O presidente da República Portuguesa deu como exemplo a realidade
portuguesa, onde o acesso à educação por parte das crianças e jovens
refugiados tem sido “uma prioridade”.
JCP/OC
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